Bullying Violência gratuita
Atualmente, muito tem se falado sobre “bullying”. Famosos e pessoas comuns cada vez mais tem confessado ter enfrentado o problema, principalmente quando crianças. Mas o que é mesmo esse mau do século?. Conforme psicólogos e psicopedagogos, “bullying”, trata-se de um termo de origem inglesa, usado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos que é praticado por uma ou mais pessoas e até grupos maiores, com o firme propósito de intimidar ou agredir alguém que não tem o poder de defesa. No Brasil, dicionaristas dizem que o termo equivale a “mexer com, tocar, causar incômodo ou apoquentar, produzir apreensão em, fazer caçoada, zombar e falar sobre”, entre outros. Com isto, é correto o uso de palavras derivadas como “bulimento” que significa a própria ação e “bulidor” para designar as autorias. O assunto é atual, mas é certo que eles ocorrem desde que o mundo é mundo. Tempos atrás, situações de bullying eram taxadas pelos pais de que as crianças eram “preguiçosas e que não queriam ir à escola” ou de que “não queriam estudar”. De acordo com especialistas, se outrora os pais não interferiam na vida escolar dos filhos, hoje o quadro é diferente. Muitos deles insistem por ficar sabendo da vida escolar dos filhos e que a velha história do “apanhou na rua, volta lá e bate também” é coisa que ficou no passado. Conjecturas à parte, o certo é que tanto ontem quanto hoje, as situações constrangedores persistem e acontecem em todas e quaisquer esferas, idades e níveis sociais, principalmente nas escolas. Embora sendo mais comum na infância e adolescência, há registros de bullying em adultos, quando estes são expostos a situações consideradas vexatórias. “Os casos são os mais diversos possíveis e ocorrem sem nenhum aviso prévio”, garante a professora Rosemeiry Rodrigues dos Santos, autora e coordenadora do “Projeto Bullying”, que é desenvolvido pela Secretaria de Educação de Águas Lindas de Goiás em todas as escolas municipais e, quando acionado, nos colégios estaduais e da rede privada. Conforme ela, ganhadora da primeira causa de bullying no país, a implantação do projeto na municipalidade foi pensado para que nenhuma criança com idade ate os 13 ou 14 anos, não passe pelo que o seu filho Yan, hoje com 14 anos, passou. “Ele sofreu bullying quando tinha sete anos em uma escola particular da cidade de Ceilândia (DF). Sofreu agressões gratuitas por parte dos colegas. Até hoje ele faz análise”, conta. Conforme ela, que tem experiência de sobra no assunto por ter sofrido na carne, muita gente ainda confunde o verdadeiro significado da doença e desconhecem os seus sintomas. A forma mais comum de “bullying direto”, conforme Rosemeiry, está relacionada aos homens. A maior incidência do “indireto” (agressão social) é entre mulheres e crianças pequenas. As duas formas, geralmente, são caracterizadas por forçar as vítimas a completos isolamentos sociais. Os agressores usam técnicas como de espalhar comentários; recusar se socializar com a vítima e intimidar outras pessoas que desejam entrosamento com a mesma e também de ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos sociais como raça, religião ou incapacidades. Segundo pesquisas, os agressores costumam ter personalidades autoritárias, com necessidades prementes de dominação e controle e não têm nenhum problema de autoestima. Se tornam agressivos com muita facilidade e tudo leva a crer que a origem do problema vem da infância. Já os bulinados, os que sofrem as ações, costumam ser tímidos, retraídos, envergonhados, inseguros e terem baixa autoestima. Daí a facilidade de sofrerem “bullying”. Para a professora e coordenadora do Projeto Bullying em Águas Lindas, no caso da violência, o apoio da família é de suma importância para que a pessoa saia do quadro sem ficar sequelas já que vai se sentir amparada e segura. Quando da omissão da família, a vítima pode ser tornar de vez uma pessoa insegura e com baixíssima autoestima e a outra, é entrar para a delinquência. Fiel defensora do projeto que criou, às vésperas do Dia das Mães, a professora tomou ciência de uma nota jornalística veiculada pela imprensa local e resolveu ajudar a garota citada na reportagem. “Fui averiguar. O problema do bullying é sério e pode acarretar sequelas para o resto da vida”, destacou ela que foi até a comunidade escolar e familiar da criança para apurar o caso. Conforme Rosemeiry, toda e qualquer evidência da menina ter sofrido bullying, conforme a mãe tinha afirmado, foram descartadas. “A criança estava enfrentando um problema particular, de família. Bullyng não foi mesmo”, afirmou a especialista. Para Rosemeiry é de fundamental importância que pais ou responsáveis pelas crianças fiquem atentos aos sinais da doença como a não vontade de ir à escola; pedir a troca da instituição; solicitar que a leve para a escola ou mudar constantemente de trajeto e apresentar baixo rendimento escolar ou baixa autoestima. Atentar para os fatos de a criança estar chegando em casa com machucados inexplicáveis ou com as roupas e livros rasgados ou, ainda, ter pesadelos durante o sono. Rosimeiry destaca que a ajuda da família é de suma importãncia para que a criança vença o problema e que não se torne um adulto com problemas. O Projeto Bullying de Águas Lindas foi criado em 2009 e as palestras podem ser agendadas na Secretaria de Educação.
FONTE:REVISTA ÚNIKA
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