Em 9 de abril de 1860, o inventor francês Édouard-Léon Scott de Martinville realizou um feito histórico: gravou, pela primeira vez, a voz humana. Utilizando um dispositivo de sua invenção, o fonoautógrafo, ele registrou visualmente as ondas sonoras de um trecho da canção francesa “Au Clair de la Lune”. O aparelho capturava o som por meio de uma membrana vibratória conectada a uma agulha, que riscava as vibrações em papel coberto com fuligem. Na época, não havia tecnologia para reproduzir os sons, apenas visualizá-los como gráficos.
Essa gravação permaneceu esquecida por mais de um século, até que em 2008 cientistas do laboratório Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos, conseguiram converter os traços do fonoautógrafo em áudio digital. Pela primeira vez, o mundo ouviu a voz de 1860, considerada hoje a mais antiga gravação sonora da humanidade. Esse registro antecede em 17 anos o fonógrafo de Thomas Edison, frequentemente creditado como o pioneiro na gravação de som.
A descoberta mudou a compreensão sobre os primórdios do som registrado e consagrou Scott de Martinville como um verdadeiro visionário da história do áudio.
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