"Se a igreja cristã de nossos dias desperdiça quase todo o seu tempo denunciando o comunismo, parece-me que o principal resultado disso é que os comunistas não se inclinarão a dar ouvidos à pregação do Evangelho. Se a igreja fica sempre a denunciar algum segmento particular da sociedade, ela estará fechando as portas da evangelização àquele segmento.
Todavia, se adotarmos o ponto de vista do Novo Testamento sobre essas questões, teremos de acreditar que os comunistas também têm uma alma que precisa ser salva, exatamente como a alma de quaisquer outros indivíduos.
Por ser um pregador do Evangelho e o representante da Igreja, o meu deve é evangelizar toda variedade de classes de homens e de mulheres. Contudo, no instante mesmo que a igreja começa a intervir nas lides políticas, sociais e econômicas, ela já começou a atrapalhar-se, a entravar-se quanto à tarefa de evangelizadora da qual foi incumbida por Deus. A partir deste momento ela não mais poderá mais dizer que ‘não conheço a alguém segundo a carne’, e assim sendo, está pecando.
Permita-se ao crente individual desempenhar seu papel de cidadão, e que pertença a qualquer partido político que for de sua preferência. Isso é algo que só ao indivíduo cabe decidir. Todavia, como igreja que é, a igreja não pode intrometer-se e nem preocupar-se com tais questões. Nossa tarefa consiste em pregarmos o evangelho, apresentando a mensagem do evangelho a todos os homens.
Graças a Deus , os comunistas são passíveis de conversão e de salvação. À igreja compete preocupar-se com o pecado, em todas as suas manifestações, e o pecado pode ser tão abominável em um capitalista quanto é em um comunista; pode ser tão abominável em um rico como em um pobretão; e pode manifestar-se em toda as classes, em todo os tipos e em todos os agrupamentos humanos".
(Martin Lloyd-Jones. Estudos no Sermão do Monte. Editora Fiel, página 144).





































