Após um longo período de preços estáveis, o feijão e o arroz registraram elevação de 11,99% e 2,22%, respectivamente, no Índice de Preços por Atacado (IPA) de dezembro. Já os bovinos mantiveram a alta — que no acumulado de 12 meses os preços aumentaram 25% — e apontaram para avanço de 3,59% no mês. Tais itens registraram aumentos também no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de dezembro. As carnes bovinas subiram 4,38%, o feijão 13,01% e o arroz 0,79%.
Para André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), o arroz e o feijão vão aparecer como pontos de pressão na inflação ao consumidor em janeiro por questões de safra. “Ainda que oportunas, não se sabe ao certo até que ponto as chuvas no sertão da Bahia podem ter começado a atrapalhar a colheita do feijão, por exemplo”, aponta.
Consultor de varejo do Grupo AZO, Marco Quintarelli sugere que o consumidor aposte na variedade. “Quando se fala em arroz e feijão, é o básico do básico, por isso é difícil substituir. A lentilha, por exemplo, mesmo sem aumento é mais cara que o feijão. Mas existem outros alimentos, como o macarrão. No caso da carne bovina, a opção é o ovo, que tem grande valor nutricional, ou até mesmo a carne suína ou o frango, que continuam mais baratos”, avalia.
Os hortifrutigranjeiros, especialmente a batata-inglesa, também devem continuar pressionando o bolso do consumidor em janeiro. Na última semana de dezembro, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apontou para uma variação de 19,44% do produto. Já no IPA, a alta foi de 41,43%. No Rio de Janeiro, técnicos da Ceasa (Central de Abastecimento) identificaram forte aumento no preço da batata já no segundo dia útil deste mês, assim como o tomate, que deve apontar alta nos preços em função de chuva de granizo em algumas regiões.
Para empresários o jeito é controlar gastos e desperdícios, para não repassar o aumento aos clientes. É o que afirma o proprietário do restaurante Miguelito, Miguel do Nascimento: “Quando a gente aumenta o preço do prato, perde o cliente. Por isso, vou tentar segurar enquanto der. Minha saída para controlar os gastos é evitar o desperdício”.
Fonte: O Dia
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