domingo, 6 de abril de 2014

“Meta do PPS é estar presente em todo o Estado em dois anos”

Postado por Moisés Tavares


O pré-candidato a deputado federal e presidente regional do PPS, Marcos Abrão, fala sobre os projetos futuros do partido em Goiás


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O ex-presidente da Agehab Marcos Abrão Roriz (PPS) vem de origem tradicional na política de Goiás. Sua família contempla nomes importantes como da senadora Lúcia Vânia, do ex-deputado federal Pedrinho Abrão e de Moisés Abrão. Assim como seus familiares, Marcos, que é presidente do PPS em Goiás, também busca seu espaço na política sendo pré-candidato a deputado federal este ano. Em entrevista concedida à Tribuna na quarta, 2, Abrão fala sobre o panorama político em Goiás, as eleições 2014 e também sobre o trabalho que vem fazendo para tornar-se deputado federal pelo partido. “Procuro melhorar o meu país. Quero um mundo melhor para meu filho, para minha filha e esse é o meu desafio”, explica. O presidente da legenda também lembrou que o seu projeto à frente do PPS é fazer com que o partido esteja presente em todos os municípios goianos daqui a dois anos. “No último mês nós já fundamos dez diretórios. Nossa meta é estar presente em todos os municípios goianos em até dois anos”, traça. Por fim, Abrão não descartou montar um palanque especial para receber o presidenciável Eduardo Campos (PSB) e também o governador Marconi Perillo (PSDB), ambos apoiados pelo PPS.



Tribuna do Planalto – Marcos, como está estruturado hoje o PPS para tocar as campanhas que pretende tocar?
Marcos Abrão Roriz – Primeiro o PPS hoje, entre diretórios e provisórios, já está presente em mais de 150 municípios em Goiás. Quando eu assumi o partido em dezembro do ano passado, ele tinha exatamente 150 entre diretórios e em provisórios. Somente no último mês nós já fundamos mais de 10 diretórios. Ou seja, nós estamos falando de certamente mais de 160. Nós temos duas equipes rodando o Estado e fazendo levantamento de pessoas e de lideranças, pessoas novas ou que já trabalharam conosco e fundando esses provisórios. Nossa meta é fechar em maio pelo menos 200 municípios servidos pelo PPS. Isso me dá satisfação. Em todos os lugares que chegamos para os encontros, eu também revejo amigos, que trabalharam comigo apostando nesse projeto. Colegas antigos, desde a época da Goiás Industrial como os de agora, destes 200 municípios. Então, fica muito mais tranquilo trabalhar a questão política já conhecendo o Estado. Eu conheço todos os 246 municípios de Goiás e isso é fruto de mais de 15 anos de trabalho. Para a divulgação do PPS essa realidade também é muito importante.
O PPS teve um período de muita briga interna. Isso já está superado?
Um partido de esquerda democrática como o PPS, que tem a base do partido mais antigo do Brasil - o PPS tem seu embrião ligado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) -, é um partido que precisa sempre escutar seus diretórios e dar autonomia para que as decisões municipais sejam tomadas. Sempre tenho colocado isso para os diretórios. ‘Não é o Marcos que irá contrariar a decisão de vocês. O Marcos está aqui para endossar a decisão de vocês’. Se em qualquer município do Estado o PPS municipal decidir ter candidato a prefeito, ele terá. O PPS não é apêndice de nenhum partido. Nunca foi. E em minha gestão nunca será. Sempre coloquei para eles sobre minha lealdade e meu compromisso com o governador Marconi Perillo, mas o PPS tem sua bandeira e terá os seus candidatos, caso assim decida.
Qual é a meta do PPS?
Na eleição desse ano temos a meta que foi definida pelo PPS nacional, que é eleger um deputado federal e dois estaduais. Temos candidatos a candidato federal e teremos candidatos a deputados estaduais. Nossa meta é de longo prazo. Inclusive é estar presente em todos os municípios goianos nos próximos dois anos.
Isso em uma chapa proporcional, com PSDB e outros partidos da base?
Isso ainda não foi definido, pois estamos levantando agora os possíveis candidatos de cada município. Depois iremos sentar e ver como será a composição. Para deputado poderemos compor um ‘chapão’ sim, mas dependerá das conversas.
É consenso o apoio à candidatura do governador Marconi Perillo?
Isso foi discutido e decidido em congresso do partido. O PPS, por ser um partido democrático, sempre tem essa forma de decidir. Inclusive, neste congresso, também fui escolhido para ser o presidente do partido pelos próximos 5 anos. Foi colocado em pauta e foi decidido. Se o candidato for o Marconi, nós o apoiaremos.
E você acredita que ele será candidato?
Olha, tudo indica que sim. Por todo o trabalho que vem realizando, eu acredito que ele será.
Mas existe a tese de que, se ele não sair, a base governista poderá se fragmentar.
Eu prefiro não fazer suposições. Sou pragmático e objetivo. Se ele não for candidato, nós voltaremos à estaca zero e passaremos a discutir tudo novamente.  
O José Eliton seria o candidato natural?
O candidato natural é o governador Marconi.
E dentro da chapa? Há a definição que será mesmo José Eliton na vice e Vilmar Rocha no Senado? Ou você acredita que poderá haver outras possibilidades?
Olha, tenho muito respeito por José Eliton e por Vilmar, que são meus amigos pessoais. São pessoas com as quais convivo por muitos anos. Mas a chapa precisa ser montada com o objetivo de vencer a eleição. Se o nome deles forem os que mais agregam apoios e votos, eles serão os candidatos. Se não forem, infelizmente a chapa precisa vencer as eleições. A minha opinião é essa. A chapa é mais importante que os nomes. Precisamos de candidatos que tenham votos.
Qual o maior adversário de Marconi Perillo? É o fato de estar há 16 anos no poder , com isso podendo indicar cansaço do povo, ou seria algum nome da oposição?
Em minha opinião, adversários nós não escolhemos. Nosso papel nesse momento é defender a continuidade dos projetos que foram feitos nos últimos anos e também discutir o que precisa melhorar. Toda campanha precisa disso. Defender seus projetos e discutir melhoras. Na área de habitação, de regularização fundiária, por exemplo, o PPS irá levar essas propostas. Temos que acompanhar isso. E já temos nossas propostas, nossas sugestões, pois vivemos e vimos de perto esses projetos. Eu fui presidente da Goiás Industrial, tirei ela da liquidação e hoje ela é uma empresa autossustentável.  Fui presidente da Agehab e o Estado de Goiás hoje tem 223 municípios que tiveram casas contratadas que foram frutos dessas gestões. Nós queremos fazer parte do projeto e discuti-lo
Há a previsão de campanhas caras neste ano, principalmente para deputado federal. Você está preparado?
Toda campanha exige preparação. Mas existe a diferença entre quem sabe fazer campanha e quem não sabe. Eu venho na coordenação de campanhas desde 2000 e coordenei 3 campanhas para o senado. Em 2000, em 2002 e em 2010. Ou seja, nós temos um grupo que sabe fazer campanha sem que seja necessária essa monstruosidade de recursos que todos falam. Quando você tem trabalho, tem projetos e tem estrutura partidária, você tem condições de realizar um trabalho menos oneroso.
A senadora (Lúcia Vânia) participará diretamente da campanha?
Olha, eu jamais teria a ousadia de me colocar como pré-candidato sem ter o apoio irrestrito dela. Ela é a presidente do conselho de minha pré-candidatura. Ela é a conselheira e a mentora de todo esse projeto. Ela é minha conselheira. Ela me ensinou a trabalhar no setor público. Tenho a grande responsabilidade de carregar o nome dela, que faz política há mais de 30 anos, sendo uma das políticas mais respeitadas de Goiás. Ainda tenho o orgulho de dizer que é minha tia. Tenho a responsabilidade de ter esse trabalho, mas a responsabilidade maior ainda de ter sido aconselhado por ela.
O que te motivou a entrar na vida política direta agora, como candidato?
Os desafios de poder mostrar que se você tem comprometimento e dedicação, você pode fazer um trabalho bom, que busca melhorar a vida das pessoas. Mas o que mais me motiva hoje foi a passagem pela área social. Tenho certeza de que fiz um bom trabalho tanto na Goiás Industrial quanto na Agehab. Iniciei projetos que até hoje estão sendo tocados. Quero dar continuidade nesse trabalho tendo em mente que procuro melhorar o meu país. Quero um mundo melhor para meu filho, para minha filha e esse é o meu desafio. Já fiz muita coisa e posso fazer mais como pré-candidato. Por isso sou pré-candidato. Também quero discutir o desenvolvimento regional, estive com um grupo de empresários discutindo o empreendedorismo em Goiás, estive também com associações de pequenos produtores rurais levando propostas de cooperativismo, da agricultura familiar. Estou me preparando, estudando, para ter conhecimento geral no Estado. É preciso estudar. Eu não sabia nada sobre habitação antes da Agehab, mas me preparei muito para assumir a pasta. Hoje estou buscando conhecimento geral para me preparar para auxiliar em várias frentes, como legislador.
O PPS, nacionalmente, vai com qual candidato?
Nacionalmente e em Goiás o PPS irá apoiar a candidatura de Eduardo Campos (PSB). Isso já foi definido.
Isso não criaria conflito com a base de Marconi?
Esse assunto foi bem colocado para ele. Que havia sido decisão nacional tomada em congresso do partido. Cabe aos presidentes estaduais seguirem essa candidatura.
Quem apoia Eduardo Campos em Goiás é Vanderlan Cardoso. Como fica isso?
Primeiro, tenho facilidade grande de relacionamento com o Vanderlan. É meu amigo. Lá na frente nós veremos como ficará a questão dos palanques. Nós apoiamos Marconi Perillo e Eduardo Campos. Se for preciso, criaremos esse palanque, que apoie os dois, caso Marconi seja candidato.
Vocês defendem a candidatura de Marconi. Como observam a alta rejeição do governador apontada nas pesquisas? E ele foi vaiado esta semana em um evento. Não denota um cansaço da população ao projeto?
Todo governo, com o decorrer do tempo, tem desgaste. Agora temos que ver qual dos candidatos tem o melhor projeto. Que busca a excelência do serviço público? Qual dos candidatos trás a melhor proposta para os vários ‘Goiáses’ que existem? Aporé não é igual Campos Belos, Rio Verde, Flores de Goiás. É um Estado bem diferente. E para mim o mais preparado é Marconi. Claro que existe muita rejeição, muito desgaste, mas isso é normal por conta do trabalho. O governante não pode falar sim sempre, embora ele queira. Ele queria atender todas as reivindicações, mas o governo não tem a capacidade de atender todos os pedidos. Cada sim que você dá, você agrada um e desagrada outro. Aprendi isso como gestor. Em todos os níveis, então, ocorre a rejeição por conta desse projeto. E essa rejeição agora precisa ser trabalhada por ele. Ele sabe disso, pois não está em seu terceiro mandato a toa. Eu tenho certeza que ele está preparado para passar por esse processo.
Qual o trabalho direcionado para jovens no PPS?
No partido existe a JPS, a juventude popular socialista.  É um dos movimentos jovens mais ativos que existe. Lá, temos apoiado o trabalho e levado os jovens para os cursos de formação, como o que ocorreu recentemente em Brasília. Nós estimulamos isso. Temos contatos com o professor Jônathas Silva, que ministrará cursos com nossos jovens e a cada dia mais temos mais jovens que querem ingressar no partido. Isso me entusiasma, pois são meninos e meninas que querem entrar e aprender sobre política. Estamos nas universidades e logo todos poderão conhecer quem são esses jovens que acreditaram em nosso projeto. Quando inaugurarmos nossa nova sede eles serão apresentados. Aproveito para convidar a todos para acompanhar a inauguração que contará com a presença de Roberto Freire.

Fonte:Tribuna do Planalto









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