A VERDADE

Audiência de Julgamento

“A audiência de hoje foi muito produtiva para a defesa”

Dora Cavalcanti, advogada de Cachoeira, argumenta que o empresário não é o protagonista das investigações

Déborah Gouthier e Janaína Martins

A advogada de Carlos Cachoeira, Dora Cavalcanti, está otimista com o andamento das audiências de julgamento dos réus da Operação Monte Carlo. De acordo com ela, o primeiro depoimento deixou claro que o empresário não é o protagonista das investigações. “Quem veio hoje pôde constatar que nosso cliente não tem o protagonismo que se empresta a sua pessoa”, declarou à imprensa.

A advogada afirmou, por causa disso, a prisão de Cachoeira é uma antecipação do mérito. “Os objetos dessa ação penal estão distantes do meu cliente, não passam sobre nenhuma cadeia de comando do Carlos Augusto Ramos. Isso só faz palpitar a injustiça de ele ser o único que continua preso depois de 150 dias”, alegou.

Dora também manifestou insatisfação com a falta de conhecimento do material das investigações na íntegra. De acordo com ela, foram investigadas 213 linhas telefônicas, de modo que ainda não se sabe o motivo das mesmas. “A audiência mostrou o que já vínhamos dizendo. A defesa não quer que o processo se arraste, mas é fundamental que venham aos autos o universo global das pessoas investigadas, e não só a análise feita pelo Ministério Público e a Polícia Federal”, completou. Para a advogada essa conduta evidencia uma “mega interceptação telefônica” com a intenção de subsidiar uma acusação construída sem provas.

Quase ao final do segundo depoimento do dia, Dora confirmou o otimismo inicial à imprensa. De acordo com ela,  as audiências estão sendo, até o momento, "profundamente esclarecedoras" porque comprovam as ilegalidades das interceptações telefônicas. A advogada também frizou que puderam comprovar que os policiais federais tinham conhecimento da Operação Vegas. "Com isso há muito a ser compreendido e explorado em  termo de legalidade da investigação", completou.

FONTE:JORNAL OPÇÃO