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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Proibir ou não? Eis a questão

Postado por Moisés Tavares

Patrícia Fernandes e Isa Stacciarini
redacao@jornaldebrasilia.com.br

Tem muita gente querendo o fim das raves no Distrito Federal. Enquete feita pelo portal ClicaBrasília aponta que 86% dos internautas defendem essa ideia, indo ao encontro do que pensa o diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Luiz Xavier, que em entrevista ao Jornal de Brasília na edição de ontem, afirmou que “se dependesse da Polícia Civil, esse tipo de festa não existiria”. O ponto principal da polêmica é o uso indiscriminado de drogas nesses eventos.

Por outro lado, especialistas afirmam que a proibição das raves não resolveria o problema. Para o doutor em Ciências da Saúde Raphael Boechat Barros, o debate é muito mais amplo e requer cautela. “A droga é proibida, mas as pessoas usam. Nós temos a melhor lei do mundo, mas ela não se aplica. Proibir as raves é uma discussão muito hipócrita. A droga está do nosso lado”, argumenta. Ele observa que a droga faz parte do cotidiano das pessoas e não deve ser limitada a um estilo musical. 

Nas ruas

Nas ruas, a opinião das pessoas é semelhante à do especialista. “Eu defendo a busca de uma solução mais viável, como a regulação das festas rave”, diz o estudante de Ciências Sociais Rodrigo Magno, 23 anos.

Já o também estudante de Ciências Sociais Takeshi Ohashy, 18 anos, acha que uma fiscalização mais contundente pode comprometer os aspectos culturais inerentes à rave. “O contexto da rave é ligado a esse contato com a natureza. Trazer esse tipo de festa para o meio urbano faz com que o evento perca suas características básicas”, diz.

Na opinião da aluna de Psicologia Myleyde Silva, 23 anos, a circulação das drogas não é privilégio somente das festas raves. “Para mim, os agentes públicos deveriam ouvir o que pensam as pessoas que frequentam esse tipo de festa”, observa.

Motorista se apresenta

A discussão sobre as festas raves veio logo após o acidente com um ônibus superlotado que levava jovens para uma festa desse estilo, em Luziânia (GO), na Região Metropolitana do DF. Duas garotas morreram, entre elas Letícia Augier Figueiredo, 22 anos, enterrada no cemitério Campo da Esperança na tarde de ontem. A jovem era corretora de imóveis e sonhava em fazer antropologia na Universidade de Brasília (UnB) para trabalhar com comunidade indígenas. 

Também na tarde de ontem, o motorista do ônibus que levava os jovens se apresentou à polícia. Eli Rodrigues Pereira, 31 anos, prestou depoimento por quatro horas e, segundo a polícia, negou todas as acusações. Durante todo o tempo, o motorista esteve acompanhado do advogado, José Carlos Mendes.

Investigação

De acordo com o advogado, o motorista saiu do local do acidente por medo de ser linchado, já que recebia ameaças de passageiros. Ao contrário de alguns depoimentos, o advogado disse que seu cliente não havia ingerido bebida alcoólica durante o trajeto. “Os passageiros  ofereceram bebida alcoólica, mas ele recusou”, apontou.

Segundo o delegado Cleber Martins, o caso será investigado. “Nos próximos dias vamos ouvir todos os passageiros. Ele pode responder criminalmente pelas mortes. Para cada homicídio poderá pegar  pena de até 8 anos”, explicou.

Ponto de Vista

Para o sociólogo Pedro Duarte de Sousa, enquanto houve usuário, haverá oferta de drogas, “seja em festas rave, em casa ou em qualquer lugar”. Para ele, as políticas públicas devem ser mais eficazes. “É importante focar em ações de prevenção, tratamento e reabilitação. O debate deve ser aberto e ir fundo. As pessoas precisam ter consciência das graves consequências das drogas”, respaldou.


Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br

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