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sexta-feira, 26 de julho de 2024

Morre Tainá Medeiros, influencer de maternidade, aos 34 anos

 

A jovem teve a morte anunciada no perfil 'Amor Mamar', onde era famosa por postar conteúdo sobre maternidade.


Tainá Medeiros morreu aos 34 anos, nessa quarta-feira (24). A influenciadora teve a morte anunciada no perfil 'Amor Mamar', do Instagram, onde costumava postar conteúdo sobre maternidade.

A equipe da mulher publicou uma nova lamentando a perda da jovem: "Aprouve a Deus tomar para si a nossa Tai. Esposa, mãe, filha, amiga, empresária. Uma mulher cheia de fé, de valores eternos e de uma bondade sem medida. Foram tantos a quem ela estendeu a mão e enxergou além, com seu olhar que refletia a beleza do mar e exalava compaixão. Ficaram as melhores lembranças: de um sorriso aberto, de um abraço acolhedor e do seu legado: o amor pelos seus. Descanse em paz, Tai. Com amor, sua eterna equipe Amor Mamar”.

A causa da morte da influenciadora não foi revelada, porém, há dois dias, Tainá chegou a comunicar que passaria por um procedimento cirúrgico de urgência e, por isso, todos os seus atendimentos seriam suspensos. "Orem pela minha recuperação, agora preciso me cuidar, mas em breve estarei melhor para cuidar de vocês, se Deus quiser", publicou.

Segundo a revista Quem, o sepultamento de Tainá Medeiros está marcado para a tarde desta quinta-feira (25), no Cemitério Morada da Paz, localizado em Parnamirim (RN). Ela deixa o marido e uma filha de 5 anos.

Fonte:  https://www.dm.com.br/

Homem é preso suspeito de estuprar idosa durante roubo

 

Eles mantiveram a vítima sob a mira de uma arma de fogo enquanto roubavam sua residência, em seguida um dos suspeitos abusado da vítima mediante ameaças


Um homem suspeito de estuprar uma idosa durante um roubo em sua residência, ocorrido em setembro do ano passado em Goiânia, foi preso na quarta-feira, 24. O outro suspeito de participar do roubo está foragido.


De acordo com a Políca Civil (PCGO), Wellington Jardim dos Santos, de 39 anos, teria rendido a dona da casa após ela atender ao portão. Juntamente com Ailton Moreira da Silva, eles mantiveram a vítima sob a mira de uma arma de fogo enquanto roubavam. Em determinado momento, Wellington abusou sexualmente da vítima, que estava subjugada sob ameaça.

Além dos pertences da mulher, a dupla levou uma quantia em dinheiro. Após o roubo, Ailton Moreira da Silva que está foragido, teria saído de Goiás. Wellington foi preso e levado para a Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC).


Homem é preso suspeito de estuprar idosa durante roubo

A Polícia Civil informa que
A divulgação da imagem dos acusados foi procedida nos termos da Lei 13.869/2019 e Portaria Normativa n° 547/2021/DGPC, tendo em vista o interesse público no sentido de identificar outras eventuais vítimas de crimes patrimoniais praticados pelos mesmos indivíduos, localização de possíveis outras testemunhas que possam colaborar com a investigação, bem como na localização do coautor foragido.
Fonte:  https://www.dm.com.br/

Homem é linchado e furtado após furtar cartão de uma mulher

 

O suspeito teria furtado o cartão de uma mulher e utilizou o cartão para realizar diversas compras, incluindo perfumes e controles de videogame


Um homem foi cercado e agredido por cerca de 20 pessoas após furtar o cartão de crédito de uma mulher em Goiânia, na quarta-feira, 24. O incidente ocorreu no setor Central em Goiânia e teve desdobramentos inusitados, incluindo o furto do celular do próprio suspeito durante a confusão.

Segundo informações da Polícia Militar (PMGO), o suspeito teria furtado o cartão de uma mulher e utilizou o cartão para realizar diversas compras, incluindo perfumes e controles de videogame. A vítima do furto percebeu a ação e, junto com outros populares, seguiu o homem até um beco conhecido como Beco da Sinuca.

No local, o grupo cercou o suspeito e iniciou uma série de agressões que resultaram em diversas lesões. Durante a confusão, um dos populares aproveitou para furtar o celular do homem acusado de furto.

Assim que a PM chegou, encontrou o suspeito já contido pelos populares e apresentando diversos ferimentos. Após coletar depoimentos, os policiais constataram que, além de ser o autor do furto do cartão, o homem também havia sido vítima de um furto semelhante.

Os militares conseguiram recuperar o celular do suspeito e identificar dois homens que o teriam sido mais violentos nas agressões, além do responsável por furtar o telefone do suspeito.

Tanto o suspeito do furto do cartão quanto o do celular e um dos agressores receberam voz de prisão. Dois homens envolvidos nas agressões foram autuados por lesão corporal.

Fonte:  https://www.dm.com.br/

Motorista do carro de luxo que atropelou e matou vigilante volta a ser preso

 



Antônio foi levado para a triagem da penitenciária Coronel Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, onde permanecerá à disposição da Justiça

O motorista do carro de luxo envolvido em no atropelamento morte do vigilante Clenilton Lemes Correia, de 38 anos ocorrido na GO-020, em Goiânia voltou a ser preso na quarta-feira 24. O acidente aconteceu no dia 9 de junho. Na época, o condutor da Mercedes-Benz foi acusado de estar embriagado e dirigindo em alta velocidade.

Segundo as investigações, o motorista Antônio Scelzi Netto trafegava pela rodovia, nas proximidades do Alphaville Flamboyant, por volta das 5h40 da manhã, quando atropelou Correia, que estava em uma motocicleta a caminho do trabalho. A vítima foi arrastada por mais de 200 metros antes que o motorista fugisse do local sem prestar socorro.

Após o acidente, Antônio foi localizado e preso no Setor Jardim Guanabara. No entanto, dias depois, ele foi liberado. Recentemente, a Justiça de Goiás determinou a prisão preventiva de Antônio, que foi encontrado na quarta-feira, por uma operação conjunta da Agência de Inteligência da PM e da Força Tática do 31º Batalhão.

A defesa de Antônio, na ocasião de sua prisão inicial, negou as alegações de embriaguez. O advogado Luiz Inácio Medeiros afirmou que a acusação de que o motorista estava sob influência de álcool era um equívoco. Apesar de ter sido preso poucas horas após o acidente, Antônio passou por audiência de custódia em 11 de junho e foi liberado, com a decisão levando em conta sua residência fixa, emprego e status de réu primário.

Antônio foi levado para a triagem da penitenciária Coronel Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia, onde permanecerá à disposição da Justiça.

Fonte:  https://www.dm.com.br/


quinta-feira, 25 de julho de 2024

Homem é morto por casal após briga em bar; a mulher foi presa

 

Após uma briga na frente do bar, o casal persegue a vítima pela rua, nas imagens é possível notar que o agressor está com uma faca


Uma mulher foi presa suspeita de ajudar a matar um homem a facadas após uma briga em um bar em Santa Helena de Goiás. Imagens do circuito de segurança da rua registraram a ação. O companheiro dela ainda está foragido.

De acordo com as investigações, o crime ocorreu no dia 12 de junho, no bairro Tempo Novo. O vídeo mostra um casal e um homem em frente ao bar quando uma discussão começa. A briga evolui para socos e tapas, e o casal persegue a vítima enquanto discutem. Durante a perseguição, é possível notar que o suspeito carrega um objeto que parece ser uma faca.

Em determinado momento, a vítima é atingida e cai no chão. A mulher se aproxima e também o atinge. Após o ataque, o casal se afasta e o homem se levanta cambaleando. A vítima foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte no hospital.

Segundo a Polícia Civil (PCGO), após o crime, o casal fugiu A mulher foi encontrada escondida na casa de um amigo em Turvelândia e foi presa na sexta-feira, 19. A PCGO informou que ela, que já tem passagens pela polícia, confessou o crime. O homem que estava com ela ainda está foragido.

Fonte:  https://www.dm.com.br/


Corpo é encontrado dentro de joalheria em Goiânia

 

O proprietário do estabelecimento, que descobriu o corpo, afirmou não conhecer a vítima


O corpo de um homem foi encontrado dentro de uma joalheria no Setor Bela Vista, em Goiânia, na segunda-feira, 22. O proprietário do estabelecimento, que descobriu o corpo, afirmou não conhecer a vítima.

Segundo o relato do dono da loja, o corpo estava em uma escada e já sem sinais de vida. Uma equipe do Corpo de Bombeiros (CBMGO) compareceu ao local e confirmou a morte. Informações preliminares indicam que a vítima pode ter morrido por asfixia.

O homem teria acessado o estabelecimento através do local do ar-condicionado. A Polícia Civil (PCGO) abriu um inquérito para investigar as causas do incidente e determinar o que o homem estava fazendo no local.

Fonte:  https://www.dm.com.br/

Dois homens são mortos a facadas e um terceiro fica ferido em Senador Canedo

 

Um comerciante, ao ouvir gritos de socorro vindos de uma casa próxima, decidiu arrombar a porta dos fundos para prestar ajuda, já que o imóvel não possuía muro


Três homens foram encontrados esfaqueados na noite de segunda-feira, 22, em uma residência no Residencial Amaral, em Senador Canedo. Segundo testemunhas, dois deles estavam mortos e um terceiro, gravemente ferido, agonizava no local.

Um comerciante, ao ouvir gritos de socorro vindos de uma casa próxima, decidiu arrombar a porta dos fundos para prestar ajuda, já que o imóvel não possuía muro. No local, ele encontrou dois homens já mortos, com sinais de facadas, e um terceiro homem agonizando e perdendo muito sangue.

A Polícia Militar (PMGO) foi acionada e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O sobrevivente foi levado para o Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (HUGO), em Goiânia. Não há informações sobre o seu estado de saúde.

A perícia esteve no local e, em seguida, o Instituto Médico Legal (IML) fez a remoção dos corpos. Vizinhos relataram que um quarto homem residia na casa e está sendo apontado como o principal suspeito do ataque. A Polícia Civil (PCGO) abriu um inquérito e está investigando o caso.

Fonte:  https://www.dm.com.br/

Aposentados poderão viajar de avião por R$200,00, veja como

 

Cada beneficiário terá direito a dois bilhetes aéreos por ano


O Ministério de Portos e Aeroportos lançou nesta quarta-feira (24) a fase inicial do programa Voa Brasil, destinado a oferecer passagens aéreas mais acessíveis. Nesta etapa, o foco está nos aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que não viajaram no último ano.

O objetivo do programa é incentivar um novo público a viajar, oferecendo bilhetes aéreos por até R$ 200 por trecho, beneficiando aproximadamente 23 milhões de pessoas. No entanto, o programa não garante passagens mais baratas, mas sim reúne bilhetes que já custam até esse valor, deixando possíveis descontos e promoções a critério das companhias aéreas.

Esta primeira fase é destinada a todos os aposentados do INSS, independentemente da renda, que não viajaram de avião nos últimos 12 meses. Cada beneficiário terá direito a dois bilhetes aéreos por ano. O evento de lançamento contou com a participação do vice-presidente Geraldo Alckmin, substituindo o presidente Lula, que está em uma viagem oficial no Rio de Janeiro. A cerimônia ocorreu às 15h desta quarta-feira (24) em Brasília.

O Voa Brasil será posteriormente ampliado para incluir estudantes do Prouni (Programa Universidade para Todos), beneficiando cerca de 700 mil alunos. A plataforma do Voa Brasil funcionará como um agregador de passagens aéreas disponíveis por menos de R$ 200, permitindo que os usuários verifiquem e comprem os bilhetes que melhor atendam suas necessidades.

Para monitorar o sucesso do programa, o governo planeja implementar um contador no site do Voa Brasil, atualizado com o número de bilhetes vendidos por até R$ 200. A iniciativa não contará com subsídios federais, permitindo que as companhias aéreas mantenham sua liberdade comercial para definir tarifas.

Além do Voa Brasil, o ministério também anunciou novos programas para a logística de transporte rodoviário, como a BR dos Rios e a construção do túnel Santos-Guarujá. O Voa Brasil, inicialmente anunciado em março de 2023, teve seu lançamento adiado diversas vezes devido a dificuldades em responder às queixas sobre o aumento dos preços das passagens. Em janeiro deste ano, o ministro Silvio Costa Filho previu que cerca de 3 milhões de pessoas seriam beneficiadas inicialmente.

Fonte:  https://www.dm.com.br/

Como dar mais poder às mulheres negras no set de filmagem

 

Racismo e sexismo: há a baixa representatividade de mulheres negras em postos de comando - Foto: Divulgação


Dados indicam que diretores negros — homens e mulheres somados — chegam ao ínfimo 2,1%



Tapete vermelho, flashes, lugares na primeira fila e o Oscar para Melhor Roteiro e Melhor Atriz saem para duas pessoas negras. A cena fictícia acontece na série Hollywood, de Ryan Murphy, em que retrata os anos 40 com igualdade para artistas negros, homossexuais e asiáticos. Na vida real é diferente! Entre a primeira mulher negra a ganhar a premiação, Hattie McDaniel, em 1940, com “...E o vento levou”; para a segunda, foram mais de 50 anos, momento que Whoopi Goldberg levou a estatueta em 1990, por sua interpretação em Ghost.

O protagonismo negro é pouco discutido e há a baixa representatividade de mulheres negras em postos de comando em um set de filmagem. Adélia Nascimento é a primeira diretora a produzir um longa-metragem, no Brasil. Com baixo recurso, a cineasta realizou “Amor Maldito”, em 1984, de modo integralmente cooperativo. De lá para cá, alguns espaços foram conquistados, mas ainda não há um contexto de equidade racial nas produções cinematográficas e audiovisuais.


Projeto Diaspóricas' conversa com profissionais do cinema e audiovisual sobre os espaços que ocupam. Foto: Divulgação

Para celebrar o Dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha — data que se reafirma a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vividos por mulheres que sofrem com a discriminação racial, social e de gênero —, o "Projeto Diaspóricas" conversa com profissionais do cinema e audiovisual sobre os espaços que ocupam.

Estudo realizado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) e pelo Grupo de Estudos Multidisciplinar em Ações Afirmativas da UERJ (GEMAA), em 2018, sobre os 142 longas nacionais lançados no circuito em 2016, aponta, sem nenhuma surpresa, que a indústria de cinema é dominada por homens brancos: 75,4% são diretores dos filmes, 59,9% assinam roteiros, enquanto as mulheres brancas correspondem a 19,7% de diretoras e 16,2% de roteiristas.

Os diretores negros — homens e mulheres somados — chegam ao ínfimo 2,1% na direção, 2,1% no roteiro e 2,1% na produção executiva. Nenhuma mulher negra dirigiu filmes lançados comercialmente em 2016. A Ancine também analisou que em 2022, nenhum filme de grande público foi dirigido por mulheres – brancas ou negras.

“Com os dados da Ancine, percebe-se que para se ter uma produção audiovisual plural, com vistas às questões de raça, gênero e territorialidades é imprescindível a implementação de políticas afirmativas previstas em lei, para que seja possível ampliar a participação de pessoas negras que pleiteiam os recursos”

Zanza Gomes, doutora em Comunicação

Produção Negra

Para a doutora em Comunicação, Coordenadora da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), em Goiânia, Zanza Gomes, as pessoas negras estão fazendo cinema. Há 16 anos o Festival Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, que acontece no município do Rio de Janeiro, é referência nacional e internacional na produção audiovisual negra e africana. O evento mobiliza mais de mil pessoas cadastradas na Apan.

Ela explica que por meio da associação busca-se capacitação, aperfeiçoamento e cria uma rede de contatos para fortalecer o audiovisual negro brasileiro em todas as regiões do país. “Além disso, temos filmes como ‘Marte Um’, do diretor mineiro, Gabriel Martins, que, em 2022, conquistou oito troféus Grande Otelo, o prêmio mais importante do cinema brasileiro”, relembra.


Trabalho: conquistas são frutos de articulação dos profissionais. Foto: Divulgação

De acordo com Zanza, as conquistas são frutos de muito trabalho e articulação dos profissionais. Entretanto, quando se pensa em políticas afirmativas, vê-se uma disparidade abissal nas oportunidades. “Com os dados da Ancine, percebe-se que para se ter uma produção audiovisual plural, com vistas às questões de raça, gênero e territorialidades é imprescindível a implementação de políticas afirmativas previstas em lei, para que seja possível ampliar a participação de pessoas negras que pleiteiam os recursos”, afirma.

Para aumentar a diversidade de gênero e raça no audiovisual, a professora do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG), doutora em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), fundadora e diretora do Cineclube Maria Grampinho, Ceiça Ferreira, acredita que é importante ampliar a discussão e criar condições para que se tenha mais profissionais negras no audiovisual, nas diversas funções, em especial de roteiro e direção, que são as de mais prestígio.

“Enquanto professora, acredito que a primeira iniciativa começa dentro da universidade, no exercício diário de assistir e analisar produções dirigidas por pessoas negras, suas dinâmicas de produção, estilos e configurações estéticas”, afirma.

“Ocupar espaço de poder e prestígio é fundamental para que se tenha mais diversidade nos sets,

Ceiça Ferreira, professora de Cinema e Audiovisual na UEG

Ceiça diz que somente neste ano, na 25ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) – a principal janela de exibição do cinema goiano — pela primeira vez houve uma programação voltada para ações afirmativas com sessões, debates, rodas de conversa e oficinas. A iniciativa é fruto de uma parceria com a Apan.

A jornalista, pesquisadora e diretora da série “Diaspóricas”, Ana Clara Gomes, acredita que a abordagem da temática do protagonismo negro feminino é bem-vida, pois se consegue pensar coletivamente, elaborar de forma colaborativa soluções para tencionar a estrutura no Brasil de que o cinema de visibilidade é feito apenas por pessoas brancas.

Segundo Ana Clara, o Brasil tem um histórico de que o cinema é feito com política pública, que é regido pela meritocracia em que as pessoas brancas estão sempre nos primeiros lugares para conseguir fomento e realizar suas obras.

“Então, quando se discute o protagonismo negro feminino é uma forma de criar soluções colaborativas para fazer com que haja uma realidade de pessoas pretas produzindo cinema. Tendo acesso aos meios de produção, aos equipamentos, para habitar os espaços de visibilidade do cinema”, pondera.


Ceiça Ferreira, doutora em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB). Marcus Vinícius Beck

Cargos de poder

No Brasil, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56,1% dos brasileiros são negros. Embora seja a maioria da população, o número pouco se reflete em cargos de poder em diversas profissões. A fotógrafa e assistente da Apan, Andresa Moreno, diz que a falta de representatividade no cinema contribui de várias formas para apagamento das minorias sociais, seja pela ausência de personagens que as representam, seja pela representação estereotipada, que parte de uma perspectiva de mundo alheia.

Segundo Andresa, o cinema e as produções audiovisuais no geral ocupam, hoje, um importante espaço cultural na vida social. Com o avanço das mídias, das redes sociais, dos streamings, por mais que se perceba um aumento na quantidade de personagens negros, indígenas e de outras minorias nas produções, ainda são personagens estereotipadas, que ocupam lugares subjugados nas histórias, sem mobilidade social. “Isso limita o horizonte representativo. Faltam histórias de resistência, de grandeza, de dignidade, de sucesso e, sobretudo, de justiça com as origens”, analisa.

Ter uma diretora negra ou uma roteirista negra possibilita uma maior participação de profissionais negros e negras em diferentes funções

Ceiça Ferreira, professora de Cinema e Audiovisual

Mas como quebrar o monopólio de quem constrói a representação no audiovisual? Para Andresa, pode-se quebrar oportunizando os lugares de poder, de decisão e de realização, com políticas afirmativas nos editais, abertura de mercado, por pressão coletiva que promova debates e discussões para conscientização a respeito do monopólio.

“Organizações de aquilombamento que levantam a problemática e necessidades é um caminho para se construir uma força coletiva”, aponta. “Ocupar espaço de poder e prestígio é fundamental para que se tenha mais diversidade nos sets, pois as dinâmicas de trabalho no cinema e audiovisual são pautadas por redes de contato. Logo, ter uma diretora negra ou uma roteirista negra possibilita uma maior participação de profissionais negros e negras em diferentes funções, nos departamentos de fotografia, arte e produção”, explica Ceiça.

A exemplo do trabalho realizado por rede de contato, pode-se citar duas articulações de profissionais negras e negros que se desenvolvem em Goiânia. A primeira, é o Cineclube Maria Grampinho, coordenado pela professora Ceiça. Localizado, no Setor Shangri-lá, na Região Norte de Goiânia, o cineclube é um espaço de exibição e circulação de filmes voltados ao protagonismo negro, feminino e indígena.

O espaço promove rodas de conversa com diretoras, roteiristas e realizadoras do audiovisual, em que se constrói com a plateia, perspectivas e olhares múltiplos sobre as narrativas audiovisuais, para se buscar representações plurais, complexas e diversas.

Outro lugar de fomento ao protagonismo negro no cinema é o Festival Audiovisual do Vera Cruz (Favera), que acontece no Conjunto homônimo, na Região Noroeste da capital. Coordenado pelo cineasta, realizador e produtor, Raphael Gustavo, o Favera, acontece no mês de maio. Há dez anos leva o cinema e cultura para a comunidade, oferece oficinas formativas em audiovisual, mostra escolar e laboratório de criação de projetos. O festival ainda oferece empregos aos profissionais do audiovisual, fornecedores e prestadores de serviços, além de promover a economia local.


Editais de fomente à cultura ampliam presença negra. Foto: Divulgação

Repetição em Goiás

Embora a indústria cinematográfica seja vista como vanguardista, essa característica não significou visibilidade de gênero e tal questão ainda é considerada algo menor ou panfletária, que ainda está presente no cinema goiano. Para os avanços na linguagem, estilo e técnica cinematográfica historicamente estão vinculados ao padrão estético branco e masculino, naturalizado como universal.

“No cinema goiano isso não é diferente, as inovações geralmente são creditadas a homens brancos, como por exemplo, a ênfase dada ao cineasta João Bennio, que produziu o longa 'O Diabo Mora no Sangue' (1968). Porém, antes dele, em 1966, a atriz e teatróloga Cici Pinheiro investe em um filme de ficção, 'O Ermitão de Muquém', que não foi finalizado por falta de recursos, mas que faz dela uma pioneira do cinema em Goiás”, relata.

Para Ana Clara, no cinema goiano, os espaços femininos têm surgido de forma mais efervescente, porém há muito que se percorrer, visto que o cinema continua sendo feito por homens brancos, as premiações e o circuito comercial continuam habitado, predominantemente, pelos mesmos homens que estão há tempos no mercado. “Então, não adianta ter histórias femininas, histórias dos corpos negros se não forem contadas sobre quem está falando”.

Ceiça Ferreira destaca que a mudança de poder se atrela à emergência de cineastas negras, negros, indígenas e de grupos minoritários que questionam a estrutura vigente. “Nas últimas décadas, a formação na área com os cursos de graduação em cinema e audiovisual, a digitalização do audiovisual e políticas públicas de fomento à produção tem possibilitado que mais mulheres e pessoas negras ingressem no mercado de cinema e audiovisual em Goiás”, destaca.

“Aos gritos mesmo, porque é forjando possibilidade que se consegue se expandir”

Ana Clara, cineasta

Segundo Ceiça Ferreira, o cinema goiano ainda dá passos lentos. Mas a presença negra começa a se ampliar graças aos editais de fomento à cultura, e em especial, o audiovisual, o que possibilita às novas realizadoras produzir filmes e permanecer no mercado.

A professora cita que durante o Fica 2024, duas produções de diretoras negras foram lançadas: Diaspóricas 2 - o filme, da jornalista e pesquisadora Ana Clara Gomes - que retrata a resiliência de artistas negras na cena musical de Goiânia; e, o curta, Meada Cor Kalunga, de Marta Kalunga, Alciléia Torre e Analu Reis de Sá - documentário que relata o encontro, as conversas e a partilha de conhecimentos tradicionais acerca da coleta de troncos de raízes do Cerrado para o tingimento de tecidos no Quilombo Vão de Almas, em Goiás.

Já Ana Clara acredita que já há muitas vozes caladas, que falta é gritá-las, para abrir mais caminhos e seguir novos rumos. “Aos gritos mesmo, porque é forjando possibilidade que se consegue se expandir”, diz. A cineasta sugere que pessoas negras, periféricas e mulheres podem ter uma estratégia comum de criação de rede de apoio para que se consiga um trabalho de fomento de políticas públicas.

“A ideia é que se traga as nossas e os nossos para somar, potencializar nossas histórias no cinema. É o que tento fazer no meu processo artístico profissional, que é engajar e deslocar para perto, pessoas que tenham as mesmas concepções e mesmos objetivos que é fazer com que o cinema negro feminino se expanda cada vez mais.

Fonte: https://www.dm.com.br/