PEC vincula aumento do salário de parlamentares ao dos ministros do STFCongressistas acabaram com os 14º e 15º salários, mas pretendem aprovar reajuste salarial que aumenta gastos em R$ 33,3 milhões até 2014
Com a aprovação do fim do 14º e do 15º salários há 11 dias, o que era para ser uma economia de R$ 31,7 milhões aos cofres do Congresso nos próximos dois anos corre o risco de se transformar em custo extra de R$ 33,3 milhões até o fim de 2014. A compensação no bolso dos parlamentares será possível com a aprovação de uma proposta de emenda constitucional (PEC) que os deputados mostram disposição em votar em breve. O texto vincula o aumento do salário deles ao dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e tira-lhes a responsabilidade de mexer no próprio contracheque. Como o reajuste na remuneração dos integrantes do STF já está garantido até 2015, os parlamentares esperam livrar-se da imagem de legislar em causa própria, mas acabam devolvendo com uma mão o ônus que tiraram dos contribuintes com a outra.
A movimentação para aprovar a PEC ganhou fôlego no início de fevereiro, quando o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), avisou no colégio de líderes que pretendia colocar em pauta o projeto sobre os salários extras. A ideia de levar a proposta de vinculação ao plenário ao mesmo tempo foi do próprio autor, Nelson Marquezelli (PTB-SP). “Ele foi vencido porque ninguém queria tirar o foco do projeto sobre o 14º, tão bem visto pela sociedade, mas ficou claro que iam apenas esperar a poeira baixar”, comenta uma liderança que participou das reuniões e prefere não se identificar. O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), não esconde: “A proposta está pronta para votação e deve ir ao plenário a qualquer momento, com grande apelo para ser aprovado”. Carlos Sampaio (SP), líder do PSDB, relata: “Pelo que senti, o tema vai voltar à baila e logo ser abordado novamente no colégio de líderes”.
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