Postado por Moisés Tavares
Não se pode dizer que Júnior do Friboi é carta fora do baralho, porque está tentando se viabilizar, mas Goiás aposta que a disputa se dará entre os experimentados peemedebista e tucano
O planejamento é uma maneira de tentar capturar a vida, de torná-la mais racional e de tornar menos dispendioso e mais eficaz os investimentos — públicos ou privados. A política não é, naturalmente, infensa ao planejamento. Porém, pergunta-se: pode-se planejar a política a longo prazo? É muito difícil, mas os políticos tentam. A política é, sobretudo, uma atividade de curto e médio prazo. É mais conjuntura do que estrutura. Veja-se o caso do PMDB. Numa reunião menos tumultuada do que se esperava, no Diretório Regional, o empresário Júnior do Friboi — que, dada sua imensa fortuna, está se tornando integrante da seleta corte dos incorporadores imobiliários, em sociedade com o empresário Ilésio Inácio Ferreira, da Ademi — se tornou pré-candidato do partido a governador de Goiás. Mas será candidato? É o que todos os que se interessam por política, e não só os peemedebistas, perguntam — da maior à menor cidade do Estado.
Há quem acredite que o governador Marconi Perillo, do PSDB, será candidato apenas se Iris Rezende for o candidato do PMDB. O motivo é prosaico: o discurso do novo, se Marconi e Iris forem candidatos, não poderá ser usado por nenhum dos dois. No caso, a renovação não seria o centro do debate, porque os dois políticos representam, juntos, 32 anos de mando político no Estado — dezesseis anos cada grupo (PMDB versus PSDB-PP-DEM). Se o candidato peemedebista for Júnior do Friboi, Marconi lançaria, segundo esta visão, o seu vice-governador, José Eliton (PP), que poderia ser apresentado, como o empresário, como o “novo” — com a vantagem de, intelectualmente, ser mais consistente, embora o ex-sócio do JBS Friboi possa apresentar como trunfo sua experiência empresarial, que é um fato.
Mas em que 99,99% dos goianos realmente acreditam? (0,01% são os candidatos a deputado do PMDB, que precisam desesperadamente do dinheiro de Friboi para suas campanhas). Não se está sugerindo que Júnior do Friboi não poderá ser candidato. Estando pré-candidato, com uma estrutura financeira gigante — o presidente americano Theodore Roosevelt acreditava que dólares compravam tudo; quando não compravam, ele adotava o big stick (sistema que, claro, o goiano não poderá adotar) —, a possibilidade de que se torne candidato não é das menores.
Entretanto, 99,99% dos goianos — inclusos os políticos — acreditam em duas coisas: que o PMDB, depois do meteoro Júnior do Friboi, vai mesmo bancar Iris Rezende e que o PSDB vai lançar, pela quarta vez, Marconi Perillo. Os goianos estão iludidos? Talvez não.
Primeiro, como é que um governador que começa a se tornar bem-sucedido, com a imagem parcialmente recuperada — tanto que já lidera as pesquisas de intenção de voto (a boa aprovação na espontânea sinaliza rejeição em queda) —, vai abrir espaço para um candidato que, ainda que consistente e articulado, como José Eliton, não tem experiência sequer em campanha proporcional? Não se está dizendo que José Eliton não poderá ser candidato, e sim que é muito difícil Marconi Perillo, que se sente mais confortável em cargos executivos, abrir espaço se é apontado pelos eleitores como favorito. Só um terremoto político — e terremotos não costumam acontecer muitas vezes na política — pode retirá-lo do páreo.
Segundo, Iris Rezende aparece praticamente empatado com Marconi Perillo — atrás cerca de três a quatro pontos, dependendo da pesquisa — e dificilmente Júnior do Friboi vai se aproximar do tucano até março, que seria a data-base para definir se vai disputar ou não o governo de Goiás pelo PMDB. Iris Rezende não diz que não é candidato e não diz que é candidato e é isto que o torna (quase) candidato. Por enquanto, ante a perspectiva de que Júnior do Friboi pode emplacar como o “novo”, os candidatos a deputado estão ao seu lado. Quase todos de “olho gordo” no seu dinheiro. No entanto, se não deslanchar, o empresário vai puxá-los para baixo, reduzindo suas chances de vitória para o pleito proporcional. Daí, sem nenhum constrangimento, todos irão ao escritório político de Iris Rezende, na Avenida T-9, em Goiânia, convocá-lo para a disputa do governo. Pode-se dizer que isto é o pensamento tradicional — e, de fato, é. Mas é exatamente como as pessoas que circulam no meio político estão pensando.
Terceiro, o PT sente-se mais confortável ao lado de Iris Rezende do que em companhia de Júnior do Friboi. Há uma preferência pelo político — em detrimento do empresário.
Há quem acredite que o governador Marconi Perillo, do PSDB, será candidato apenas se Iris Rezende for o candidato do PMDB. O motivo é prosaico: o discurso do novo, se Marconi e Iris forem candidatos, não poderá ser usado por nenhum dos dois. No caso, a renovação não seria o centro do debate, porque os dois políticos representam, juntos, 32 anos de mando político no Estado — dezesseis anos cada grupo (PMDB versus PSDB-PP-DEM). Se o candidato peemedebista for Júnior do Friboi, Marconi lançaria, segundo esta visão, o seu vice-governador, José Eliton (PP), que poderia ser apresentado, como o empresário, como o “novo” — com a vantagem de, intelectualmente, ser mais consistente, embora o ex-sócio do JBS Friboi possa apresentar como trunfo sua experiência empresarial, que é um fato.
Mas em que 99,99% dos goianos realmente acreditam? (0,01% são os candidatos a deputado do PMDB, que precisam desesperadamente do dinheiro de Friboi para suas campanhas). Não se está sugerindo que Júnior do Friboi não poderá ser candidato. Estando pré-candidato, com uma estrutura financeira gigante — o presidente americano Theodore Roosevelt acreditava que dólares compravam tudo; quando não compravam, ele adotava o big stick (sistema que, claro, o goiano não poderá adotar) —, a possibilidade de que se torne candidato não é das menores.
Entretanto, 99,99% dos goianos — inclusos os políticos — acreditam em duas coisas: que o PMDB, depois do meteoro Júnior do Friboi, vai mesmo bancar Iris Rezende e que o PSDB vai lançar, pela quarta vez, Marconi Perillo. Os goianos estão iludidos? Talvez não.
Primeiro, como é que um governador que começa a se tornar bem-sucedido, com a imagem parcialmente recuperada — tanto que já lidera as pesquisas de intenção de voto (a boa aprovação na espontânea sinaliza rejeição em queda) —, vai abrir espaço para um candidato que, ainda que consistente e articulado, como José Eliton, não tem experiência sequer em campanha proporcional? Não se está dizendo que José Eliton não poderá ser candidato, e sim que é muito difícil Marconi Perillo, que se sente mais confortável em cargos executivos, abrir espaço se é apontado pelos eleitores como favorito. Só um terremoto político — e terremotos não costumam acontecer muitas vezes na política — pode retirá-lo do páreo.
Segundo, Iris Rezende aparece praticamente empatado com Marconi Perillo — atrás cerca de três a quatro pontos, dependendo da pesquisa — e dificilmente Júnior do Friboi vai se aproximar do tucano até março, que seria a data-base para definir se vai disputar ou não o governo de Goiás pelo PMDB. Iris Rezende não diz que não é candidato e não diz que é candidato e é isto que o torna (quase) candidato. Por enquanto, ante a perspectiva de que Júnior do Friboi pode emplacar como o “novo”, os candidatos a deputado estão ao seu lado. Quase todos de “olho gordo” no seu dinheiro. No entanto, se não deslanchar, o empresário vai puxá-los para baixo, reduzindo suas chances de vitória para o pleito proporcional. Daí, sem nenhum constrangimento, todos irão ao escritório político de Iris Rezende, na Avenida T-9, em Goiânia, convocá-lo para a disputa do governo. Pode-se dizer que isto é o pensamento tradicional — e, de fato, é. Mas é exatamente como as pessoas que circulam no meio político estão pensando.
Terceiro, o PT sente-se mais confortável ao lado de Iris Rezende do que em companhia de Júnior do Friboi. Há uma preferência pelo político — em detrimento do empresário.
Jornal Opção
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