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sábado, 19 de outubro de 2013

Caco Barcellos e José Hamilton Ribeiro ensinam fórmula para grandes reportagens


     
“Profissão: repórteres”, assim foi oportunamente intitulado o encontro de Caco Barcellos e José Hamilton Ribeiro, que aconteceu nesse sábado, 12, primeiro dia da Conferência Global de Jornalismo Investigativo. Os profissionais da TV Globo compartilharam suas experiências e ensinaram a fórmula para grandes reportagens.
À frente do ‘Globo Rural’, Hamilton usou o quadro do auditório para mostrar a equação e explicou: “Grande reportagem é a soma de bom começo e final, vezes trabalho e talento”. Ele destacou que para produzir esse tipo de conteúdo também é preciso tempo. “É mais difícil para o repórter dar profundidade ao assunto no hard news, que não permite apuração longa”.
Além da habilidade para fazer uma boa narração e personagens interessantes, Hamilton acrescenta dois “ingredientes” à fórmula. “O repórter depende da ilusão de que vai fazer algo para mudar o mundo, quando perde isso, cai em decadência. A receita ainda está incompleta: falta o tesão!”. Caco, que se referiu ao colega com grande ídolo e exemplo de inquietude e dignidade, concordou com os componentes sugeridos.
Idealizador e diretor do ‘Profissão Repórter’, o jornalista falou sobre o programa. “Sonhava com um projeto que pudesse eliminar as coisas que me incomodavam. Reportagem radicalmente artesanal, sem os entraves de uma numerosa equipe de TV”. Ele citou ainda a importância de mostrar olhares múltiplos em uma cobertura e de proporcionar aos profissionais o envolvimento radical com o tema, em um processo de imersão.
Para relembrar o início de sua carreira, Caco falou sobre sua primeira matéria assinada. “Conciliava o estágio com o trabalho de taxista. Quando fui flagrado por um colega, recebi o pedido para contar a experiência que tinha ao longo de cinco anos. Da minha própria vivência, surgiu minha primeira reportagem”.
A jornalista Elvira Lobato, que era responsável pela moderação da mesa, falou sobre diferenças de natureza técnica e teórica. “Cada um tem um conhecimento. A sua própria história te qualifica e provoca em você olhar diferenciado. Esse é o trunfo que o jornalista deve explorar.”
Questionado sobre a crise do jornalismo, Hamilton comentou o momento atual. “As dificuldades do momento estão relacionadas às mudanças estruturais. Não é por falta de repórter. Temos bons profissionais”. Ele pontuou que toda reportagem deve terminar como bom filme: “Boa o suficiente para depois dos créditos o público pedir mais”. O número de público superou a capacidade do auditório e o painel teve que ser repetido para os que ficaram de fora.

Profissão reporteresEncontro de Caco Barcellos e José Hamilton Ribeiro foi mediado por Elvira Lobato
(Imagem: Juliane Oliveira/ABRAJI)


8ª Global Investigative Journalism Conferece
Em edição histórica, o evento realizado pela Global Investigative Journalism Network (GIJN) acontece no Rio de Janeiro, de 12 a 15 de outubro, no campus da PUC. Nesta edição, outros dois eventos internacionais ocorrem simultaneamente: o 8º Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e 5ª Conferencia Latinoamericana de Periodismo de Investigación (COLPIN), do Instituto Prensa y Sociedad. O encontro reúne participantes de 54 países.

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