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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Aedes aegypti ‘do bem’ serão soltos no RJ

Os mosquitos transmissores da dengue são contaminados com uma bactéria que impede a transmissão do vírus
DIÁRIO DA MANHÃ
TALITHA NERY



Nesta quarta-feira (24) a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deu início aos testes de um método que tem como intuito reduzir as epidemias de dengue no país. O projeto infecta mosquitos transmissores da doença com uma bactéria chamada Wolbachia, que é capaz de bloquear a transmissão da dengue. AlgunsAedes aegypti foram liberados nesta manhã na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.
O bairro carioca de Tubiacanga passou por uma primeira fase de estudos onde os pesquisadores apresentaram o projeto aos moradores e fizeram o controle do Aedes aegypti da região. Todos os criadouros dos mosquitos foram destruídos para que não houvesse um aumento na população do inseto transmissor.
Após esta primeira etapa os insetos infectados com a Wolbachia foram soltos pela primeira vez na região hoje. A ideia é que as liberações de novos mosquitos sejam feitas entre três e quatro meses até que a população de Aedes aegypti esteja completamente com a bactéria em seu organismo. Após dois anos os resultados sobre os casos de dengue na região serão analisados.
O projeto Eliminate Dengue: Our Challenge (Eliminar a Dengue: Nosso desafio) é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos e já realizou testes semelhantes na Austrália, Vietnã e Indonésia. No Brasil, o projeto é liderado pelo pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira, que participou das pesquisas realizadas no exterior.
Os teste no país têm a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Todos os órgãos fizeram uma análise para ver se a pesquisa não traria nenhum problema à saúde das pessoas envolvidas e ao meio ambiente.
O projeto também está sendo financiado pela instituição responsável pelas pesquisas, Fiocruz, além de receber incentivo do Ministério da Saúde, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e por último do CNPq. As secretarias municipais de Saúde de Niterói e do Rio de Janeiro também atuam como parceiras do estudo.
Wolbachia é uma bactéria encontrada no meio ambiente e está presente em aproximadamente 60% dos insetos do mundo. Ela não apresenta nenhum risco a saúde humana e só é transmitida de mãe para filho no caso da reprodução de mosquitos. Durante os anos de pesquisas a cerca da bactéria, colônias de insetos infectados foram gerados e os próprios pesquisadores foram picados por eles e nenhum reação foi detectada.
A pesquisa traz resultados a longo prazo e os insetos são soltos em localidades específicas. Caso o método seja realmente eficiente e traga resultados positivos nas regiões do Rio de Janeiro a dependência dos métodos convencionais de prevenção a doença já não serão tão grandes. Outra vantagem é que o Ministério da Saúde irá expandir o projeto para outras regiões do país.
*Com informações Fiocruz e Eliminate Dengue

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