domingo, 29 de julho de 2012


Wilson Silvestre
Agnelo não ajuda o Entorno, só os candidatos do PT
Fotos: Jornal Opção
Governador Agnelo Queiroz: ajuda no Entorno, só para seus companheiros de partido
Há muito o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz deu às costas para a região Metropolitana de Brasília. Na lógica do neopetista, ajudar “ú Goiás” implica em reforçar a política do governador Marconi Perillo (PSDB) na região. Nas esquinas petistas, o sonho é desconstruir Mar­coni no Entorno e, a partir deste suposto enfraquecimento, alcançar o governo de Goiás em 2014. Os ideólogos desta trama imaginam que sem Marconi em 2014, “conquistamos ‘ú Goiás’ e consolidamos o projeto político de controlar o agronegócio na região Centro Oeste”. Esta estratégia por enquanto está confinada somente a alguns petistas coroados de Brasília, dentre eles, o governador de fato Swedemberge Barbosa.

Municípios estratégicos como Valparaíso onde o PT tem chances reais de conquistar a prefeitura, a candidata petista Lucimar Nasci­mento terá a seu favor a máquina do GDF contra Lêda Borges (PSDB). Para eles, derrotar uma das aliadas mais fervorosa de Marconi tem o simbolismo político do “calcanhar de Aquiles”, ou seja, o ponto fraco do PSDB. Este raciocínio é ampliado para Luziânia, onde o petista Didi Viana é o candidato a vice de Cristóvão Tormin (PSD). Esta aliança serve de contraponto para neutralizar os críticos de que o PT não se alinha com a base de Marconi. Se realmente esta equação se confirmar, o Distrito Federal passa a ser a ponta de lança do projeto de conquista da região considerada celeiro do Brasil. O controle desta produção de grãos, PIB em expansão é meio caminho para consolidar os 20 anos de poder do PT.

Um exemplo claro desta manobra está no passo de lesma do chamado PAC do Entorno. Na última reunião com a ministra do Planejamento, Míriam Belchior, os governadores Marconi Perillo, Agnelo Queiroz, senador Gim Argello (PTB-DF), deputados federais e nove prefeitos do Entorno, pediram agilidade nas obras de mobilidade urbana, saneamento e infraestrutura, a reposta foi que só no final de setembro ou outubro, o programa poderá ser iniciado. O PAC do Entorno foi elaborado em conjunto com o governo de Goiás e do Distrito Federal, mas por conta da disputa eleitoral, o GDF não faz muito esforço para superar a burocracia. “Não vamos dar oxigênio para nossos adversários”, resumiu um petista com gabinete encarpetado no Buriti.

Enquanto os candidatos do PT no Entorno alardeiam que os investimentos é “só do governo federal e do DF”, ignorando totalmente a contrapartida de Goiás, a base aliada de Marconi na região não move um dedo para contestar. “Já temos uma grande dificuldade para mostrar aos cidadãos de que estamos em Goiás e não no DF. As ações de políticas públicas passam por Goiânia e não pelo Palácio do Buriti, mas nossa base eleitoral não contrapõe os adversários mostrando à população o quanto o governo de Goiás tem feito na região”, lamenta um tucano de Valparaíso.

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