terça-feira, 31 de março de 2020

Propostas-- Movimento para adiar eleições se intensifica no Congresso

Senadores pediram ao TSE o adiamento das eleições e querem apresentar PECs para formalizar a mudança de data

Pandemia faz com que parlamentares trabalhem para adiar eleições municipais| Foto: divulgação
Por Marcos Aurélio

As propostas legislativas de adiamento das eleições municipais de 2020 para 2022, devido à pandemia de coronavírus, têm ganhado força entre senadores. Um deles é o líder do PSL, senador Major Olimpio (PSL-SP), que defende a unificação dos pleitos federais, estaduais e municipais, evitando-se os gastos com as campanhas eleitorais deste ano. A economia esperada, segundo o senador, seria de até R$ 1,5 bilhão, além dos recursos do fundo eleitoral, que não seriam utilizados.
Major Olimpio, que chegou a enviar ofício ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo o adiamento das eleições, deve apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) nesse sentido. Em debate transmitido pelas redes sociais na sexta-feira (27), o senador destacou que o momento pede união.
“É hora de união e não de eleição. Fazer as eleições este ano gerará um grande risco à saúde pública, bem como um grande desperdício de bilhões de reais de dinheiro público, que pode ser destinado ao suporte à população na luta contra o coronavírus”, destacou.
No domingo (29), o senador Elmano Ferrer (Podemos-PI) disse estar reunindo esforços para a viabilização de outra PEC, de sua autoria, também com vistas à realização de eleições gerais em 2022. Por meio de sua assessoria, ele ressaltou a situação de calamidade pública no país, com todas as atenções voltadas para o combate ao coronavírus. Ele defende que a verba das campanhas eleitorais seja destinada a estados e municípios na luta contra a covid-19.
“Além de permitir concentrarmos todos os esforços no combate à epidemia, esta medida trará benefícios para os cofres públicos. Esse é o momento para que as eleições se tornem coincidentes no Brasil” – ponderou.

PECs

Para uma PEC ser apresentada, o senador deve colher assinaturas de outros 26 parlamentares. Além das propostas que Major Olimpio e Elmano Ferrer pretendem protocolar, há outras proposições em análise no Senado que pedem a unificação das eleições federais, estaduais e municipais. A mais recente (PEC 143/2019) é do senador Luiz do Carmo (MDB-GO), que muda a duração do mandato dos prefeitos e vereadores eleitos em 2020 para viabilizar a coincidência geral dos mandatos a partir de 2026.
Seguindo o mesmo entendimento, senadores como Luis Carlos Heinze (PP-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Mailza Gomes (PP-AC) se pronunciaram nas redes sociais. Para Ciro, o adiamento das eleições seria um “ato humanitário” que poderá salvar milhares de vidas, com o uso de cerca de R$ 8 bilhões no enfrentamento à covid-19. Já Mailza afirmou que, em vez de campanha eleitoral, o tempo é de união de esforços e de atenção das autoridades voltada unicamente às medidas de combate e enfrentamento ao coronavírus no país.
“O momento agora não é de pensar em eleições, e sim, de isolamento e de buscarmos soluções para enfrentarmos essa pandemia. Saúde das pessoas em primeiro lugar”, escreveu.

Tempo

O senador Lasier Martins (Podemos-RS) disse concordar com o adiamento das eleições, mas demonstrou preocupação com a possibilidade de contestações das PECs que unificam os pleitos. Ele citou o caso de municípios brasileiros onde a população espera mudança de seus prefeitos por terem, segundo afirmou, frustrado as expectativas dos eleitores. Lasier ressaltou, no entanto, que os bons gestores, quando for o caso, terão a chance de ser reeleitos.
O senador chegou a enviar ofício à presidente do TSE, Rosa Weber, sugerindo mudar o prazo para filiações, de 3 de abril para 3 de maio. Também pediu que a data da eleição seja redefinida, de acordo com o andamento da epidemia. Lasier defendeu ainda uma proposta de emenda constitucional que está sendo preparada pela senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) propondo a realização das eleições municipais logo após o fim da decretação de calamidade, previsto para agosto. O texto, segundo o senador, pretende estabelecer como marco 120 dias a partir da data de definição do fim da crise pelo Ministério da Saúde.
— Me propus a ser o relator da matéria, e adiantei que apresentarei emenda para que o pleito seja realizado em até 90 dias após a declaração do fim da pandemia. Sugestão prontamente acatada pela senadora [Soraya]. Com isso, mantemos o preceito constitucional, com tempo suficiente para sua organização e realização até 6 de dezembro, e deixamos para outra ocasião a discussão sobre a unificação dos pleitos, que deverá ser bastante árdua — justificou.

Evolução

Faltam 185 dias para as eleições municipais. O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) chegou a lançar enquete no Twitter para obter a opinião dos internautas sobre a transferência do pleito. Das 4.043 pessoas que participaram da pesquisa até esta segunda-feira (30), 65.9% concordaram que as eleições de 2020 devem ser adiadas. Os 34.1% restantes discordaram da medida.
Na opinião do senador Marcelo Castro (MDB-PI), ainda é cedo para tratar do assunto. Ele ponderou que, por enquanto, o foco das atenções deve ser a saúde do país e as ações de enfrentamento à covid-19.
“O momento é de cautela e devemos estar focados no combate à pandemia do coronavírus, para depois falar em eleições”, declarou, por meio da assessoria.
Em nota publicada na página do TSE na quinta-feira (26), a ministra Rosa Weber esclareceu que o tribunal está acompanhando a evolução diária do cenário de crise nacional. Ela considerou prematuro o debate sobre o adiamento das eleições, mas pontuou que a velocidade da evolução do quadro exige permanente reavaliação das providências. 
(Com informações da Agência Senado)
Fonte:Jornal Opção

segunda-feira, 30 de março de 2020

Ligue 180-- Denúncias de violência contra a mulher aumentam durante quarentena

Dados do canal oficial do governo, o Ligue 180, revelam crescimento de 18% no número de denúncias nos nove dias de isolamento em relação a todo o restante do mês

Reprodução/Portal Brasil
Por Italo Wolff
Segundo dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ODNH) publicados nesta sexta-feira, 27, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos recebeu 18% mais denúncias de violência contra a Mulher nos dias da quarentena do que no espaço de tempo anterior ao isolamento. 
Entre os dias 1 e 16 de março, período anterior a quarentena, a pasta conta 829 denúncias realizadas por meio do canal oficial do governo federal responsável por receber notificações de violência doméstica, o Ligue 180. Já entre os dias 17 e 25 do mesmo mês, foram registradas 978. 
A pasta também publicou recomendação aos Organismos Governamentais de Políticas para Mulheres a manutenção dos serviços da rede de atendimento à mulher, como medidas essenciais que não podem parar durante o isolamento – sempre respeitando as orientações de segurança sanitária do Ministério da Saúde para a pandemia.
Fonte: Jornal Opção

domingo, 29 de março de 2020

Ministério alerta para risco do uso de cloroquina sem indicação médica

Ministério da Saúde divulgou nota técnica sobre medicação

Ministério alerta para risco do uso de cloroquina sem indicação médica
Foto:Agencia Brasil


O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em casos graves, com pacientes hospitalizados, infectados pelo novo coronavírus. O protocolo prevê cinco dias de uso, em complemento a outras medidas como auxílio para respirar e medicação contra febre e mal-estar.
O ministério, no entanto, alerta para o risco do uso desses medicamentos, que não devem ser administrados fora dos hospitais. Segundo a nota, dentre os efeitos colaterais, estão lesões na retina, prejudicando a visão, e distúrbios cardiovasculares.
Em coletiva de imprensa neste sábado (28), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou que é importante que os medicamentos só sejam usados em casos mais complexos e não para os pacientes em geral. “Esse medicamento pode dar arritmia cardíaca, pode paralisar a função do fígado. Então, se sairmos com a caixa na mão falando ‘pode tomar’, nós podemos ter mais mortes por mau uso do medicamento do que pela própria virose”, enfatizou.
Apesar de alguns estudos indicarem que os medicamentos podem conter a covid-19, ainda não existem evidencias conclusivas sobre os efeitos das substâncias nesse tipo de tratamento.
Distribuição
Ontem (27), o ministério começou a distribuição para os estados de 3,4 milhões de unidades dos dois medicamentos para uso em casos graves de infecção pelo novo coronavírus.
Os remédios já são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde para o tratamento de malária, que também é uma virose, e de doenças autoimunes (quando o sistema imunológico causa inflamações) como lúpus e artrite reumatóide. (Agência Brasil)
Fonte: Diário do Poder

Contra a pandemia --Ministério da Saúde envia plano de quarentena a secretarias estaduais de Saúde

Texto prevê que escolas e universidades fiquem fechadas até o fim do mês de abril, com possibilidade de extensão também para o mês de maio

Rio de Janeiro RJ 29 02 2020 Passageiros e funcionários circulam vestindo máscaras contra o novo coronavírus (Covid-19) no Aeroporto Internacional Tom Jobim- Rio Galeão | Foto: Fernando Frazão/Agencia Brasil
Por Italo Wolff
Na manhã deste sábado, 28, a equipe técnica do Ministério da Saúde enviou aos a secretários de saúde estaduais um plano de combate ao novo coronavírus. O texto prevê que escolas e universidades fiquem fechadas até o fim do mês de abril, com possibilidade de extensão também para o mês de maio.
O planejamento sugere que grupos de risco se afastam de atividades sociais e trabalho por três meses, além veto a eventos, cinemas, cultos e incentivo a práticas de home office. O plano também sugere redução pela metade da capacidade de bares e restaurantes e ações de prevenção.
Foi proposta pelo ministério a contratação de trabalhadores informais como “promotores de saúde” durante o período de emergência. Suas atribuições seriam a de dar orientações à população nas ruas e identificar idosos e enviá-los às suas casas.
O objetivo da ação é unificar estratégias de transição para a quarentena aos estados. Tanto entes federados que já tiveram quarentenas instaladas quanto para aqueles que ainda não adotaram ações receberam o plano, mas não houve especificação se regras já estabelecidas devem ser modificadas.
Fonte: Jornal Opção

sábado, 28 de março de 2020

Ciência --Pesquisadores brasileiros avançam no sequenciamento do coronavírus

Sequenciamento genético busca identificar possíveis mutações, cadeias de transmissão e origem da chegada do vírus a uma região específica

Vírus coletado no Brasil apresenta características próprias | Foto: Warley de Andrade / EBCl
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) avançaram no sequenciamento genético do covid-19 que circula no Brasil. Em tempo recorde de 48 horas, o estudo sequenciou no último fim de semana 19 amostras de pacientes do Rio, Minas, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo, ampliando a vigilância sobre as características genéticas do causador da pandemia de coronavírus.
O sequenciamento genético é importante para, entre outras respostas, identificar possíveis mutações, cadeias de transmissão e origem da chegada do vírus a uma região específica. O estudo realizado no LNCC pôde confirmar que a maioria das amostras é descendente de vírus que vieram da Europa, enquanto uma pequena parte chegou ao país diretamente da China.
A coordenadora do Laboratório de Bioinformática do LNCC, Ana Tereza Vasconcelos, explicou que a principal conclusão obtida é a confirmação da transmissão comunitária, o que se deu com a constatação de que o vírus coletado no Brasil já apresenta características próprias que o diferenciam geneticamente dos casos na Europa e Ásia.
“O vírus, por onde vai passando, vai mudando naturalmente. É normal que tenha saído da Ásia com uma característica, chegado na Europa e mudado”, explica ela, que afirma que o mesmo já ocorreu no Brasil. “Não é mais um vírus que está vindo de fora. Agora é transmissão comunitária, passando de um para o outro. Por isso o isolamento social é um fator importante nesse momento. Não é mais necessário que venha alguém de fora para trazer o vírus”.
A coordenadora do laboratório explica que confirmar a mutação do vírus não indica que a doença causada por ele pode ter se tornado mais ou menos perigosa. “Não há nenhuma conclusão em relação a isso. Ele está mudando como era de se esperar”, diz ela, que prevê que a continuidade do trabalho de sequenciamento vai poder identificar futuramente o impacto de condições geográficas nessa mutação.
O sequenciamento contou com a capacidade de processamento do supercomputador Santos Dumont e também com a colaboração de estudantes de pós-graduação. “Muito dessa força-tarefa que está nos laboratórios trabalhando é de alunos de pós graduação e de pós-doutores. Eles são o braço da gente para dar conta de tantos projetos e tantas análises”, destaca ela.
A pesquisa utilizou amostras coletadas de pacientes atendidos pela UFRJ e pelos laboratórios privados Hermes Pardini e Símile, com unidades em diferentes estados brasileiros. O trabalho se deu também com a colaboração da equipe que realizou o primeiro sequenciamento do covid-19 no país, em São Paulo. A pesquisadora Ester Sabino foi uma das coordenadoras do trabalho pioneiro no país e comemora que a pesquisa esteja se descentralizando.
“Acho que o principal avanço foi começar a já montar redes e as pessoas trabalharem em vários locais, e não ficar centralizado só em um único laboratório”, disse ela, que explicou que os pesquisadores devem juntar um número maior de amostras sequenciadas para fazer uma análise mais detalhada da história genética do vírus no país.
Esse trabalho nacional de sequenciamento será articulado pela Corona-ômica BR, uma iniciativa do comitê de especialistas Rede Vírus, que foi formado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Professor da Feevale e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Fernando Spilki é coordenador da Corona-ômica BR, que já reúne 16 instituições nas cinco regiões do país.
O pesquisador explica que o sequenciamento em larga escala permitirá acompanhar a circulação do vírus e identificar se haverá mutações. “Isso tem aplicações que vão além da epidemiologia molecular, e podem auxiliar no manejo da prevenção da infecção, no diagnóstico e na terapêutica”, conta ele, que acrescenta que a estruturação dessa rede deixará o país mais preparado para epidemias futuras e contribuirá com a formação de jovens pesquisadores que estarão envolvidos no projeto.
“Temos o plano de sequenciar centenas de amostras no Brasil inteiro e, mais que isso, fazer novos esforços ao longo do tempo, acompanhando se com o avançar da pandemia vamos encontrar alterações no genoma viral ou não”.
Fonte: Jornal Opção

sexta-feira, 27 de março de 2020

Pleito 2020 --Ainda não há motivo para adiamento das eleições, segundo advogado eleitoral

Caso necessidade de isolamento social continue até agosto, ele vê possibilidade de mudança no calendário eleitoral 
Advogado Julio Meirelles em entrevista | Foto: Alexandre Parrode / Jornal Opção
Por Eduardo Pinheiro
O advogado Julio Meirelles, especialista em direito eleitoral, diz não haver motivos suficientes ainda para o adiamento das eleições municipais de 2020. Segundo ele, se trata ainda de uma discussão precoce.
Meirelles argumenta que as convenções partidárias, que se iniciam dia 20 de julho e finalizam 5 de agosto, é o período mais crítico para aglomeração de pessoas. Pois é necessário que se faça o registro das candidaturas.
Antes disso, o candidato é livre para divulgar a pré-candidatura através das redes sociais, sem necessidade de sair das restrições impostas para contenção da covid-19, doença causada pelo coronavírus (Sars-Cov-2).
“Ainda estamos no mês de março, talvez essa situação não perdure por muito tempo. Talvez em abril ou maio se normalize. Não vejo motivo para o adiamento”, diz. Ele continua dizendo que para se fazer alteração desta magnitude, é necessário alteração da própria Constituição Federal.
“É uma situação excepcional. É possível que seja feito, mas é uma discussão precoce. Podemos aguardar um momento mais oportuno para ver se isso é necessário ou não”, afirma.
No entanto, Julio Meirelles alerta que se a pandemia crescer de forma descontrolada no país, a possibilidade de mudança no calendário eleitoral é perfeitamente factível, sobretudo se comprometer o direito dos cidadãos de participarem do processo eleitoral como um todo, inclusive o de conhecer seus candidatos.
“Se a situação [avanço da doença] se perdurar até julho ou agosto é preciso pensar em outra forma. Talvez uma eleição extemporânea, em janeiro ou fevereiro”, pontua.
Fonte: Jornal Opção

quinta-feira, 26 de março de 2020

POLÍTICA-- Bolsonaro: “Fazer politicagem com coronavírus é coisa de covarde”

Presidente fez novas críticas, em série de tuítes, a quem o ataca por sugerir o enfraquecimento do isolamento social em nome da economia

jair bolsonaro coletiva coronavírus
RAFAELA FELICCIANO/ METRÓPOLES


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Em série de postagens no Twitter, no meio da noite desta quarta-feira (25/03), o presidente Jair Bolsonaro misturou os dois grandes temas a que se dedicou desde a noite de terça (24/03): renovou a defesa do fim do isolamento social abrangente – a ser substituído por quarentena limitada a idosos e integrantes de grupos de risco – e manteve os ataques a quem critica essa posição de afrouxar as medidas de distanciamento contra a propagação do novo coronavírus.
Utilizou termos fortes, salientados pelo uso em caixa alta de várias palavras, como quando escreveu que “se aproveitar do medo das pessoas para fazer politicagem num momento como este é coisa de COVARDE!”. E completou: “A demagogia acelera o caos”.

- É mais fácil fazer demagogia diante de uma população assustada, do que falar a verdade. Isso custa popularidade. Não estou preocupado com isso! Aproveitar-se do medo das pessoas para fazer politicagem num momento como esse é coisa de COVARDE! A demagogia acelera o caos.

25 mil pessoas estão falando sobre isso

Bolsonaro não apontou nenhuma proposta para enfrentar os problemas que levantou, mas voltou a falar dos “40 milhões de trabalhadores autônomos” que “já sentem as consequências de um Brasil parado” e das empresas que, sem produzir, não terão como pagar salários. “Chega de demagogia! [Em caixa alta] Não há saúde na miséria.”
O presidente sustenta que não quer “descaso com a questão da Covid-19”, apenas busca “a dose adequada para combater esse mal sem causar um ainda maior”. E finalizou: “Se todos colaborarem, poderemos cuidar e proteger os idosos e demais grupos de risco, manter os cuidados diários de prevenção e o país funcionando”.
A tese proposta por Bolsonaro é questionada por especialistas em saúde e por muitos economistas, que defendem a necessidade de colocar os cuidados para impedir a propagação acelerada do vírus como prioridade não apenas por questões de saúde mas por pragmatismo econômico mesmo. Nessa visão, além de o sofrimento humano poder ser agravado pelo relaxamento da quarentena, a economia do país (e os empresários e trabalhadores) também custaria muito mais para se recuperar e exigiria ainda mais endividamento público.

Presidente caiu na armadilha e fez de Dória o ‘antiBolsonaro’ para 2022

Governador falou em "entendimento", mas usou discurso político e contou com pavio curto do presidente

Presidente caiu na armadilha e fez de Dória o ‘antiBolsonaro’ para 2022




Convidado a participar da reunião com o presidente da República por videoconferência, o governador de São Paulo, João Doria, começou sua intervenção tentando crescer para cima de Jair Bolsonaro, criticando seu pronunciamento da véspera. Tinhoso, o governador até fez apelo ao “entendimento”, mas tratou de inviabilizá-lo com o discurso político. Sabia que o presidente, pavio curto, não resistiria à provocação. Assim, Dória saiu da reunião como queria: entronizado no posto de “antiBolsonaro”. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A “cereja no bolo” do projeto político-eleitoral de Doria, inaugurado pelo bate-boca, foi a adesão do governador goiano Ronaldo Caiado (DEM).
Ao iniciar sua coletiva logo após a polêmica reunião, nesta quarta (25), Doria não escondia sua satisfação com o êxito da ação antibolsonarista.
Já a reunião com governadores do Nordeste, hostis a Bolsonaro, ocorreu em clima institucional: entre eles não há pretendentes sérios ao Planalto.
A videoconferência foi essencial. Quem trabalha com Doria duvida que em reunião presencial ele assumisse tom tão agressivo com o anfitrião.
Fonte: Diário do Poder

quarta-feira, 25 de março de 2020

POLÍTICA-- Nova fala de Bolsonaro sobre coronavírus recebe duras críticas

Presidente fez pronunciamento em rede nacional criticando medidas de "confinamento em massa" e pedindo "volta à normalidade"

Presidente Jair Bolsonaro em pronunciamento de rádio e TV
REPRODUÇÃO




Por 





Críticas ao pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a maneira de lidar com a pandemia de coronavírus estão tomando as redes sociais na noite desta terça-feira e a citação #ForaBolsonaro subiu rapidamente para o topo dos assuntos mais comentados no Twitter, as trending topics. As críticas estão vindo sobretudo de adversários políticos, naturalmente, mas mesmo personalidades que já foram próximas a Bolsonaro estão vendo problemas no chamado aos brasileiros a abandonar o isolamento social.

Ex-líder do governo no Congresso e atual líder do PSL na Câmara, a deputada federal Joice Hasselmann (SP), que se distanciou de Bolsonaro quando o partido se dividiu, atacou fortemente a fala. Veja:
Na oposição, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) avaliou que a fala do presidente da República em rede nacional pode causar mortes.
Depois de tantas medidas tentando provocar o caos e minimizar a crise, Bolsonaro fez o que faltava: pediu ao povo que volte às ruas p/ MORRER! Ultrapassou todos os limites. Não há precedentes na história do país algo tão abjeto!
344 pessoas estão falando sobre isso
O humorista Marcelo Adnet, que tem se tornado célebre por suas imitações do presidente, fez uma série de postagens, uma delas ironizando a fala sobre o “histórico de atleta” de Bolsonaro.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que já teve sérias rusgas com Bolsonaro, foi duro:
Entre a ignorância e a ciência, não hesite. Não quebre a quarentena por conta deste que será reconhecido como um dos pronunciamentos políticos mais desonestos da história.
11,9 mil pessoas estão falando sobre isso
Diretor de filmes como Bacurau, que venceu o prêmio do juri do Festival de Cannes, e Aquarius, o cineasta Kleber Mendonça Filho seu uniu ao coro de críticas:

O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) uniu as críticas ao pronunciamento ao fato de a fala ter sido recebida com panelaços por todo o país. “Vimos em rede nacional um presidente desqualificado mentir, debochar e provocar um país”, escreveu o parlamentar.
E até no exterior a fala já ecoa entre influenciadores. Presidente da consultoria de análise de risco Eurasia Group, uma das maiores do mundo, o cientista político Ian Bremmer, que já havia classificado Bolsonaro como o líder mundial que pior lida com o coronavírus, disse nesta terça que a fala do brasileiro “faz (Donald) Trump parecer um líder mundial modelo”.
O ex-presidente nacional do partido Novo, e rival de Bolsonaro na eleição de 2018, chegou a usar o termo “renúncia” ao criticar o posicionamento do presidente.
Elogios
Em menor grau, a fala de Bolsonaro está recebendo elogios, mas sobretudo de pessoas ligadas a seu governo, como o ex-ministro da Cidadania Osmar Terra: