A defesa do ex-deputado distrital Carlos Xavier afirmou ao Blog que, durante a julgamento do caso que ocorrerá nesta segunda (7), apresentará fatos novos que comprovam que o ex-parlamentar foi vítima de uma grande conspiração orquestrada pelo então presidente do SINPOL-DF, Wellington Luiz, atualmente deputado distrital.
A defesa levantou alguns pontos sobre o caso e promete “desmascarar” Wellington e comprovar a inocência de Xavier no caso do assassinato do garoto Éwerton, ocorrido em 2004. “Acabou a farsa. Fiquei calado todos esses anos, mas agora toda a verdade virá à público e todos saberão quem, como e por que me envolveram nessa história macabra. Vou desmascarar Wellington Luiz e provarei a minha inocência”, afirmou Xavier.
O advogado de Carlos Xavier questiona o fato pelo qual o então presidente do Sinpol teria ido até a cela de Leandro Dias Duarte, um dos acusados pelo crime. Ele se dirigiu à cela às 19h25 acompanhado da advogada do preso e de outros três agentes e lá permaneceram por duas horas. A mãe de Leandro é prima da esposa de Wellington Luiz e, segundo Carlos Xavier, a visita serviu para mudar a versão dos três depoimentos prestados pelo acusado à polícia.
“Se Leandro respondesse por latrocínio, poderia pegar 22 anos em regime fechado. Mudar sua versão para imputar a Carlos Xavier a responsabilidade pelo assassinato fez com que respondesse por um homicídio, que lhe rendeu apenas 13 anos de reclusão e já está em liberdade. Foi um ótimo negócio”, afirma o advogado de Carlos Xavier, Gilson Viana. Já o deputado Wellington Luiz nega as acusações.
Confira os principais pontos que serão levantados pela defesa de Xavier ( conforme material abaixo divulgado para a imprensa):
- No depoimento de Leandro, no dia 29/03/2004, ele diz o seguinte (…) que com os esclarecimentos de sua advogada, resolveu contar toda essa história espontaneamente (…), em seguida afirma (…) e assim, recomendado por sua advogada, resolveu esclarecer tudo, e é só isso que tem a dizer (…).
- Os termos ‘esclarecimento’ e ‘recomendado’, são a prova de que a advogada mostrou outros caminhos para Leandro, ou seja, outras possibilidades de melhor resolver as coisas para seu cliente e livrá-lo de pegar uma pena de 30 anos de cadeia. (Pegou 13 e já está solto).
- A Justiça já percebeu que alguma coisa está errada no processo, tanto que requereu que LEANDRO e sua própria advogada que prestassem depoimento no Tribunal do Júri de Samambaia no dia 09/08/2004, além de pedirem as cópias do inquérito em tramitação na Corregedoria da Polícia Civil de n. 069/2004, o qual possui uma série de depoimentos que esclarecem os fatos do Inquérito 077/2004 – 27 DP.
- Intimado a depor, MANINHO negou o crime, mas disse que LEANDRO pediu sua arma emprestada para “meter umas paradas” no sábado e que LEANDRO teria dito que “matou um cara na subida do Primavera”, isso no domingo, um dia antes da morte de EWERTON.
- O mesmo policial que levou LEANDRO preso e que acompanhou as diligências, conforme apurado na Corregedoria da polícia, pouco tempo depois estava negociando uma estratégia para absolver ou livrá-lo do crime e jogando o crime para XAVIER.
- Por que somente após quatro depoimentos na delegacia, depois de já ter confessado o crime e contado todos os detalhes do LATROCÍNIO, LEANDRO diria em cinco linhas que Xavier teria encomendado o crime?
- Por que, já que a polícia não conseguiu provas, pediram a quebra de sigilos telefônicos entre o DEPUTADO e RISADINHA para que se conseguisse vincular alguma ligação entre os mesmos ou será que houve telefonemas entre os mesmos e não foi divulgado para ninguém esse fato?
- Será que uma pessoa pode combinar de matar outra sem nunca ter dado um telefonema se quer?
- A advogada de LEANDRO diz em gravação, que WELLINGTON (então presidente do SINPOL e parente do assassino) “armou um negócio esquisito no dia que visitou LEANDRO na carceragem da CPE “.
Provas descobertas no inquérito
- Delegado Mario Gomes, amigo pessoal do suplente do então deputado Xavier, Wilson Lima,residiam no Gama. O delegado Mario Gomes foi transferido para o Recanto das Emas antes da morte de Ewerton. Dias depois Ewerton morre, e Mario Gomes indicia Xavier como mandante do crime, fazendo-o ser cassado do mandato na Câmara, e assume Wilson Lima, e nomeia a esposa do delegado Mario Gomes como assessora especial em 04/10/2004.
- Leandro é sobrinho do policial civil Wellington Luiz, então presidente do SINPOL-DF e atual deputado distrital.
- O agente Luís Cláudio entra na investigação em uma conversa com a Dra. Gilda, advogada de Leandro, que acaba confessando que Wellington é o autor de toda a armação. ‘Vão cassar o deputado Xavier, e vão mandar ele para o judiciário, alguém inocente irá pagar’.
- O agente Luís Cláudio, em depoimento, diz que Adelson Darcir e o delegado Mario Gomes tomaram um só rumo para a investigação, dizendo também que o negócio era político, que o delegado Mario Gomes tinha interesse que Xavier saísse da Câmara para que Wilson Lima assumisse seu lugar.
- O agente Luís Cláudio recebe ordem de autoridade superior para se afastar das investigações. Luís Cláudio confirma que o crime é de latrocínio e não de homicídio.
- O depoimento da testemunha Miguel Ribeiro de Araújo afirma que ouviu os policiais civis Gilmarzão, Luís Cláudio, Jorge e Fortuna dizerem que Mario Gomes ia jogar o crime para cima de Xavier como o mandante do crime. E ouviu também dos mesmos policiais, comentando que não tinha sido Xavier o mandante do crime, pois se tratava de latrocínio, e achava estranho que o réu tinha sido indiciado como mandante do crime.
- Depoimento do ex-diretor geral da Polícia Civil do DF, Laerte Bessa, confirma que externou para Mario Gomes que não havia qualquer indício ou prova que vinculasse Xavier a Risadinha.
- Depoimento do policial Wolmy recebeu informações que o mandante do crime teria sido um traficante, e confirma ainda que a vítima estava envolvida com droga, e que Leandro também estava envolvido em roubo de carga de cigarros.
- Que também, segundo declarações de Maninho, não acreditava no envolvimento de Xavier, pois Leandro, seu amigo íntimo, nunca havia comentado coisa alguma, nem do crime e muito menos do pagamento.
- No depoimento de Maninho, ele confirma que Leandro teria confessado que havia matado um cara no dia anterior; disse que teria dado carona ao tal sujeito até ao Recanto das Emas e o matado na parada de ônibus próxima a Granja das Oliveiras, com um tiro na cabeça.
- Em novembro de 2013, a justiça percebeu algo estranho e absolveu Xavier no TJDF com o placar de 17 a 0. Carlos Xavier havia denunciado Wellington Luiz na Corregedoria da PCDF. O caso foi parar no TDJFT.
- Fonte: Donny Silva/Colaboradores
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