Uma nova tendência tem movimentado Wall Street: bancos tradicionais dos EUA estão emprestando bilhões a instituições financeiras não bancárias — como fundos hedge, empresas de private equity e credores imobiliários. Esses empréstimos, que somaram US$ 1 trilhão só no último ano, mais que dobraram em cinco anos e agora representam 8,5% de toda a carteira dos bancos regulados, contra menos de 1% em 2010.
A alta rentabilidade (até 16% ao ano) atrai, mas também acende alertas. “Na prática, os bancos estão financiando sua própria concorrência”, afirmou Brian Foran, da Truist Securities. Essas instituições — conhecidas como NDFIs — operam fora do sistema bancário tradicional e já desafiam os grandes players de crédito corporativo.
Com o boom do chamado shadow banking, o Federal Reserve impôs novos testes de estresse e exigiu mais transparência na classificação desses empréstimos. O JPMorgan, por exemplo, já alocou US$ 114 bilhões na categoria.
Apesar dos riscos, o setor segue aquecido. Estima-se que o mercado de crédito privado nos EUA tenha triplicado e hoje alcance US$ 1,6 trilhão. “Estamos no início de uma decolagem, não de uma aterrissagem”, avaliou Chris Stanley, da Moody’s Analytics.
📸 Spencer Platt/Getty Images
Fonte: Bloomberg
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