A bancada evangélica da Câmara dos Deputados saiu  em defesa da permanência de Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Casa.
Em uma sessão de homenagem à Igreja Assembleia de Deus, no plenário da Câmara, deputados evangélicos dispararam recados aos líderes partidários, que se reúnem nesta terça-feira (9) com Feliciano para discutir a sua manutenção à frente do grupo.
Os líderes devem fazer um apelo para que ele deixe o cargo. Desde que assumiu o posto, no dia 7 de março, o parlamentar virou alvo de protestos que o acusam de racismo e de homofobia. Ele nega e resiste em deixar a presidência da comissão. De acordo com o regimento da Casa, ele não pode ser destituído.
A interlocutores Feliciano disse que defenderá o direito a ter condições de trabalho na comissão. Segundo o deputado, a decisão de fechar as reuniões do grupo para o público externo foi uma tentativa de manter a ordem diante das manifestações.
Para integrantes da bancada evangélica, Feliciano sofre preconceito por ser do segmento religioso. “Se deixar prevalecer meia dúzia de ativistas porque não têm visão igual à nossa, podemos colocar 2, 3, 4 milhões de cristãos na porta dessa Casa”, afirmou o deputado Takayama (PSC-PR).
Para ele, os integrantes da bancada evangélica não aceitam o rótulo de homofóbicos. “Nós nunca nos opusemos a que os simpatizantes da homossexualidade ou de qualquer outra visão ocupem a presidência de comissões, mas quando temos a oportunidade de colocar um presidente em uma comissão, querer dizer que não podemos?”, questionou.
O deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) também saiu em defesa do colega. Afirmou que Feliciano está sendo ferido em seu direito à liberdade de expressão. “Ele fará chegar o direito humano às pessoas que precisam”.
Outros congressistas que participaram da sessão disseram que qualquer tipo de proposta que legalize o aborto, regulamente a prostituição como profissão ou descriminalize as drogas não terá apoio da bancada.
Contrária
A ministra Maria do Rosário (Secretaria dos Direitos Humanos), que visitou uma exposição no Congresso sobre holocausto, cobrou uma ação da Câmara e do Ministério Público contra Feliciano.
Para ela, as declarações do deputado incitam o ódio e a violência, e a situação de Feliciano já ultrapassou as barreiras da comissão. “Incitar a violência e o ódio é atitude ilegal, inconstitucional, e as autoridades também estão sujeitas à lei”, afirmou.
Fonte: Folha