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domingo, 27 de abril de 2014

Ideal de Iris é montar chapa semelhante à de 2010

Ideal de Iris é montar chapa semelhante à de 2010

Iristas têm uma meta: fazer uma composição com Júnior Friboi pacificado na vice e o PT de Gomide atraído para o Senado
Iris Rezende acredita que agora poderá montar uma chapa que consiga alcançar os votos que faltaram em 2010 / Fotos: Fernando Leite - Jornal Opção
Iris Rezende acredita que agora poderá montar uma chapa que consiga alcançar os votos que faltaram em 2010 / Fotos: Fernando Leite – Jornal Opção
Qualquer irista sabe de cor e salteado recitar o mantra da chapa ideal do PMDB para as eleições deste ano. É o próprio Iris Rezende na cabeça da chapa, Júnior Friboi como candidato a vice-governador e o ex-prefeito anapolino Antônio Gomide na disputa pelo Senado. Alguma semelhança com 2010? Total, pelo menos no esqueleto da composição.
Júnior Friboi seria o vice ideal na chapa irista
Júnior Friboi seria o vice ideal na chapa irista
Na eleição passada, Iris encabeçou a chapa ao governo, teve um can­didato a vice do PMDB, Marcelo Melo, e um petista na luta pelo Se­nado, Pedro Wilson — o outro foi Adib Elias. Era uma chapa extremamente competitiva, sem dúvida, mas não foi suficiente para derrotar Marconi Perillo e seu grupamento. É igualzinho o que se propõe agora: Iris na cabeça, um vice do PMDB e um senador do PT.
Em 2010, quase deu certo. Fal­tou pouco, essa que é a verdade. Pro­vavelmente, foi a eleição mais difícil enfrentada por Marconi Perillo. Até mais que em 1998, quando surpreendeu geral e derrotou o até então mito imbatível Iris Rezende e o PMDB. Em 98, Mar­co­ni era franco atirador, e fez uma campanha bem estruturada, mas empurrada muito mais por seu próprio ânimo amalucado de que, aos 30 e poucos anos, com apenas duas eleições para deputado – estadual e federal – poderia derrotar um deus do Olimpo da mitologia política de Goiás. O curso normal da história in­dicava que Iris seria eleito em 98 com absoluta tranquilidade. Então, aquela eleição, para Marconi, foi um mérito pessoal absoluto, que jamais poderá ser suplantado, mas perante a história tornou-se um marco de algo inusitado do qual ele foi protagonista. Não mais do que isso, embora com outros desdobramentos.
Antônio Gomide, do PT, seria o candiato ao Senado
Antônio Gomide, do PT, seria o candiato ao Senado
Em 2002, na sua reeleição, Mar­coni conseguiu se superar em um ano. Em outubro de 2001, ele estava praticamente 17% atrás de outro gran­de rival peemedebista, o então ex-governador Maguito Vilela, que tinha tudo para ser reeleito em 1998, mas que não pôde ser candidato à reeleição. Marconi ganhou com 51,2% dos votos válidos, já no primeiro turno.
Em 2010, Goiás viveu um clima de copa do mundo eleitoral. E a decisão final entre Iris e Marconi foi sensacional. Cada dia de campanha no segundo turno era como um estádio lamentando o gol perdido pelo artilheiro ou comemorando defesa milagrosa do goleiro.
Iris poderia, sim, ter vencido em 2010. No papel, era a estrutura absolutamente impecável. Tinha o declarado apoio de dois governos: do dele próprio, nas mãos do prefeito-herdeiro de seu mandato como prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, e de Luiz Inácio Lula da Silva e sua candidata à sucessão presidencial, Dilma Roussef. De quebra, o Palácio das Esmeraldas, conquistado pelos adversários liderados por Marconi em 98, reconfirmado em 2002 e mantido em 2006 com Alcides Rodrigues, havia se transformado em chicote a açoitar o lombo eleitoral e político de Marconi ao longo de pelo menos três anos e meio. Ou seja, Marconi estava completamente desprovido de poder palaciano para enfrentar máquinas poderosas.
Mas, como se sabe, faltaram alguns poucos pontos porcentuais de votos para Iris Rezende em 2010. Pra ser exato, se Iris tivesse conquistado no segundo turno mais 3% dos votos válidos, algo como 87 mil e 500 eleitores, que optaram por Marconi, teria sido ele, Iris, o vencedor. Diante de um universo de quase 3 milhões de votos válidos daquela eleição, foi por pouco.
Passou raspando em 2010, mas consolidou de vez a liderança de Marconi em relação ao que ele é e representa dentro desse eixo vencedor desde 1998. Naquela primeira vitória, foi quase um acaso do destino. Em 2002, ele tinha a máquina nas mãos. Em 2006, ele carregou seu antigo vice com sua imensa popularidade. Em 2010, ele, Marconi, escreveu sua história na rocha da memória eleitoral do Estado. E agora?
Os iristas querem uma revanche nos mesmos moldes de 2010, pelo menos quanto ao seu próprio time, com Iris, um peemedebista na vice e um petista para o Senado. Imaginam que, desde 2011, Marconi não é mais tão imbatível como foi antes. Aqueles 88 mil eleitores não conquistados em 2010 e que custaram a derrota no segundo turno continuam atravessados na garganta dos iristas. Essa chapa, então, a idealizada pelos iristas – e pelo próprio Iris, é claro – seria o sonho de consumo dos deuses eleitorais.
Tudo isso é verdade? Claro que é, mas nem tudo é visto dessa forma, por esse prisma irista. Júnior Friboi, por exemplo, um conquistador do capitalismo de Estado — seu grupo empresarial é o maior do mundo no ramo de carnes, mas também é o que mais recebeu dinheiro estatal para crescer —, quer que seja ele o conquistador dos tais 88 mil votos. Friboi se imagina o viking mo­der­no que irá barbarizar eleitoralmente as terras do sul depois de con­quistar economicamente o gado e as galinhas de corte das A­méricas. E Antônio Gomide já pa­rece ter sido completamente dominado pelos sonhos azulados provocados pela mosca da eleição.
E assim se resume o grande dramalhão vivido pelas oposições a Marconi Perillo nesta fase de predefinição. Vão enfrentar um governador que, principalmente após 2010, conhece totalmente as suas próprias forças e suas limitações. Um político que sabe mapear com rara competência o quadro eleitoral e que consegue crescer com adversidades ou não. E os que lhe fazem oposição ainda se vestem de Dom Quixote de La Mancha, e imaginam que o cavaleiro a ser enfrentado é um estático moinho de vento carcomido pelo tempo de poder.

Fonte:Jornal Opção

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