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domingo, 29 de dezembro de 2013

O PT tem poucas chance sem o PMDB

Postado por Moisés Tavares
Falta de estrutura do partido em Goiás deve jogar para 2018 o sonho de Antônio Gomide ser candidato ao governo
Fotos:Fernando Leite/Jornal Opção
Antônio Gomide: quer ser candidato, mas a vez pode não ser no ano que vem






Cezar Santos
Não é de hoje que o PT vem ensaiando uma “rebelião” em relação ao parceiro PMDB no tocante à campanha ao governo no ano que vem. Há quem acredite que essa atitude seja para valer. Mas trata-se apenas de um jogo de cena, que faz parte do movimento necessário que o partido (qualquer partido) deve fazer para marcar posição. A razão é uma só: o PT goiano não tem condições para bancar uma candidatura própria. Ponto. Simples assim.

É verdade que uma mosquinha azul andou picando o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, que quer ser candidato ao governo. Gomide é talvez o político mais ponderado de seu partido, consciente do tempo e do espaço que o PT está ocupando e que pode vir a ocupar. Imaginemos então o que deve pensar o prefeito se a conjuntura o levar a ser candidato por seu partido, sem o PMDB de aliado.

Uma candidatura ao governo passa necessariamente por três caminhos: o financeiro, a conjuntura nacional e a estrutura partidária. Teria o PT em voo solo condição de levantar recursos para a campanha? A conjuntura nacional, ou seja, a prioridade do PT nacional favorece o PT goiano? O partido tem estrutura para concorrer com a base aliada governista em termos de capilaridade?

Nessa perspectiva, eis algumas das perguntas que o prefeito certamente já ensaiou com seus botões: Com quem vou formar a chapa majoritária? Será que os poucos bons nomes para candidatura na proporcional aceitam deixar uma eleição com altas chances para se arriscar ao Senado ou a minha vice?

Mais questionamentos: Tenho nomes bons o suficiente para formar uma chapa proporcional que dê peso no voto de legenda? Como fazer nos municípios onde nem temos diretórios formados, ou só embrião de diretórios? Como vou levantar fundos para bancar uma campanha caríssima? Esses são apenas alguns dos questionamentos que o prefeito já deve ter feito a si mesmo. Mas tem outros, muitos outros.

Além do mais, Antônio Gomide é desconhecido da larga maioria do eleitorado goiano, diferentemente do governador Marconi Perillo (PSDB), o provável adversário. E mesmo em sua Anápolis, se o adversário for Marconi, que sempre foi muito bem votado na cidade, vai “rachar” os sufrágios.

Por aí, se vê que a vida do prefeito Gomide, ao contrário do que muita gente pensa (ou finge pensar), não seria um “passeio” numa campanha solo em 2014. Mas seus correligionários insistem em plantar seu nome. E estão certos, política se faz assim também, na base da plantação.

Antônio Gomide mesmo sabe que não tem, ainda não, cartas boas para jogar esse jogo, principalmente se o adversário for o governador. Campanha majoritária não se faz só com voluntarismo. Reiterando, é preciso dinheiro, é preciso nomes fortes nas chapas proporcional e majoritária, é preciso um partido com capilaridade. O PT goiano não tem nada disso: tem poucos nomes fortes para as chapas proporcional e majoritária, não tem capacidade de levantar os recursos necessários para bancar candidatura ao governo, não tem capilaridade em Goiás.

Sem o PMDB, o PT goiano é um partido pequeno. O fato de ter as duas maiores prefeituras goianas não muda essa realidade. A de Anápolis, convenhamos, não foi pelo peso do partido. Foi a atuação de Antônio Gomide como vereador que lhe deu visibilidade para depois se lançar candidato após gestões horrorosas na cidade. Gomide foi eleito pelos méritos pessoais e não pelo peso de sua sigla. Já a Prefeitura de Goiânia, bem, nem é preciso falar. Paulo Garcia só é prefeito por obra e graça de Iris Rezende. Paulo mesmo admite isso.

Mas os petistas vão valorizar o próprio passe. Faz parte do jogo. Vão continuar insistindo na tese de candidatura própria. Os ingênuos, acreditando piamente na possibilidade; os pragmáticos, sabendo que o jogo de cena é só isso mesmo, jogo de cena, na hora certa, o negócio será entrar mais uma vez na proteção do guarda-chuva peemedebista. Com o PMDB o PT pode continuar ao lado do protagonista político da oposição; sem o PMDB, será apenas coadjuvante à distância.

A aliança PMDB-PT deve continuar para o bem das duas siglas. Ela foi vencedora duas vezes na Prefeitura de Goiânia. Na primeira vez, Iris engoliu o orgulho próprio e depois de ter sido insultado várias vezes pelos petistas, abriu seu PMDB para a coligação com eles. Não foi por generosidade, mas sim por estratégia.

Seria fácil mais uma vez o PMDB ganhar a prefeitura sem o PT. Mas Iris queria mais, queria viabilizar seu partido (com ele mesmo ou outro nome como candidato) como possibilidade efetiva na disputa ao governo, depois de três derrotas para os tucanos e aliados. Verdade que no primeiro embate, em 2010, foi mais uma vez surrado por Marconi. Mas ali ficou ratificado que só na união será possível a vitória conta o marconismo.

O PT também compreendeu naquele momento que a aliança seria boa para os dois. E continua sendo. Tanto para viabilizar a possibilidade de ganhar o governo, como para atender o objetivo maior do PT nacional, qual seja, reeleger Dilma Rousseff, que não tem uma posição tão confortável assim. Se a situação da economia continuar em marcha degringolante, com inflação subindo e o crescimento caindo, a reeleição de Dilma pode ficar em palpos de aranhas. Não à toa que muitos petistas falam na volta de Lula da Silva como candidato.

Por isso, a aliança com o PMDB é estratégica para o PT nacional. Logicamente que há exceções, há Estados em que os acirramentos locais são por demais delicados e a aliança pode não vingar. Mas em Goiás a posição do PMDB é vantajosa em relação aos petistas. Iris Rezende aparece competitivo em todas as pesquisas. Por isso, os peemedebistas são favoritos para a cabeça de chapa.

O PMDB é tão favorito que se o partido escolher Júnior Friboi como candidato em lugar de Iris Rezende, o PT vai ter de engolir, não vai ter essa de “não aceitamos”. Mesmo porque se o escolhido for Friboi, não tenha dúvida o leitor, Iris terá composto com o empresário, de uma forma ou de outra. Iris não vai “rachar” com seu próprio partido só para fazer gracinha para o  PT goiano.

Mas o jogo de valorizar o próprio passe não é capricho. Os petistas conscientes o fazem porque sabem que assim ganham espaço na mídia. Seus líderes estão a todo o momento dando entrevistas, repetindo o já repetido em tantas e tantas oportunidades.

Por exemplo, o deputado Luis Cesar Bueno já disse umas 300 vezes que o PT apoia um nome que tenha densidade eleitoral, liderança e poder de aglutinação. Bueno imagina que está sendo sutil e falando sem falar que Júnior Friboi não preenche os requisitos. É lero-lero, conversa fática que não diz nada, mas garante uma visibilidade que serve para fixar a sigla e o próprio nome do deputado, que por sinal é presidente do PT metropolitano.

Na mesma toada vão os outros petistas que têm inserção na imprensa, notadamente o novo presidente regional da sigla, Ceser Donizeti. E sempre esgrimindo o nome de Antônio Gomide. É uma ação inteligente, não resta dúvida. Mesmo porque do lado da situação, os governistas também fazem o mesmo, ficam num chove-não-molha e o pretenso candidato, o governador Marconi Perillo, obviamente não se diz candidato, já que não interessa a ele precipitar a campanha.

Ninguém tenha dúvida de que fora um ou outro mais açodado, os petistas estão conscientes de que sem o PMDB não há salvação. A única possibilidade de tirar a chave do Palácio das Esmeraldas das mãos de Marconi Perillo está na união. E união logo no primeiro turno, frise-se. Fracionar a oposição no primeiro turno para se unir depois pode ser um tiro no pé.

Um nome certíssimo para 2018
O prefeito Antônio Gomide pode até vir a ser candidato ao governo em 2014 por seu partido, sem apoio do PMDB. Se for, será uma jogada de altíssimo risco, sem nenhuma garantia de sucesso. Claro que nenhuma campanha é ganha antecipadamente, mas as condições objetivas para Gomide ter sucesso no ano que vem são problemáticas, conforme se discorreu no texto anterior.

Se Gomide se viabilizar para a disputa prescindindo do apoio do PMDB, as chances de sucesso caem para um nível baixíssimo. E é preciso analisar que o PMDB não abrirá mão da cabeça de chapa, o que seria entregar o protagonismo de oposição para o PT. Então, se a vez agora não é de Gomide, em 2018 não terá escapatória. É desde já o melhor nome que seu partido tem para a disputa, que, lembre-se, não terá Marconi Perillo.

O prefeito de Anápolis tem se destacado à frente da Prefeitura de Anápolis. Tem uma relação tranquila com o governo estadual, o que lhe angariou investimentos do Estado na cidade. Gomide é adepto da tese inteligente de que governo não briga com governo, diferentemente de seu colega de Goiânia, Paulo Garcia.

Dessa forma, Antônio Go­mi­de tem garantido boas administrações com parcerias saudáveis com o governo estadual, além de recursos federais aos quais ele pessoalmente vai buscar em Brasília. Além disso, o irmão deputado Rubens Otoni é o fiel escudeiro que viabiliza recursos e apoio político junto ao governo federal.

Não é por acaso que as gestões de Antônio Gomide em Anápolis recebem alta aprovação popular. É a pavimentação tranquila e segura que o prefeito está fazendo de um caminho rumo a 2018. Um nome que, a depender das circunstâncias, pode chegar quase imbatível daqui a quatro anos.
Fonte; Jornal Opção







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