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domingo, 19 de janeiro de 2014

Desnorteada só na aparência, porque ela virá com chapa forte

Oposição
Desnorteada só na aparência, porque ela virá com chapa forte
O fato de “bater cabeça” e apresentar sintomas de crise é natural na oposição, já que se trata de grupos diferentes dentro do PMDB e do PT
Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção e Renan Accioly/Jornal Opção
Antônio Gomide: prefeito de Anápolis está manobrando numa faixa mais larga que a municipal e pode se viabilizar
Cezar Santos
A capacidade de recuperação do governador Mar­coni Perillo é incontestável, mesmo os oposicionistas não negam esse fato. O tucano vem conseguindo, com gestão obreira e prioridade em programas sociais vistosos, como o Bolsa Universitária, reverter uma imagem que há um ano era muito ruim. A continuar nesse ritmo, é de se imaginar que ele chegue muito forte em junho, quando os partidos realizam suas convenções e definem oficialmente os nomes a compor suas chapas majoritárias e proporcionais.

Talvez seja justamente por isso que a oposição, entendida aqui como a coalizão PMDB-PT — sem esquecer o PSB de Vanderlan Cardoso e uma ou outra sigla nanica —, tem se batido em pequenas crises há mais de um ano. Essa coalizão sente que apesar de o governador estar se recuperando, agora ela tem a grande chance de vencer a eleição para o Palácio das Esmeraldas, cujo primeiro turno se dará em exatos oito meses e meio, no dia 5 de outubro.

O fato é que PMDB e PT virão com uma chapa forte. Muitos analistas consideram que suas chances poderão ser aumentadas se eles não se separarem no primeiro turno. Pode ser Friboi candidato ao governo, um petista na vice e Iris na vaga para o Senado. Pode ser Iris candidato ao governo, um petista na vice e Friboi ao Senado. Ou o petista Antônio Gomide na cabeça de chapa, Friboi na vice e Iris ao Senado. Os petistas nessa conjugação podem ser Edward Madureira, Humberto Aidar, Marina Sant’anna, Luis Cesar Bueno, entre outros menos cotados. Paulo Garcia, um nome natural para integrar essa chapa, já disse que não vai deixar seu mandato de prefeito.


Júnior Friboi: hoje ele é o candidato do PMDB ao governo e se tornou uma peça importantíssima da oposição. Iris Rezende: o grande timoneiro da oposição pode ser cabeça de chapa ou um fortíssimo candidato ao Senado

Mas o que se diz é que a oposição está enredada em seus próprios problemas, batendo cabeça. Será que é isso mesmo? A oposição errou muito nas eleições anteriores. Diz o ditado que a insistência no erro é burrice. E o fato é que na oposição não tem ninguém burro. No PMDB, a briga entre iristas e friboizistas é prenúncio de uma crise incontornável? Não é, pelo contrário. Tanto Iris como Friboi são homens de bom senso. Ademais, hoje — repita-se o advérbio de tempo: hoje — Friboi é o candidato consolidado dentro do PMDB. Se houvesse hoje uma convenção no partido, faltaria pouco para que o empresário fosse praticamente aclamado.

Claro que há uma velha guarda irista que continuaria agindo como aquele velho soldado japonês na Segunda Guerra, que informado de que o conflito tinha terminado, com o Japão tendo se rendido, não acreditou e durante quase 30 anos continuou agindo como se em guerra estivesse. Com diz o ditado, é gente mais realista que o rei. O próprio Iris, se tiver de ceder a oportunidade para Friboi disputar, não vai se portar como o soldado japonês, pelo contrário, vai se engajar como um leão na campanha da oposição.

Mas mesmo que as tensões dentro do PMDB se agudizem e Iris afinal seja o candidato, é ponto pacifico que Júnior Friboi também estará de corpo e alma na campanha. E nas atuais circunstâncias, o empresário é um reforço e tanto para a oposição, não só pelo seu dinheiro, mas também pela articulação que ele tem com o governo federal, notadamente com a cúpula do PMDB via Michel Temer, o vice-presidente da República.

O outro lado da coalizão, o PT, também entrou numa espiral vertiginosa nos últimos dias, quando o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, fez alguns movimentos erráticos e entrou num entrevero verbal com seu colega de Goiânia, Paulo Garcia. Foi uma crise? Não chega a tanto. Pelo contrário, mostra que o partido está vivo, pujante, com viço, com forças díspares, o que denota acima de tudo energia.

Vários petistas manifestam o desejo de ter candidato próprio. Uns são sinceros nesse propósito, acreditam mesmo que o PT tem condições de lançar candidatura sem o apoio do PMDB. Outros apenas dão corda, sabem que o partido e principalmente Gomide ganham espaço valioso na mídia, o que será muito útil mais na frente, na campanha de 2018, por exemplo.
Gomide percebe erro e recupera o terre
Um político se notabiliza pelos acertos que produz resultados. Mas o grande político também se afirma quando reconhece os próprios erros. O prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, provou que é um grande político, para além de uma análise pontual sobre a qualidade de sua gestão como gestor — em que é muito bem avaliado, por sinal. Gomide percebeu que tinha “pisado na bola” quando se levantou em críticas ao prefeito Paulo Garcia. Como político sensível que é tratou imediatamente de recuperar o terreno. Procurou Iris Rezende, o grande timoneiro da oposição, para um “beija-mão” estratégico. Não recuou de sua posição como pré-candidato e já aproveitou para anunciar que iria passar a cumprir uma agenda nesse sentido. Logo depois conversou com o próprio Paulo e ambos puseram panos frios na situação.

E em seguida, Gomide se reuniu com a cúpula de seu partido. Sentiu ali que tinha e tem respaldo dentro da própria sigla. E na quarta-feira, 15, em continuidade à agenda como pré-candidato ao governo, reuniu-se com o presidente estadual do PMDB, Samuel Belchior. O objetivo declarado: debater o projeto da oposição para as eleições deste ano e discutir a escolha do nome para sucessão.

Foi um encontro a portas fechadas, com cerca de duas horas e meia. Gomide disse que o foco foi a discussão sobre como manter unidos os partidos da oposição em torno de um projeto único. “Nós, do PT, queremos estar juntos com o PMDB, com quem temos pontos em comum, nesse projeto para 2014”, disse. Ele fez uma declaração que deixa claro que o projeto regional é menos importante que o projeto nacional. “Nesse sentido vim aqui confirmar nossa posição para podermos garantir a reeleição da presidente Dilma Rousseff aqui em Goiás e garantir que o trabalho que estamos fazendo no PT possa unificar as oposições.”

Gomide não deixa escapar a oportunidade de dizer que a aliança tem mão dupla. No entendimento dele, o PMDB se mostra totalmente aberto à possibilidade de apoiar um nome do PT caso chegue à conclusão de que essa é a melhor opção. “Da mesma forma nós também estamos preparados para apoiar um nome do PMDB se for o melhor colocado em pesquisas qualitativas e quantitativas. Não teremos essa dificuldade.”

Apesar do discurso, Gomide não descarta que o PT possa lançar candidatura sem o apoio do PMDB. “Nós vamos fazer essa avaliação no mês de março. Nosso plano A é unir a oposição em Goiás, no sentido de termos um projeto em comum. Trabalhamos com o intuito de estarmos juntos já no primeiro turno.”

Ele falou também da pequena rusga com seu correligionário Paulo Garcia: “São página virada”. Reafirmou que ambos caminharão lado a lado em prol do que o partido definir para a campanha eleitoral deste ano. Paulo é francamente adepto de que o PMDB esteja na cabeça de chapa, de preferência com Iris Rezende.

Antônio Gomide está certo, neste momento ele tem de manobrar no espaço possível, e o espaço possível agora, que rende mais dividendos políticos, é como pré-candidato. Apenas como prefeito de Anápolis, convenhamos, ele ficaria por demais restrito para uma pretensão estadual. Gomide está jogando um jogo em que ele não tem muito a perder. Se acontecer de vir a ser candidato, terá sido um lucro e tanto. Se não, continua à frente da segunda principal prefeitura goiana.

O fato é que tanto peemedebistas quanto petistas reafirmam que os dois partidos vão estar juntos no momento certo de definir a chapa da oposição. Tanto o presidente do metropolitano, deputado Luis Cesar Bueno, quanto o presidente do regional, Ceser Donizete, batem nessa tecla, embora às vezes até negaceiem um pouco. Puro jogo de cena. Eles sabem que sem o PMDB as chances de o PT ter sucesso na sucessão estadual são pequenas.

Juntos, ao contrário, são fortes, muito fortes. Tão fortes que têm sim possibilidade de bater um adversário que vem se recuperando na opinião pública. Basta que deem ao eleitor a possibilidade de perceber que ela, oposição, pode fazer mais e melhor do que vem sendo feito. É trabalho para uma oposição unida, coesa, bem articulada, capaz de apresentar alternativas. Para além de nomes, é essa oposição que o eleitorado goiano precisa e quer.
Fonte:Jornal Opção

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