sábado, 29 de fevereiro de 2020

Rodrigo Maia pode trocar o mundo da política pelo mercado financeiro

Presidente da Câmara busca uma "saída honrosa" para evitar vexame nas eleições de 2022

Governo precisa focar na melhoria da educação para atrair investimentos, diz Maia
Foto; J Batista


Quem consegue conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sai convencido de que ele não disputará qualquer cargo público em 2022, como aliás esta coluna antecipou em 2019. Certamente ele pode estar escondendo o jogo, como é do seu feitio, mas diz que planeja sair da política para entrar no mercado financeiro. Teria inclusive convites de um importante banco de investimento para o qual tem feito palestras. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
Saindo da política, Rodrigo Maia busca uma “saída honrosa” para evitar o vexame de derrota, na disputa para renovar o mandato, em 2022.
Em 2018, com todo o poder, inclusive com acesso irrestrito aos favores oficiais, Maia não impressionou eleitores: obteve raquíticos 74 mil votos.
O projeto de Maia, admitido há meses a esta coluna, era governar sob um “parlamentarismo presidencialista” existente apenas na sua cabeça.
No regime sonhado por Maia, o primeiro-ministro não seria o líder do partido mais votado. Poderia ser do DEM, como ele, e com poucos votos.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Fique atento: 6 de maio é a data-limite para regularizar a situação eleitoral e estar apto a votar nas Eleições 2020

A partir do dia 7 de maio até o final do pleito, nenhuma alteração poderá ser efetuada no cadastro do eleitor
Consulte sua situação eleitoral no Portal do TRE. O serviço é gratuito



Faltam apenas oito meses para que os mais de 148 milhões de eleitores se dirijam às urnas para eleger os vereadores, os prefeitos e os vice-prefeitos dos 5.568 municípios brasileiros. No entanto, para votar nas eleições de outubro próximo, o eleitor deve normalizar sua situação até o dia 6 de maio (151 dias antes do pleito), segundo o Calendário Eleitoral 2020.
Dia 6 de maio também é a data-limite para o cidadão procurar o cartório eleitoral para tirar o primeiro título e pedir transferência de domicílio eleitoral, estando apto a exercer o direito de voto.
A partir do dia 7 de maio até o final da eleição, o Cadastro Eleitoral ficará fechado – período em que nenhuma alteração poderá ser efetuada no registro do eleitor –, sendo permitida somente a emissão da segunda via do título. Esse prazo é importante para que a Justiça Eleitoral tenha um retrato fiel do eleitorado que participará do pleito.
Cancelamento
regularidade do título de eleitor é uma exigência para obter diversos outros documentos. Por isso, o ideal é evitar o cancelamento do título, normalizando o quanto antes a situação no cartório eleitoral.
É possível verificar a regularidade do título acessando o Portal do TSE. Basta clicar, na parte central da homepage, em Serviços ao Eleitor, e, depois, em Situação Eleitoral. A consulta pode ser feita pelo nome completo, pelo número do título de eleitor ou pelo CPF.
No ano passado, a Justiça Eleitoral cancelou mais de 2,4 milhões de títulos de eleitores em situação irregular. O título é cancelado, entre outros casos, quando o eleitor deixa de votar e de justificar a ausência às urnas por três eleições consecutivas. É importante lembrar que cada turno de um pleito é considerado uma eleição diferente.
Consequências para quem tiver o título cancelado
O título de eleitor também precisa estar regular para que o cidadão esteja em dia com outros documentos, tais como o passaporte e a carteira de identidade.
A regularidade do título é exigida para: obtenção de empréstimos em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo; inscrição em concurso público, investidura e posse em cargo ou função pública; renovação de matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; e prática de qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou Imposto de Renda, entre outros.


Em cima do prazo --Aliança pelo Brasil está fora das eleições 2020

Advogado argumenta ter levantado ao menos 1 milhão de assinaturas, no entanto, TSE só conseguiu validar, até o momento, 3.334. “Nossa parte foi feita”, disse o jurista
Foto: Reprodução

Por Felipe Cardoso
O partido Aliança pelo Brasil, encabeçado pelo presidente Jair Bolsonaro, não participará da disputa eleitoral no ano de 2020. Isso porquê, apesar do partido dizer que foram levantadas mais de 1 milhão de assinaturas para homologação da sigla junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o órgão só conseguiu validar, até o memento, 3.334 assinaturas.
Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, faltam menos de 40 dias para que os partidos políticos obtenham o registro necessário da Justiça Eleitoral para poderem disputar as eleições deste ano. Para que isso ocorra, o partido deveria contar com, no mínimo, 492 mil assinaturas validas junto ao TSE.
No entanto, ainda de acordo com o jornal paulista, o TSE afirmou que a sigla apresentou, até o momento, 66.252 assinaturas  onde, além das 3.334, 48.127 estão em fase de impugnação, 2.593 em fase de análise e 12.198 já foram rejeitadas.
Mas o advogado e principal operador do partido, Luís Felipe Belmonte dos Santos, disse ao Estadão que ao menos 1 milhão de assinaturas foram levantadas. “Nossa parte foi feita, mas os cartórios eleitorais estão recusando todas as fichas com firma reconhecida. Eles alegam que não houve regulamentação. Além disso, o sistema cai toda hora. Os cartórios eleitorais não estavam preparados para um volume tão grande [de assinaturas]”.
Fonte: Jornal Opção

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Possibilidade de não disputar as eleições deste ano leva tensão ao Aliança pelo Brasil





 Vinícius Nader



As notícias de que o presidente Jair Bolsonaro deixará o Aliança pelo Brasil fora das eleições deste ano começam a incomodar os aliados. O deputado Doutor Luiz Ovando (PSL-MS) distribuiu vídeo nas redes sociais alertando para o risco de dispersão dos apoiadores. “Precisamos do Aliança, até porque o mandato dos nossos parlamentares corre perigo. Nosso presidente precisa de um partido para se fazer presente nas ações políticas no Congresso Nacional, exercitar-se na eleição de 2020 com candidaturas a prefeito, vereadores e vice-prefeito. Time que não joga não tem torcida, e a física da política não tolera espaço vazio, sendo necessário firmar alicerces e plantar raízes para a reeleição presidencial e parlamentar de 2022”, cobrou o deputado.
Cardiologista e entusiasta do projeto do presidente Jair Bolsonaro, o deputado lembra que, desde 21 de novembro, data da convenção de fundação do novo partido, há um trabalho organizado e estratégico para a formação da legenda, e que o certo seria consolidar já o Aliança pelo Brasil. A pressão promete aumentar depois do carnaval. Afinal, os aliados de Bolsonaro querem que o seu maior líder tenha lado em 2020. Resta saber se ele atenderá ao chamado ou se manterá em cima do muro.
Senado pretende segurar
A depender das contas dos líderes do governo, os senadores têm tudo para evitar a derrubada dos vetos do presidente Jair Bolsonaro à Lei de Diretrizes Orçamentárias. Seria uma forma de distensionar o ambiente.
Última esperança
O grupo Muda Brasil tem reclamado da presença do MDB, no caso, os senadores Fernando Bezerra Coelho (PE) e Eduardo Gomes (TO), líderes no Senado e no Congresso, respectivamente. As reclamações, entretanto, não fizeram eco no Planalto. A turma ali, inclusive o presidente, sabe que, se eles não conseguirem segurar o Orçamento, não são outros líderes que o farão.
“Está na hora de todos colocarem a cabeça no lugar e serenarem os ânimos”
A frase do ministro da Justiça, Sérgio Moro, que se referia ao caso do motim policial no Ceará, vale para diversas situações da política atual.
Depois do samba, do frevo e do axé
Com os mercados no mundo em polvorosa por causa dos novos alertas da Organização Mundial de Saúde sobre o coronavírus, a equipe econômica passa o feriado em alerta. A ordem é se preparar para um novo solavanco na economia e novo pulo no valor do dólar.
Vai que é tua, Camilo!/ O governo federal foi a Fortaleza dar uma força, mas não se envolveu nas razões do conflito entre os policiais e o governo do Ceará. O governador Camilo Santana que resolva. Afinal, a força policial é tarefa do governo estadual, e qualquer gesto dos ministros nesse campo poderia ser interpretado como interferência indevida.
Ninguém sai, ninguém sai/ No elevador da Justiça Federal, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann,, o deputado Paulo Pimenta (RS), e um grupo de assessores discutiam, dia desses, qual o melhor caminho a seguir para chegar ao carro. Abriu o elevador, um deles afirmou: “É só virar à direita”. Eis que Gleisi se sai com esta: “Então, vamos ficar aqui. Tem que ser à esquerda sempre”.
Exemplo/ O trabalho dos militares e das autoridades de saúde no caso do grupo resgatado na China por causa da epidemia do coronavírus é citado nos bastidores do governo como um modelo a ser seguido em outras áreas. Profissional, sem estresse.
Então ficamos assim/ Com o cenário de 2022 completamente nebuloso e o presidente Jair Bolsonaro ainda liderando as pesquisas — só perde num segundo turno contra o seu ministro Sérgio Moro —, os governadores de São Paulo, João Dória, e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se aproximam, mas não avançam o sinal. Estão na linha do “vamos ver quem estará melhor lá na frente, mas, até lá, vamos conversando”.

Violência --Ceará chega a 147 mortes em oito dias, durante motim

Policiais militares desobedecem Constituição Federal e se amotinam por aumento salarial


Força Nacional e Exército precisaram intervir | Foto: Reprodução
Os assassinatos durante o motim de policiais militares do Ceará chegam 147. Já são oito dias que os PMs paralisaram as atividades. O movimento foi considerado ilegal pela Justiça estadual e é vedado pela Constituição.
Na segunda-feira, 24, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse que não há situação de “absoluta desordem nas ruas”. O ex-juiz participou de reunião para acompanhar a operação Garantia de Lei e Ordem no Ceará.
Moro disse ainda, na ocasião, que está tudo sob controle. Mesmo com o número de assassinatos crescendo.
As 147 mortes foram registradas entre quarta-feira, 19, e domingo, 23. Foram mais de 70 entre a sexta e o sábado.
Atualmente, a segurança pública do Ceará é reforçada por 2,5 mil soldados do Exército e 150 agentes da Força Nacional. Três batalhões da Polícia Militar continuam amotinados.
Homens encapuzados invadiram e tomaram quartéis e chegaram a depredar os locais. Eles reivindicam aumento salarial acima do oferecido pelo governador Camilo Santana.

Fonte: Jornal Opção

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Bolsonaro estabelece contato direto com líderes e ‘azeita’ relação com o Congresso

Líderes já avaliam 'mecânica' de liberação de recursos melhor que a dos presidentes anteriores

Bolsonaro passa o feriado de carnaval em base no Guarujá
Foto:Marcos Correa/PR


Passado o Carnaval, o ano político marca nova atitude do presidente Jair Bolsonaro, “azeitando” a articulação política com o Congresso. Ele inclusive já conversou com a maior parte dos líderes de partidos que em geral revelam tendência de votar em favor das teses do governo, como Arthur Lira (PP-AL). Os líderes já consideram melhor que a dos presidentes anteriores a parte “mecânica” de liberação de recursos. A informação é da Coluna Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A interlocução direta do presidente com os líderes pode dar mais trabalho, mas o livra da “chantagem” de certos figurões do Congresso.
A nova atitude de Bolsonaro foi antecipada pelo ministro Paulo Guedes (Economia), ao explicar que há recursos para atender a tudo e a todos.
A ordem do presidente é facilitar ao máximo a liberação de verbas para estados e municípios, inclusive atribuindo paternidade a parlamentares.
Parlamentares batalham recursos federais para os estados, mas os governadores se apropriam das obras e as “vendem” como deles.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

PEC --Reforma administrativa está pronta, diz Bolsonaro

Proposta será  entregue  ao congresso logo após o período de carnaval.
Por Agência Brasil
Prevista para ser enviada ao Congresso Nacional nesta semana, segundo o presidente Jair Bolsonaro, a reforma administrativa pretende mudar os direitos dos futuros servidores federais. As propostas ainda não foram detalhadas, mas os pontos adiantados pelo governo nos últimos meses incluem a revisão dos salários iniciais, a redução no número de carreiras e o aumento no prazo para o servidor atingir a estabilidade.
Segundo Bolsonaro, as mudanças não afetarão os servidores atuais. Apenas quem tomar posse depois da promulgação da reforma seria atingido. Uma das alterações mais importantes diz respeito à estabilidade dos futuros funcionários.
Inicialmente, o governo pretendia esticar, de três para dez anos, o prazo para o empregado público conquistar a estabilidade. Há duas semanas, no entanto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, informou que a versão mais recente do texto deve definir um tempo variável, de cinco a oito anos, de acordo com cada carreira.
A estabilidade seria conquistada mediante uma avaliação de desempenho. Quem não cumprir os requisitos mínimos não ficaria no cargo antes do prazo mínimo. O governo ainda não explicou se o servidor público terá direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) enquanto não atingir a estabilidade. Atualmente, os servidores públicos não recebem o fundo em hipótese alguma.

Pirâmide

Em novembro, ao explicar a proposta do pacto federativo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tinha dito que o governo pretende diminuir o número de carreiras de mais de 300 para 20 a 30. Os salários para quem ingressar na carreira pública passarão a ser menores.
No mês passado, ao explicar o resultado das contas do Governo Central em 2019, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que a reforma mudará a forma de progressão no serviço público. Em vez do sistema atual, com salários iniciais altos e em que quase todos alcançam o topo da carreira, a progressão passaria a ser em forma de pirâmide, na qual apenas os servidores com melhor desempenho atingiram os níveis mais altos. Segundo ele, o governo quer aproximar os salários iniciais e a evolução na carreira pública ao que ocorre no setor privado.

Etapas da reforma administrativa

Em café da manhã com jornalistas no mês passado, o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel, disse que o governo pretende implementar a reforma administrativa em fases. De acordo com ele, a intenção do governo é que o conjunto de mudanças seja implementado até 2022.
De acordo com o secretário adjunto de Desburocratização, Gleisson Rubin, o conjunto de medidas inclui, além da proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa, projetos de lei complementar, de lei ordinária e de decretos. Estes, no entanto, só podem ser apresentados após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pelo Congresso.

PEC emergencial

Embora estejam fora da reforma administrativa, pontos da PEC que reforma o pacto federativo e da PEC emergencial, que prevê gatilhos de cortes de gastos em momentos de crise fiscal, preveem alterações profundas na estrutura do serviço público e na regra dos servidores. Pelas duas propostas, em caso de estado de emergência fiscal decretado, haveria limitações em pagamentos aos servidores, concessão de reajustes, progressões automáticas, reestruturação de carreiras, novos concursos e em verbas indenizatórias.
A medida mais polêmica, no entanto, seria a redução da jornada de servidores públicos em até 25%, com ajuste correspondente na remuneração. A diminuição vigorará pelo tempo necessário tanto no governo federal como nas prefeituras e nos governos estaduais que decretassem a emergência fiscal.
Em discurso há duas semanas, Guedes disse que o mecanismo de emergência fiscal é mais rápido para ajustar as contas públicas do que a reforma administrativa para os futuros servidores, que teria impacto sobre as despesas federais no médio e no longo prazo.
Fonte: Jornal Opção

Segurança --Em 4 dias de motim da PM, Ceará registra 122 assassinatos

Ministros da Justiça e da Defesa devem viajar ao Estado nesta segunda-feira, 24

Por Agência Brasil
Jornal Opção

Mais 34 Crimes Violentos Letais Intencionais (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte) foram registrados em todo o Ceará neste sábado (22), segundo a secretaria estadual de Segurança Pública e Defesa Social. Com isto, subiu para 122 o total de mortes violentas registradas desde a última quarta-feira (19), depois que parte dos policiais militares começaram a ocupar quartéis e esvaziar pneus de viaturas em protesto contra a proposta de reajuste salarial que o governo cearense apresentou para a categoria.
Em nota, a secretaria compara o número de crimes violentos registrados dia a dia, ao longo da última semana, para demonstrar o impacto de cinco dias de motim policial no estado. Na segunda-feira (17), véspera do início dos protestos militares, foram registrados apenas três crimes violentos letais intencionais. Na terça-feira (18), foram contabilizados cinco casos. Na quarta-feira (19), o número de ocorrências saltou para 29. Na quinta-feira (20) foram 22 registros. E na sexta-feira, houve o maior número de vítimas até o momento: 37.
Legalmente, policiais militares são proibidos de fazer greve, motivo pelo qual os protestos da categoria são classificados como motim. Na sexta-feira (21), o governo cearense afastou por 120 dias 167 policiais militares que participam da paralisação. Os agentes deverão entregar identificações funcionais, distintivos, armas, algemas, além de quaisquer outros itens que os caracterizem nas suas unidades e ficarão fora da folha de pagamento a partir deste mês de fevereiro.
Os inquéritos militares instaurados contra os agentes afastados serão julgados pela Justiça Militar. Já os procedimentos administrativos disciplinares serão realizados pela Controladoria-Geral de Disciplina (CGD) da própria Polícia Militar.
A pedido do governo cearense, mais de uma centena de policiais da Força Nacional desembarcaram em Fortaleza na última quinta-feira para reforçar a segurança. No mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o emprego de até 2,5 mil militares das Forças Armadas no estado. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União e vale pelo período de 20 a 28 de fevereiro. Policiais rodoviários federais também reforçarão o patrulhamento ostensivo.
No Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, informou que participará da comitiva com os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça. “É tempo de superar a crise e serenar os ânimos. Servir e proteger acima de tudo”, escreveu Moro na rede social.

Estarei no Ceará na segunda-feira, junto com os Ministros Fernando Azevedo e André Mendonça. É tempo de superar a crise e serenar os ânimos. Servir e proteger acima de tudo.

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domingo, 23 de fevereiro de 2020

sociedade discreta --Em Goiás, eleição de novo grão-mestre da Maçonaria movimenta bastidores do poder

Políticos, empresários, juízes, médicos e outros agentes de elevada posição social e ligados à Maçonaria aguardam ansiosos para saber quem será o próximo líder da Grande Loja de Goiás

Fachada da Grande Loja do Estado de Goiás, no Setor Jaó / Foto: Ton Paulo

Por Ton Paulo
Os municípios goianos se preparam para escolher nas urnas, em outubro deste ano, os nomes que ocuparão as cadeiras nas prefeituras e câmaras municipais ao redor do Estado. Pré-candidatos a prefeito e vereador já se movimentam para conquistar a atenção e o voto do eleitor goiano, mas, além do pleito a que todos estão acostumados, existe um outro em Goiás que se desenrola um pouco mais discretamente, apesar de, nos bastidores, ter tanta relevância e poder de influência quanto às eleições municipais. É com a eleição para o novo grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás (Gleg) que muitos empresários, juízes, médicos e, é claro, políticos, estão atentos no momento. A votação que decidirá o novo grande líder da Gleg se aproxima, e dois candidatos já trabalham para tentar garantir seus nomes na cadeira sob o ‘olho da providência’.
Prevista para ocorrer no dia 21 de abril deste ano, a votação que vai eleger o novo grão-mestre – título no topo da hierarquia maçônica dentro da Grande Loja – pelos próximos três anos, tempo que dura o mandato, tem sido um dos grandes assuntos nos bastidores do poder em Goiás. A “sociedade fraterna discreta”, tal qual referida pelos próprios maçons, tem representantes nos mais diversos segmentos: jurídico, médico, político, artístico e empresarial. A próprio Pedro Ludovico Teixeira, médico e interventor federal tido como principal responsável pela criação da capital Goiânia, foi um proeminente maçom, iniciado na Loja Luz e Caridade de Uberlândia, Minas Gerais.
Dois notáveis maçons de Goiás estão na corrida eleitoral maçônica, e deverão passar pelo crivo de mais dos quase 4 mil maçons em todo o Estado de Goiás, distribuídos em 129 lojas. São eles o ex-promotor de Justiça e advogado, Tito Amaral, e o médico ortopedista e ex-vereador do PTB, Ruy Rocha. Os dois contam com grande prestígio no meio jurídico e político, assim como dentro da Maçonaria, e a disputa promete ser acirrada. Cada um dos candidatos conta com um vice, chamado de grão-mestre adjunto. Os maçons Mário Martins e Carlos Medeiros integram as chapas de Tito e Rocha, respectivamente.
No que tange à experiência como grão-mestre da Gleg – uma imponente construção no Setor Jaó repleta de símbolos alusivos à cultura grega e egípcia, além de imagens tradicionais da Maçonaria como o esquadro e o compasso -, Rocha conta com um “currículo” invejável. O médico e maçom foi alçado ao cargo por quatro vezes, o que totalizam 12 anos de comando da Grande Loja de Goiás. Segundo ele, o que o leva a pleitear mais uma vez o mais alto grau maçônico é o “chamamento da comunidade maçônica”. “Meu objetivo será, principalmente trabalhar muito para fortalecer a Grande Loja de Goiás, para a união da família maçônica, obedecendo à risca os preceitos da ordem maçônica. Estou atendendo a um chamamento da comunidade da Maçonaria”, disse.

Eleito grão-mestre por quatro vezes, Ruy Rocha concorre novamente / Foto: Arquivo pessoal
Apesar da notória experiência no grau de grão-mestre, uma das críticas que surgiram no meio maçônico à candidatura de Rocha é a “necessidade de renovação” na Grande Loja. Uma vez que o médico ostentou o título por impressionantes quatro vezes, um argumento que ganhou força em prol da candidatura de Tito foi o de que o espaço deveria ser dado ao ex-promotor em nome de uma gestão nova e renovada. O discurso é sustentado pelo próprio atual grão-mestre, Adolfo Valadares.
De acordo com o atual líder da Grande Loja, seu apoio à chapa de Tito e Mário está firmado. “Meu voto é para o Tito e Mário, porque fizeram parte da minha gestão e acho que a questão da renovação é importante pra sobrevivência de qualquer instituição. A outra chapa já deu a sua contribuição. Temos que dar oportunidade para outras gerações”, declarou.
Para Rocha, o argumento não é válido, uma vez que, segundo ele, “renovação se trata de novas ideias”, e não de tempo à frente do grau de grão-mestre. “Me considero novo de novo, renovado. Renova-se com ideias, ações. Isso é renovação. Vamos fazer com que as gerações futuras encontrem um mundo muito melhor que o nosso”, finaliza.
Já Tito Amaral, que além de advogado também já foi titular da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás, se mostra confiante quanto à eleição e, segundo ele, o pleito está praticamente garantido. O candidato, cuja proposta para a Grande Loja inclui preservação das conquistas dos últimos anos, também diz que buscará avanços da inserção da Maçonaria no mundo moderno, “sem descurar das tradições e conquistas do passado”. “Vamos mostrar o muito que já foi feito e o quanto ainda podemos fazer pela modernização de nossas relações humanas e maçônicas”, completa.

Tito Amaral, candidato a grão-mestre, já foi titular da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento de Goiás / Foto: Divulgação
A Maçonaria e a escolha de seus líderes
“Maçonaria não é religião, e nem seita. É uma filosofia de vida, uma instituição que prega o bem da humanidade”. Assim define o grão-mestre da Gleg, Adolfo Ribeiro Valadares. O maçom explica que a Grande Loja pode ser comparada a um Estado, e, como todo Estado, passa por um processo democrático para a escolha de seus dirigentes.
Existem duas obediências da Maçonaria, que são: a Grande Loja e o Grande Oriente. Valadares faz uma comparação, e conta que, se a Maçonaria fosse uma religião, as obediências seriam como “ramificações” do mesmo segmento religioso. O processo eleitoral que se desenrola agora é feito para escolher o novo líder da Grande Loja. Para se candidatar, o maçom deve atender às seguintes exigências: ter, no mínimo, sete anos de vivência maçônica; ter sido o presidente de sua respectiva loja e contar com bons antecedentes e boa reputação.
As eleições para grão-mestre ocorrem de três em três anos. Todo o processo eleitoral é organizado e conduzido pelo Tribunal de Justiça Maçônico, semelhante ao civil. No dia da votação, 21 de abril deste ano, urnas serão distribuídas nas lojas maçônicas – que equivalem às seções eleitorais – e os membros da fraternidade escolherão um entre os dois candidatos que concorrem ao título supremo.
Após isso, os resultados são enviados simultaneamente para a Grande Loja, que faz a contabilização e anuncia o vencedor. Em caso de um possível empate, vence aquele que for o mais velho. O nome escolhido é, então, empossado no dia 13 de junho, às 16h. Valadares conta que a cerimônia de posse do novo grão-mestre é um evento solene que conta com a presença de autoridades e personalidades importantes do Estado de Goiás e do Brasil. “É uma cerimônia muito bonita, formal. Estarão presentes aqui o governador [de Goiás], o prefeito [de Goiânia], deputados, senadores, e grão-mestres de várias partes do Brasil que vêm para poderem participar do evento”, revela.
O grão-mestre esclarece que o Tribunal de Justiça Maçônico é formado por maçons os quais ele considera de alto nível intelectual. Segundo ele, são professores universitários, juízes de direitos, advogados, e outros tipos de profissionais que gozam de prestígio da sociedade. “Aqui temos uma elite de pessoas do bem e preparadas intelectualmente”, pondera Valadares.
Ele indica que está satisfeito como o curso do processo eleitoral, que ainda está em fase de campanha. Neste período, os candidatos podem pedir votos para seus “irmãos”, como se referem uns aos outros. Segundo o grão-mestre, o processo está correndo de forma “natural e democrática”. “Não vejo nada de animosidade, nada de anormal. E nem defendo que haja essa questão de rivalidade entre os irmãos. Não pode ter”.
“Aqui não tem pobre”, diz grão-mestre em relação aos integrantes da Maçonaria
Uma das questões que sempre intrigaram o indivíduo leigo que vê a Maçonaria do “lado de fora” é o alto poder aquisitivo de seus membros. O boato de que “para ser maçom, é preciso ser rico” sempre correu, mas esse boato, de acordo com o próprio grão-mestre da Maçonaria, é totalmente verídico.
Segundo Valadares, quando um membro da Maçonaria decide convidar um homem para integrar a fraternidade, sua condição financeira é levada em conta. Ele explica que isso ocorre porque a instituição é formada por pessoas que devem ajudar os menos favorecidos, e é preciso ter uma estrutura financeira para tal. “Aqui não tem pobre. Não tem. Porque aqui precisamos de pessoas que possam ajudar financeiramente, e não ser ajudadas”, conta.
Para o grão-mestre, o fato de o convite para a fraternidade ser feito apenas para homens que tenham boa situação financeira se dá, também, para que o membro não se sinta desconfortável e impotente ao constatar que ele não pode realizar doações e atos de caridade assim como os demais membros. “Nós não vamos convidar uma família para que ela prejudique os próprios interesses dela. A gente não quer essa questão de discriminação social”, resume.
Além de boa posição social, para ser membro da Maçonaria, de acordo com Valadares, há ainda outros requisitos que devem ser preenchidos. Segundo ele, se for casado, o homem deve ter permissão da esposa. É dela que parte o aval para que o marido ingresse na fraternidade caso seja considerado apto. Além disso, o indivíduo deve contar com uma conduta exemplar. Uma passagem pela polícia, um processo na Justiça, seja ele cível ou criminal, ou mesmo uma infração eleitoral podem desqualificar o sujeito para ser um irmão maçom. De acordo com o grão-mestre, o homem deve ter “uma conduta limpa, ética e correta”.

Atual grão-mestre da Gleg, Adolfo Valadares posa ao lado de um busto feito em sua homenagem, na Loja Maçônica Mahatma Racy, em Goiânia / Foto: Arquivo pessoal
Por último e não menos importante, para pertencer à Maçonaria, o homem precisa acreditar em Deus – independente de como O chame. Valadares revela que existem na fraternidade membros das mais variadas religiões: católicos, evangélicos, judeus, budistas, espíritas. Crer em uma força superior é critério indiscutível. “Nós chamamos de O Grande Arquiteto”, relata o grão-mestre.
O grão-mestre conta ainda que Maçonaria busca evitar se envolver em questões políticas. Entretanto, Valadares destaca sua influência e importância no meio em questão, e cita nomes de representantes e apoiadores eleitos na sociedade civil. “Todo ano, temos na Alego, por parte do governo do Estado e da Câmara Municipal de Goiânia, uma homenagem ao Dia do Maçom, que é o dia 20 de agosto. E temos também nossos representantes. Temos aí o Coronel Adailton [deputado estadual pelo Progressistas], a Dra. Cristina, nossa forte apoiadora [vereadora e pré-candidata à Prefeitura de Goiânia pelo PL], temos vários”, conta.
Ele destaca que a Grande Loja do Estado de Goiás dispõe, atualmente, de reconhecimento internacional – mérito obtido em sua gestão, segundo o próprio. “Nós hoje somos reconhecidos pelas maçonarias da Inglaterra e da França, berços da fraternidade, algo que eu consegui. Antes, era como se existíssemos mas não tivéssemos nossa ‘carteira de identidade’, era assim”, comemora. Valadares conta que chegou a ser convidado para uma conferência mundial de maçons que vai ocorrer este ano em Israel, dos dias 30 de maio a 2 de junho. “Fui convidado e estarei lá, ao lado das outras potências.
Mulheres na Maçonaria
Um requisito indispensável para ser convidado à Maçonaria é ser do gênero masculino. A exigência é alvo de curiosidade há séculos, uma vez que, mesmo com o avanço do tempo e das organizações filosóficas e religiosas, a fraternidade se manteve firme nesse posicionamento. As origens dessa tradição remonta à Idade Média, quando a Maçonaria era formada por trabalhares braçais como pedreiros. O próprio nome “maçom” deriva do termo “maçon”, que quer dizer “pedreiro”, em francês.
Uma vez que, na época, tal tipo de trabalho era exercido exclusivamente por homens, o costume se manteve e, até os dias de hoje, as mulheres – ou cunhadas, como são chamadas pelos demais membros – são impedidas de participar das reuniões regulares. Entretanto, a entrada do sexo feminino na Maçonaria não é um sonho impossível para aquelas que nutrem desejo de serem irmãs na fraternidade.
Valadares explica que, no futuro, há uma grande possibilidade da mulher passar a ser aceita nos círculos maçônicos, e não só seus maridos. Ele revela há, atualmente, até movimentos ao redor do mundo dentro da Maçonaria que pregam a inclusão de mulheres. “Existe uma corrente de discussão em nível mundial da participação da mulher. Pela minha idade, eu acho sim que, futuramente, a mulher vai participar da Maçonaria”, reflete.
Enquanto a revolução feminina não ocorre, existem outros meios pelos quais a mulher pode participar, mesmo que indiretamente, da Maçonaria. Além das reuniões fechadas apenas para homens maçons, são realizadas também aquelas destinadas à inclusão da família do irmão maçom, incluindo as mulheres. Além disso, a fraternidade possui uma vertente voltada para jovens mulheres, de 12 a 20 anos, denominada Filhas de Jó. Segundo o grão-mestre da Grande Loja, essa sociedade tem como objetivo moldar o caráter das jovens que, normalmente, são filhas dos irmãos maçons, instruindo-as e direcionando-as para os estudos, o amor ao próximo, o respeito aos pais e a ética. A versão masculina das Filhas de Jó é a Ordem Demolay, também voltada para jovens que tenham entre 12 e 21 anos incompletos.
Questionado sobre o intrigante “grande segredo da Maçonaria”, o grão-mestre Adolfo Valadares esboça um sorriso, e responde: “Tenho 33 anos de Maçonaria. Já exerci todos os cargos maçônicos. Aqui não tem segredos, não pode ter segredos. Nossas reuniões não chegam a ser fechadas, elas são apenas discretas. Não sei de segredo algum, o segredo que nós temos aqui, é que aquilo que uma mão dá, que a outra não veja”, finaliza.
Fonte: Jornal Opção