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domingo, 28 de julho de 2013

Aliança PMDB-PT afina o discurso

Sucessão
Aliança PMDB-PT afina o discurso
Iris Rezende, Júnior Friboi, Samuel Belchior, Paulo Garcia, Antônio Gomide, Maguito Vilela... Petistas e peemedebistas reafirmam solidez da coligação para ungir candidato quem estiver melhor em 2014
Cezar Santos
A oposição em Goiás quer derrubar o dito popular na política que apregoa que quem tem muitos nomes não tem nenhum nome. PMDB e PT têm pelo menos seis nomes e um deles será escolhido para terçar armas com o candidato da base aliada governista, que pode ser o próprio Marconi Perillo (PSDB).

Os nomes colocados são os peemedebistas Iris Rezende, Júnior Friboi, Samuel Belchior e Maguito Vilela e os petistas Paulo Garcia e Antônio Gomide. Essa é a versão “oficial”, porque o funil da viabilidade põe apenas quatro para valer: Iris e Friboi pelo PMDB, Paulo e Gomide pelo PT. Sairá daí o candidato da aliança para concorrer com o adversário da situação.

Até poucos dias, volta e meia alguém do PT ou do PMDB dava um cutucão, aventando a possibilidade da aliança entre as duas siglas ser adiada, ficar só para o segundo turno, etc. Nesse sentido, houve petista dizendo que se o PMDB optar por Júnior Friboi, então o PT lançaria candidato — ou seja, veto a um dos nomes peemedebistas, portanto.

Essas conversas são como pequenos ensaios que colocassem em teste a firmeza da aliança que vem vitoriosa desde 2008, no pleito para a Prefeitura de Goiânia que cravou a reeleição de Iris Rezende com o petista Paulo Garcia na vice. A aliança continuou em 2012 e Paulo se reelegeu no primeiro turno, o que o coloca agora como uma das possibilidades da oposição para 2014.

A novidade agora é que petistas e peemedebistas afinaram o discurso: a união está firme como rocha, dizem todos. Divergências, só em relação ao momento em que se decidirá sobre o nome a ser escalado para a disputa. O petista Luis Cesar Bueno fala em novembro ou dezembro, o peemedebista Samuel Belchior diz março.

O pequeno desajuste no calendário não configura nenhum esgarçamento na união entre as duas siglas. Quem diz é alguém que tem muita autoridade para falar, no caso o presidente do diretório estadual do PMDB, deputado Samuel Belchior. “A aliança PT-PMDB não foi construída da noite para o dia e não acredito na possibilidade de dividir as candidaturas. Diria que é zero a possibilidade de PMDB e PT não estarem juntos na eleição de 2014.”

Samuel observa que se surge uma conversa ou outra sobre divisão, isso não prospera, porque a conversa que vale é a institucional. “Os dois diretórios estaduais conversam diretamente e é essa conversa que vale. A nossa conversa oficial é de união. Às vezes um deputado do PMDB ou do PT pode pensar de maneira diferente, o que é normal, os partidos não são homogêneos. Mas o que manda é a vontade da maioria”, afirma.

Sobre nomes, Samuel diz que só no ano que vem o tema será debatido. Segundo ele, o partido tem de ir com calma, consolidar a aliança, se  fortalecer no interior e na capital, formar boas chapas. “Depois vamos pensar em candidatura, lá para março do ano que vem.”

Ele informa que o ex-prefeito Iris Rezende está indo aos encontros do partido, igualmente o empresário Júnior Friboi. “Eles estão se movimentando, mas não com objetivo de candidatura individual, porque não é hora. O foco agora e o projeto para o Estado, a estruturação partidária e a aliança.”

Nesse sentido, Samuel diz que o PMDB está se mexendo para se fortalecer. “Desde que eu assumi só tenho feito isso, sem parar. Já mobilizamos os diretórios municipais, visitamos individualmente mais de 200 municípios. Já fizemos vários encontros e realizaremos mais dez até o final do ano.”

O dirigente peemedebista elogia a pré-chapa de deputados estaduais e federais. “Está excelente e vamos melhorá-la ainda mais. O PMDB vai chegar muito forte nas eleições de 2014. O trabalho que estamos fazendo é cirúrgico para isso”, afirma.

O deputado estadual Luis Cesar Bueno (PT) já começa desmentindo a tese de que se o PMDB optar por indicar Friboi, o PT lançará candidato de qualquer maneira. “Não é verdade que se o PMDB optar pelo nome de Júnior Friboi o PT vai rachar a aliança. PT e PMDB vão marchar juntos. Isso é boato, diziam a mesma coisa em 2008 e nós fomos juntos; em 2010, e nós fomos juntos; em 2012, fomos juntos de novo. Então é mera especulação, intriga da oposição. PT e PMDB estarão juntos em 2014.”

Mas, então, o PMDB tem a primazia de encabeçar a chapa? Luis Cesar diz que existe um acordo entre os partidos para no devido momento avaliar três critérios: representatividade, densidade eleitoral e capacidade de aglutinação, de liderança.  “Lá para novembro ou dezembro, o nome que conciliar esses três aspectos será o nosso candidato. Pode ser do PT ou do PMDB. Agora é muito cedo, a eleição é daqui a um ano.”

O deputado não deixa de valorizar seu partido ao dizer que o PT tem dois nomes fortes no páreo, os prefeitos Paulo Garcia e Antônio Gomide. “O PMDB tem vários nomes e no outro campo da oposição ainda tem o Vanderlan Cardoso, do PSB. Veja que estamos bem de nomes, e isso é bom. Um grupo que tem Paulo Garcia, Vanderlan, Antônio Gomide, Iris Rezende, Friboi, Maguito Vilela... são nomes bons. O importante é que esses nomes resolveram não disputar uns contra os outros, vamos marchar unidos. Esse é o pacto importante.”

O deputado diz que enquanto isso, as duas siglas vão conversando e cada uma vai procurando se fortalecer. “Todos estão na base trabalhando, procurando se fortalecer nas pesquisas, articulando. O trabalho paralelo está intenso.”

Luis Cesar Bueno comenta a pesquisa CNI/Ibope, que colocou o governador Marconi Perillo como o segundo mais mal avaliado. Ele nega que isso anime a oposição, lembrando que Marconi é um candidato forte, que não pode ser menosprezado.

“Em política não existe carta fora do baralho. Às vezes quem você menos espera reage e vence. O governador paga um preço caro por uma gestão sem resultados, isso é lamentável, mas em política tudo é possível. Ele tem tempo para recuperar, assim como nós estamos trabalhando muito para mostrar que nosso projeto é o melhor para Goiás”, diz o petista.
“O PT não veta ninguém, mas não temos compromisso com nomes agora”
“O PT não veta ninguém, muito menos Júnior Friboi. A posição do PT é mais do que isso, temos um compromisso de trabalhar pela unidade da oposição m Goiás. Achamos que a oposição unida tem chance de ganhar a eleição, então trabalhamos para isso.”

A afirmação é do deputado federal Rubens Otoni, um dos principais articuladores do PT. Ele ratifica que a discussão sobre nomes da aliança só será feita no na que vem. “Então agora não temos compromisso com ne­nhum nome de nenhum partido. Não é por causa do Júnior. Nós até podemos apoiar nome de outro partido se na hora de escolher candidato ele tiver um nome adequado. Mas não temos compromisso nesse momento.

Segundo Otoni, a ideia é de que a aliança tem de ser além de PT e PMDB. “Em agosto va­mos fazer uma rodada de conversação, que prevê o PCdoB, o PDT, PRTB, PPL, vamos conversar com vários partidos porque queremos uma aliança mais ampla. Eu trabalho para que inclusive o PSB do Vanderlan Cardoso esteja nessa aliança ampla. Mas vamos falar para todos esses partidos que não temos compromisso com nome. Na gora certa, quem estiver em melhores condições, independentemente de partido, poderá ser o candidato a governador pela oposição”, reitera.

Rubens Otoni diz que no momento, o PT e o PMDB es­tão trabalhando para o fortalecimento individual. “É legítimo que os partidos busquem fortalecer seus nomes, suas lideranças. E lá na frente, quanto mais os partidos estiverem unidos, será melhor para a aliança.
Sem veto

O vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), diz que sempre há especulação, mas afirma não perceber que haja veto nem do PT com relação a nomes do PT, nem do PT a nomes do PMDB.

“Às vezes militantes mais aguerridos de um e de outro partido defendem sua cor partidária, o que é natural. Mas direção do PT e do PMDB tem consciência de que não ganharemos a eleição do ano que vem se não estivermos juntos. Esse período, até o momento de definir nome, serve para amadurecimento das possibilidades dos quadros que temos. Lá frente, na hora oportuna, vamos escolher os candidatos da chapa majoritária”, diz Agenor.

Segundo ele, PMDB e PT continuam conversando todos os dias, até pelo relacionamento da administração que compartilham na maior cidade do Estado. O vice-prefeito não deixa de enfatizar a preferência nas duas siglas pelo nome de Iris. “Iris é um pouco consenso entre os dois partidos. É fato que ele é consenso no PMDB dado a sua experiência, maturidade e capacidade de encarar uma eleição em que o principal adversário é o atual governo.”

Agenor diz que o PMDB vai se fortalecendo nesse momento, sob a direção de Samuel Belchior. Segundo ele, o PMDB está articulando com novas ferramentas, realizando reuniões estratégicas com vista à eleição, preparando um exército qualificado, com objetivos pontuados e declarados.

No que diz respeito à gestão partidária, Agenor afirma que há uma nova roupagem, nova forma de trabalhar mais profissional.  Com Sa­muel, diz, o partido tem uma equipe técnica montada que se reúne pelo menos três vezes por semana para trabalhar o marketing, a comunicação, colhendo dados, fazendo levantamentos do passado para planejar as ações até a eleição e também depois.

“Eleição de governo é muito difícil, seja quem for o adversário. Por isso temos de aliar a experiência das várias eleições que o PMDB participou, mas também pegando a contemporaneidade das ferramentas atuais, de comunicação, do planejamento estratégico, de forma que possamos inclusive mensurar resultados a curto, médio e longo prazo, tanto do ponto de vista do desencadeamento do processo eleitoral, quanto ao que queremos que o Estado alcance quando ganharmos a eleição”, diz Agenor Mariano.

Segundo o vice-prefeito, o partido tem de estar preparado para todos os ambientes que ele vai encontrar daqui até a eleição de 2014. Lembra que o País passa por uma transformação muito grande e os partidos precisam ficar atentos a esses fatores externos, que também podem ser decisivos no resultado eleitoral.

“Cabe a nós verificarmos as questões internas, mas também fatores externos. No momento oportuno, se assim for entendido por ambas as partes, podemos compartilhar com o PT. A conversa é natural.”
Sem racha

Um dos dois petistas cotados para ser candidatos da oposição contra a base governista, o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide, diz não perceber a possibilidade de rachar candidaturas entre PT e PMDB. Diz que neste momento, alguém pode falar algo que o outro lado interpreta de forma diferente, mas o sentimento do PT é de união.

“E a conversa do próprio PMDB com o ex-prefeito Iris Rezende é no sentido da união das oposições. O nome não vai ser tirado em 2013, só em 2014. Quem estiver melhor será o candidato da oposição a governador. Quando digo da oposição é no sentido de o PT, inclusive o diretório nacional, trabalhar em 2013 para que PSB e o próprio PDT, entre outras siglas, estejam nessa união em 2014. Esse trabalho está sendo feito. Essa é a leitura até do PMDB”, diz Gomide.

Sobre a possibilidade de ele ser candidato, Gomide diz que em 2013 está muito focado na administração de Anápolis. “Obviamente quem tem de fazer o trabalho de costura política par que possamos ficar unidos é o partido. O trabalho que tenho de fazer é executar uma boa gestão, e isso só depende de mim. Se houver o entendimento de que o meu nome é o melhor, estarei servindo ao PT. Mas não tenho hoje a pretensão de dizer que sou candidato por ser candidato.”

Neste momento, despista Antônio Gomide, seu nome não está colocado como pré-candidato, embora se saiba que sua movimentação pelo interior, nos encontros do PT, seja intensa nos últimos meses. “Vamos trabalhar para PT e PMDB estarem juntos, só dessa forma alcançaremos a vitória.”

Mas estrategicamente o PT e o PMDB podem optar lançar candidatos para forçar um segundo turno e então voltar a aliança? Gomide reitera que o que se discute em seu partido, inclusive nos encontros regionais, é trabalhar pela união das oposições, e não pela divisão. “Esse trabalho vai continuar até o ano que vem. A não ser que tenha uma mudança de cenário muito grande. A princípio o trabalho de 2013 é para buscar esse entendimento de unificação. Essa posição é até do diretório nacional do PT.”

Sobre o possível enfraquecimento de Marconi com a avaliação ruim na pesquisa CNI/Ibope, Gomide é muito realista. Diz que no momento todos os governadores estão com baixa aprovação. “Sabemos que isso não demanda em relação à eleição de 2014.

Mas demonstra que a população mostra uma insatisfação com a gestão do governador Marconi Perillo. Assim como afetou a presidente Dilma, que perdeu popularidade também.”
 

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