CAMPANHA DE UTILIDADE PÚBLICA--INFRAESTRUTURA

CAMPANHA DE UTILIDADE PÚBLICA--INFRAESTRUTURA
CAMPANHA DE UTILIDADE PÚBLICA--INFRAESTRUTURA

sexta-feira, 31 de maio de 2013

MD E REDE SÃO OPÇÕES A INSATISFEITOS?
Novos partidos atraem lideranças políticas em rota de colizão com outras agremiações se utilizando das brechas da legislação eleitoral
Tribuna do Planalto
Ana Paula Viana, Daniel Gondim, Deusmar Barreto, Eduardo Sartorato, Filemon Pereira e Rubens Salomão

A cerca de cinco meses para o fim do período de filiações para quem for disputar cargo eletivo nas eleições de 2014, dois novos partidos prometem mexer algumas peças no tabuleiro da sucessão. O Movimento Democrático (MD), resultado da fusão entre PPS e PMN, e a Rede Sustentabilidade, que será fundada pela ex-senadora e candidata à presidência da República, Marina Silva, surgem como caminhos para as lideranças insatisfeitas em seus atuais partidos. Nos dois casos, há possibilidades de mudanças sem que políticos com mandatos tropecem na Lei da Fidelidade Partidária.
A Rede Sustentabilidade nascerá em Goiás com, pelo menos, um vereador na capital e um deputado estadual. Elias Vaz (Psol), parlamentar goianiense, já acertou a sua ida para a nova agremiação. Ex-candidato ao Senado e ex-suplente de vereador em Goiânia, Martiniano Caval­cante (Psol) também seguirá os passos de Vaz, e passará para a Rede assim que o partido for oficialmente criado.
O partido de Marina Silva também terá um deputado estadual. Major Araújo, atualmente no PRB, acertou com a própria ex-senadora a sua transferência para a Rede que, assim, terá representação na Assembleia Legislativa do Estado. Araújo reclama de isolamento no PRB e, por isso, optou pela mudança. “Apesar de ser o único deputado, eu não participava da propaganda eleitoral do partido na televisão e, assim que demonstrei meu interesse em sair do partido, fui afastado da vice-presidência do diretório”, reclama.
Mesmo como a liderança com mandato de “maior patente” no Estado, Major Araújo descarta que atuará como o maior comandante da Rede. “O nosso partido será algo novo. Não teremos um presidente, mas sim uma assembleia que decidirá os rumos do partido democraticamente. Gostei muito da proposta do partido e acredito que será uma nova forma de fazer política”, explica.
Marina visitou Goiânia na segunda, 29, com o objetivo de organizar o partido no Estado e coletar assinaturas para a homologação da Rede junto ao Tribunal Superior Eleitoral. Na oportunidade, Marina se esquivou de uma provável nova candidatura à presidência da República em 2014 e disse que a prioridade é viabilizar o partido. Vale lembrar que a ex-senadora corre contra o tempo. O novo partido precisa estar oficialmente criado até o fim do prazo de filiações, no início de outubro. Além disso, Marina tenta driblar um projeto de lei apresentado por aliados do governo federal que barra a criação de novas agremiações.
Como a Rede Sustentabi­lidade é um novo partido, políticos com mandato podem se filiar sem que corram o risco de perderem suas cadeiras por infidelidade partidária. Foi o caso do PSD, criado em 2011, que conseguiu atrair políticos insatisfeitos de várias legendas, principalmente do DEM, ex-partido do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab.

MD

Apesar de PPS e PMN já terem aprovado a fusão, o MD, partido fruto da junção do PPS e do PMN, ainda aguarda registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo assim, o processo será mais rápido do que o da criação de um novo partido, já que várias etapas da homologação não serão necessárias, visto que se trata de uma fusão de dois partidos já existentes.
Em Goiás, o MD pode nascer com um deputado federal. Há rumores de que o parlamentar Armando Vergílio (PSD) pode ingressar no partido por estar descontente dentro do seu atual partido e em rota de coalizão com as maiores lideranças do PSD goiano.
Armando tem reclamado de falta de espaço no governo e influenciou a saída de Sílvio Sousa (PSD), seu aliado, da secretaria de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Goiânia, há algumas semanas. Como ele foi eleito pelo PMN, Vergílio tem sinal verde para retornar ao partido, agora MD, sem perder o seu mandato em Brasília.
Na Assembleia Legislativa, o MD contará com o deputado Elias Júnior (PMN). Ele mostrou entusiasmo ao falar do novo partido e citou a afinidade entre o PMN e o PPS também em Goiás. Elias, porém, não confirmou se o MD sairá da base do governo de Marconi Perillo (PSDB). “Agora seremos mais fortes com o MD. O PMN é da base do Marconi e quando for oficializada a fusão, isso será discutido, mas a tendência é permanecer na base”, defende.
Nem tudo, porém, são flores na fusão entre PMN e PPS. Dois vereadores em Goiânia, Edson Automóveis e Domingos Sávio, ambos PMN, anunciaram que deixarão o partido e ingressarão no PT do prefeito Paulo Garcia. “Não queremos ser oposição ao partido do prefeito”, diz Edson.
O posicionamento anti-governo Dilma e PT será a bandeira principal do novo partido. Isso deixa os dois parlamentares em xeque e a mudança iminente. “A única coisa que eu tenho mais que certeza é que o MD será de oposição à Dilma Rousseff”, ratifica o presidente do diretório estadual do PMN e deputado estadual, Elias Júnior, que se recusa a pronunciar sobre a saída dos vereadores enquanto a ação “não for oficial”.
No entanto, a confirmação das novas filiações só se dará quando for sacramentado o MD. Apesar do embate, Edson Automóveis garante que só ficaria junto do PMN se não houvesse a fusão e oposição ao PT, o que será improvável, já que a união foi anunciada nacionalmente.
Constitucionalmente, o parlamentar tem direito de mudar de sigla caso haja fusão de partidos, mas respeitando o prazo de até 30 dias após a união. Por isso, segundo a assessoria de Edson Automóveis, há pressa para que o processo se concretize e garante que a filiação ao PT vai acontecer.
Apesar de ainda não ter sido registrado no TSE, o MD já divulgou a composição do diretório executivo nacional. Informações divulgadas no site do PMN mostram como será a estrutura organizacional do partido.

O presidente do novo partido será o deputado federal Roberto Freire (SP), que comandava o PPS. A vice-presidência executiva do partido será ocupada por Telma Ribeiro, ex-presidente em exercício do PMN. Na composição do diretório estarão 125 titulares e 55 suplentes. Ficam em aberto 24 vagas de titulares e 22 de suplentes para que sejam preenchidas por futuras lideranças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário