Temendo os efeitos da Lei da Ficha Limpa, Roriz retirou a candidatura em 2010 e colocou a mulher na disputa (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Temendo os efeitos da Lei da Ficha Limpa, Roriz retirou a candidatura em 2010 e colocou a mulher na disputa
Impedido de se candidatar nas últimas eleições por circunstâncias judiciais, o ex-governador Joaquim Roriz (sem partido) trabalha uma estratégia para assegurar a sua elegibilidade em 2014. Ele tenta demonstrar, numa ação que tramita na 17ª Vara da Justiça Federal do DF, que não está enquadrado nas regras da Lei da Ficha Limpa, motivo que o fez ceder o posto de candidato à mulher, Weslian Roriz (PSC), no último pleito contra o petista Agnelo Queiroz (PT). O ex-governador sustenta que a renúncia ao mandato de senador, em 2007, cessou os efeitos da representação do PSol contra ele e impediu a abertura de processo administrativo disciplinar relacionado às suspeitas levantadas a partir de diálogos interceptados na Operação Aquarela — investigação que tratou de desvios de recursos do Banco de Brasília (BRB). Dessa forma, significaria uma absolvição.
A Lei da Ficha Limpa estabelece que o político que renunciar depois do oferecimento de uma representação protocolada contra ele, capaz de autorizar abertura de processo com potencial de cassação, se torna inelegível pelo período que durar o mandato e mais oito anos após o encerramento deste. Na ação, Roriz pede que a Justiça declare o arquivamento da representação do PSol — partido que pediu a cassação do então senador pelo PMDB. O ex-governador também requer um atestado de que sua renúncia foi aceita e, por isso, a representação perdeu o efeito e o processo ético-disciplinar foi suspenso. Com essa manifestação judicial em mãos, o ex-governador avalia que poderá contestar eventuais impugnações do registro de sua candidatura nas próximas eleições, caso resolva voltar a disputar o GDF ou, mais dificilmente, avaliam aliados, um cargo no Congresso