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sexta-feira, 24 de agosto de 2012


PSDB ameaça apresentar relatório paralelo na CPMI do Cachoeira

Vice-presidente da comissão diz que o PSDB quer excluir do relatório as autoridades ligadas ao partido; relator diz que toda investigação tem de ser direcionada.
Arquivo/ Beto Oliveira
Carlos Sampaio
Sampaio citou os procuradores: "Temos de sufocar o braço financeiro da quadrilha".
A dois meses do fim do prazo estabelecido para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, o PSDB prepara um relatório paralelo ao do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG).
A iniciativa tem como objetivo pressionar o relator a ampliar o foco da CPMI e investigar as empresas fantasmas que receberam repasses suspeitos da construtora Delta, acusada de ser o braço financeiro do suposto esquema criminoso de Carlinhos Cachoeira.
De acordo com as análises já feitas pelo PSDB, que vão embasar o relatório a ser apresentado pelo partido, a Delta movimentou pelo menos R$ 40 bilhões nos últimos dez anos. Pelo menos R$ 413 milhões seriam frutos de desvio de dinheiro público, que passava por empresas fantasmas e era usado para pagamento de propinas e financiamento de campanhas, entre outros crimes.
O senador Alvaro Dias (PR), líder do PSDB no Senado, explica que a decisão de fazer um relatório paralelo foi tomada porque a bancada avalia que há orientação política na condução dos trabalhos da CPMI, "que quer limitar as investigações ao estado de Goiás", onde há pessoas suspeitas de integrar o esquema de Carlinhos Cachoeira com ligação com o governador, Marconi Perillo (PSDB).
“Nós estamos tendo dificuldade de aprofundar a investigação naquilo que é essencial: o desvio de dinheiro público. E sentimos que há uma orientação política que tem como objetivo evitar dar abrangência às investigações”, disse o senador.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que, se houver uma mudança de postura da direção da CPMI, seu partido poderá até apoiar o relatório oficial da comissão, suspendendo o relatório paralelo. “Ele só vai existir se o relator mantiver essa postura de direcionar as investigações, por exemplo, deixando de apreciar o braço financeiro que alimentou todos os agentes políticos corrompidos pelo esquema do Cachoeira. Segundo os procuradores que estiveram aqui na Câmara, a única forma de acabarmos definitivamente com a atuação do esquema é desarticular a parte financeira”, afirmou Sampaio.
Foco
Arquivo/ Saulo Cruz
Odair Cunha
Cunha: toda investigação precisa de foco.
O relator da comissão informou que vai analisar os dados antes de decidir se incluirá as empresas com transações suspeitas com a empreiteira na investigação parlamentar. Para isso, elas precisarão ter ligação direta com a organização de Cachoeira, desbaratada pelas operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal, que motivou a criação da CPMI.
“Toda investigação tem que ter foco. Tudo o que for identificado como movimentação suspeita constará do nosso relatório. Agora, nós vamos direcionar a investigação, porque a investigação se faz com direcionamento [para as operações Vegas e Monte Carlo]”, afirmou. Odair Cunha disse ainda que tem disposição de acolher as sugestões da oposição em seu relatório final.
Segundo o vice-presidente da CPMI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a iniciativa do PSDB é uma tentativa de excluir do relatório final as pessoas que são “caras” ao partido.

“Eu temo que esse relatório apresentado pelo PSDB queira livrar algumas autoridades que eventualmente estarão no relatório de Odair Cunha. Creio que essa é uma ação preventiva para retirar autoridades que estiveram envolvidas com Cachoeira”, avaliou Teixeira.  De acordo com ele, o relatório de Cunha preocupa os tucanos.
Reportagem – Ginny Morais e Tiago Ramos
Edição - Wilson Silveira

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