ALIANÇAS
Bom para o município, nem tanto para a cúpula partidária
A socialização do homem tem na política o melhor exemplo de como se deve conviver com os contrários. O adversário de ontem torna-se aliado de hoje em nome do “bem social e econômico dos cidadãos”. Esta constatação ficou comprovada mais uma vez nesta quadra de disputas eleitorais pelo comando dos municípios, quando os interesses regionais atropelaram o desejo dos caciques das legendas em horizontalizar as coligações.
Mesmo correndo risco de chegar em 2014 rachados, PMDB, PSB e PT, bloco de oposição ao governador Marconi Perillo (PSDB), não conseguiu manter este cenário nos municípios. As motivações para a “rebeldia” dos filiados vão de simples cargos na prefeitura aos interesses econômicos e partidários visando a próxima disputa. Estas alianças fortalecem, às vezes, candidaturas que não inspiram no eleitor comum chances de vitória, mas tornam-se uma grande oportunidade para que rixas antigas sejam zeradas em nome do projeto de poder.
O Jornal Opção ouviu alguns candidatos e, principalmente, vices que “dobraram” caciques de seus partidos para manter parcerias nos municípios. “Sou um tucano histórico desde quando o nosso líder em Goiás, Marconi Perillo foi candidato a deputado estadual. Nunca deixei de segui-lo em suas orientações políticas, mas no caso de Cristalina, os interesses do município falam mais alto. Graças a Deus, nunca foi necessário termos que contrariar uma decisão do partido”, conta o presidente do PSDB local e candidato a vice na coligação do prefeito Luiz Carlos Attié (PSD). Fachinello ajudou na costura para que o PSDB não marchasse com a oposição ao prefeito. “O peso maior nas alianças regionais, como no nosso caso, sempre pende pelo lado do interesse de Cristalina”, resume.
Outro candidato a vice, Marquinho Abrão, do bloco de oposição à reeleição de Attié, encabeçada pelo petebista Edu Martini, também da base do governo Marconi Perillo, tem quase a mesma opinião de Fachinello: “Penso que o desenvolvimento de nosso município, como geração de emprego, saúde de qualidade, educação e bem-estar social para todos, pesa muito na hora em que um político vai buscar uma coligação. Este foi o meu caso. Quero o melhor para Cristalina, independentemente da cúpula do meu partido, o PPS. Se a direção regional forçasse uma coligação que contrariasse estes princípios, renunciaria ao meu mandato”, afirma Marquinhos. Ele arremata: “Por isso optei em ser o vice de Martini, pois sei que não vou ser uma mera figura decorativa. Vou participar efetivamente do governo”.
Em Águas Lindas, o candidato do PTB, Hildo do Candango, conseguiu, após exaustiva negociação, conquistar o apoio do PMDB, que indicou o popular radialista Luiz Alberto, popularmente conhecido como Jeribita, como vice. “Se não fosse a compreensão da executiva estadual, que levou em consideração o projeto de modernização de Águas Lindas, idealizado pela aliança do deputado Hildo, dificilmente teríamos fechado um acordo”, resumiu Jeribita. Ele reconhece que foi algo complicado coligar com um candidato que pertence à base do governador Marconi Perillo, mas que “prevaleceu o forte apelo desenvolvimentista defendido por Hildo”. Jeribita defende uma nova prática política em Águas Lindas. “Se não mudarmos, o povo vai continuar desacreditando nos políticos que só prometem mas, quando chegam ao poder, revelam a face cruel do descaso e da incompetência administrativa”. Embora não tenha citado o prefeito Geraldo messias (PP), a crítica é endereçada a ele por conta de uma gestão desastrada e omissa.
FONTE:JORNAL OPÇÃO
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