CAMPANHA DE UTILIDADE PÚBLICA--INFRAESTRUTURA

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domingo, 5 de maio de 2013


Propaganda
Anunciante goiano aposta mais na internet. Mas ainda é pouco
Publicidade on-line é a segunda que mais movimenta dinheiro no mercado. Para este ano são esperados negócios de mais de R$ 6 bilhões em propaganda na internet
Renan Accioly
Frederico Vitor
Faz muito tempo que a publicidade on-line, aquela feita para atingir o público de internet, deixou de ser uma opção. Segundo a Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil), principal órgão representativo do segmento digital interativo brasileiro, o mercado publicitário na web se consolidou como o segundo maior meio em participação no bolo da área, ultrapassando jornais e ficando atrás apenas da TV. Os grandes anunciantes brasileiros movimentaram R$ 4,57 bilhões no ambiente digital em 2012. Para este ano, a estimativa é que se movimentará mais de R$ 6 bilhões, representando crescimento de 32%.

Mesmo assim, os grandes anunciantes de Goiás, como de todo Brasil, reservam a maior parte do orçamento de publicidade para a mídia off-line, ou seja, aquela fora da rede mundial de computadores. A grande vantagem em fazer publicidade na internet é o custo-benefício, se comparado, por exemplo, à de TV e ao de impresso.  Além do preço de uma campanha on-line ser mais em conta do que as tradicionais, também é possível atingir um público amplo, às vezes maior que os de jornais e revistas de grande circulação.

Veículos off-line tradicionais possuem dados como tiragem e números de telespectadores, mas é difícil afirmar realmente quantas pessoas foram impactadas pelos anúncios. De fato não existe cálculo de retorno preciso, ao contrário da internet. A publicidade on-line possibilita contar o número preciso de visualizações do anúncio, cliques, data e hora dos melhores resultados. Aliado a esta praticidade, existem ferramentas confiáveis — algumas gratuitas, como o Google Analytics — de medição de acessos para analisar a eficácia da campanha.

Em Goiás os negócios publicitários voltados para internet estão em franca expansão. Nos últimos anos surgiram agências especializadas no mercado digital que conseguem sobreviver angariando clientes que focam o público on-line. As tradicionais agências que há muito tempo viviam com os negócios publicitários voltados ao impresso, rádio e TV, hoje conseguem conciliar ambos os mercados — on-line e off-line. Há casos em que se terceiriza a demanda digital, ou empresas que recorrem a parcerias com outras que têm como especificidade as mídias digitais. Mas quase nenhuma delas deixa de fora o mercado da internet.

E os anunciantes de Goiás, estes dedicam generosas verbas publicitária para anúncios na web? Há todo tipo de anunciante em Goiás. Existem os que preferem atuar ainda no mercado off-line e os que buscam a publicidade na web, o perfil depende da tática usada por cada uma delas para se chegar ao público-alvo. Anunciar na televisão sempre terá um custo mais elevado do que na internet, o que coloca o volume de gastos com propaganda on-line inferior ao off-line no mercado publicitário goiano.

Zander Campos Júnior é presidente da Cannes Publicidade e da Associação Brasileira de Agências de Publicidade, capítulo Goiás (Abap-GO). A Cannes tem 56 anos de atuação no mercado publicitário goiano e de outros Estados. Zander explica que existem duas categorias de anunciantes que operam no Estado: as empresas nacionais e as genuinamente goianas.

Todas elas, de alguma forma, estão presentes no ambiente web, seja na forma de publicidade ou de e-commerce — comércio via internet. “Cada uma em seu segmento, algumas mais agressivas em função de sua particularidade de mercado,  outras mais institucionalizadas”, afirma. As empresas nacionais que mais investem no mercado publicitário da internet em Goiás são: Ponto Frio, Magazine Luiza, Pão de Açúcar, Wal Mart, Carrefour, Ricardo Eletro e Americanas.com. “A briga é mais acirrada no setor de telefonia móvel, onde empresas como OI, Claro, Vivo e Tim adotam estratégias que particularizam com o hábito da região, fazendo uma publicidade regionalizada de acordo com a tática adotada.”

Dos anunciantes locais, Novo Mundo e Fujioka são os que mais investem em publicidade on-line, sendo que o primeiro dispõe de um departamento próprio de publicidade na web. As redes de drogarias também vêm aumentando o espaço neste nicho de mercado. Outros dois grandes anunciantes que direcionam grandes somas em publicidade na web são os governos estadual e federal. O governo local, além de abranger a comunicação das secretarias e autarquias, também mantêm um próprio portal de notícias. O governo federal destina todos os anos, milhões em verbas para anúncios digitais, sendo a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil os campões de anúncios, inclusive no mercado local.

Os profissionais da área defendem que a indústria da comunicação no Estado reúne talentos que nada ficam a dever em capacidade técnica e qualidade, aos maiores mercados publicitários do país. Como este ainda é um negócio emergente, não existe estudo que aponte o quanto este mercado movimenta por mês ou por ano no Estado.
Ações integradas

Em uma perspectiva crescente em termos de investimentos, a publicidade digital ainda não resolve todos os problemas. Pelo menos é o que defende o pu­blicitário da Monet Comu­ni­ca­ção — empresa publicitária focada em pequenos negócios — e professor do curso de Pu­bli­cidade da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Hildeu Andrada Júnior. “Mesmo sendo a bola da vez, o mercado digital não resolve tudo. As ações devem ser integradas para se chegar a um resultado.”

Em relação às empresas goianas do ramo de publicidade que, de forma direta, ainda não entraram no campo da web, Hildeu Andrada explica que é uma questão de foco e de adaptação ao esquema de remuneração do mercado publicitário brasileiro. Há uma lei sancionada em 1965 — lei 4.680 — que determina que a remuneração do mercado publicitário é em cima de desconto padrão, ou seja, por comissão de veículos.

Trocando em miúdos, 20% do anúncio vai para as agências, por isso que o mercado off-line ainda é grande não só em Goiás, mas em todo país. “O mercado off-line é muito mais rentável do que digital. Não existe uma agência digital grande no Brasil que fature mais do que uma grande agência off-line. Não há esta possibilidade ainda”, argumenta Hildeu Andrada.

A agência Cannes, de Zander Cam­pos, opera em todas as ferramentas, tanto na web quanto off-line. Ele afirma que dispõe de um núcleo de internet na empresa responsável pela criação on-line, exceto em ocasiões especiais que requerem uma parceria ou terceirização do trabalho digital. “Quando pegamos um trabalho muito grande ou muito complexo, às vezes, em outros Estados, recrutamos no mer­cado companhias para pontualmente atender aquele trabalho”, ressalta.

O profissional que atua no ramo da publicidade para internet enfrenta forte concorrência, apesar de agir em um mercado cada vez mais crescente. Além dos cursos de Publicidade, há outras graduações que ministram aulas voltadas para o campo da web, como por exemplo, as Faculdades de Tecnologia e de Artes Plásticas. Há também os cursos técnicos de formação mais curta, além das especializações na área. Goiânia e outras capitais do Brasil já contam com MBA em Mídias Digitais e Marketing Digital, que a cada ano lança no mercado mais profissional especializado.
Publicitários que acreditaram e venceram no mercado on-line
Um destes profissionais que conseguiu se estabelecer neste mercado, que é cada vez mais competitivo, foi Francis Barros, da Voz Propaganda, com sede em Jataí, no Sudeste goiano, mas que captou clientes em toda região, em Minas Gerais e outras unidades federativas. Há dez anos atuando em publicidade off-line e na web, ele afirma que ainda há empresas resistentes em anunciar no ambiente on-line, mas que ao passar do tempo, os empresários vêm enxergando na plataforma digital uma alternativa para divulgar os negócios. “Já ultrapassamos a fronteira de nosso município e, em breve, teremos nossa agência também em Goiânia. Vejo como promissor este mercado. Quem tiver a disponibilidade de encarar esta área no início, com certeza colherá bons frutos em breve.”

A agência de Francis atua com mais consistência na produção de websites e com campanhas em redes sociais. Uma campanha bem-sucedida empreitada pela sua agência foi a divulgação da Feira de Exposição Agro­pecuária de Jataí, no ano passado. O trabalho, por meio de material na web, repercutiu positivamente até no continente asiático. “Os empresários devem atentar para as redes sociais, pois elas representam uma mídia que tem feedback, diferentemente do outros meios, em que há pouca repercussão de campanhas. Quando uma marca consegue interagir com o usuário web, mesmo para responder críticas, ela consegue captar muito mais resultados positivos.”

Outro nicho de mercado que também cresce é a de marketing promocional na web. Marcela Cunha dirige a Mix Marketing e Eventos, que atua há oito anos em Goiânia e há cinco em Brasília. Ela afirma que este mercado está em pleno crescimento e que poderá dobrar nos próximos anos. “Arrisco a dizer que a parte de marketing promocional e web ocupa mais de 50% da verba publicitária. Já participei de briefing em que o cliente convocou para mesma reunião, representantes da agência de publicidade, de marketing promocional e de web. Hoje a verba está dividida.”

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