sábado, 14 de fevereiro de 2015

Cristovam diz que governo precisa ouvir clamor das ruas







O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) subiu à tribuna nesta quarta-feira (11) para dizer que a palavra impeachment é perigosíssima e mostra uma democracia doente, mas é realidade e está na boca do povo. Em sua avaliação, o governo precisa ouvir o clamor das ruas.
De acordo com o parlamentar, embora “existam golpistas com vontade de impeachment”, essa possibilidade não é resultante de golpe, mas de “sucessivos erros do governo na política econômica”.
— É culpa de um governo que, até três meses atrás, falava com a voz do marqueteiro mentindo e agora fala com a verdade do ministro da Fazenda. As medidas duras não fariam essa palavra dura, impeachment, aparecer. O que leva a ela é o fato de que Dilma contradiz, como presidente, seu discurso de candidata.
Cristovam tratou também do que seria uma suposta perda do controle do funcionamento do Congresso. Citou, como o que considera exemplo dessa situação, o comportamento do presidente da Casa, Renan Calheiros, na sessão seguinte à sua eleição.
— O PT, o PMDB, todos os partidos da base do governo têm de entender que há um profundo descontentamento na sociedade e deve-se abrir o diálogo. A presidente prometeu diálogo no primeiro dia, no momento da sua eleição e o esqueceu depois.
Em aparte, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) observou que um pedido de impeachment precisa ser processado e julgado pelo Senado, motivado por fato objetivo e responsabilidade objetiva. Para ela, essa discussão remete a golpe, e não a um debate democrático.
— A oposição não se convenceu de que perdeu a eleição. Nós não temos medo de assumir que temos uma crise e dificuldade para enfrentar, mas não é com discurso fácil que nós vamos enfrentar essa dificuldade.
Cristovam disse não integrar movimento por impeachment de Dilma. Afirmou, no entanto, que o governo precisa reconhecer sua impopularidade, sentimento que pode crescer, como advertiu.
— Aí se perde o controle, como vocês perderam o controle da economia por falta de ouvir alertas. A cegueira, aliada ao golpismo, é um perigo muito grande para a nossa democracia — afirmou Cristovam.

Agência Senado 

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