Carla Rodrigues
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br
carla.rodrigues@jornaldebrasilia.com.br
A concorrência é grande. São mais de 40 candidatos por vaga brigando para conquistar o cargo de deputado distrital. Para
tentar sair na frente e ganhar votos dos eleitores, alguns concorrentes apostam na irreverência de seus nomes e apelidos. As opções vão desde “Xuxa” até o “Simples Assim”.
Ao todo são 984 candidatos a uma vaga na Câmara Legislativa. Número bem maior do que em 2010, quando foram 902. E a atual lista já é encabeçada por um “Abençoado”, do Partido Republicano Brasileiro (PRB-DF). “Fui frentista, porteiro e motorista de ônibus. Nessas profissões, sempre me referi às pessoas como “abençoado”. Acabou que o apelido pegou e hoje sou conhecido assim. Por isso uso o “Abençoado” à frente do meu nome”, explica Eude dos Santos. O postulante ainda questiona: “Quem não gosta de ser abençoado?”
Apesar do nome registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode fazer alguns acharem graça, o candidato diz levar a sério a oportunidade. Morador da Vila Telebrasília, ele afirma que pretende zelar pelo cumprimento das leis no DF. “Minha proposta é fiscalizar o GDF”, salienta o postulante.
Ainda na lista dos candidatos ao cargo de distrital, constam nomes um pouco diferentes, como Índia Roqueira, Xuxa, Rocky Malboa e Galego da Limpeza.
Representar categoria
O último, do Partido Humanista da Solidariedade (PHS), ressalta que preferiu registrar o apelido e não o nome verdadeiro por ser representante da categoria de serviços gerais. “Como representante do SindLimpeza, lutei por muitas necessidades da categoria. Em 2004, lançamos, enfim, o informativo e todo mundo que me via distribuindo gritava: “Olha o Galego da Limpeza aí!”. Acabou que o apelido foi pegando e as pessoas foram gostando do meu trabalho, tanto que me pediram para me lançar”, explica o candidato.
Opção é legal, mas
O Galego da Limpeza garante que não tem medo de afastar os eleitores por causa do seu nome. Pelo contrário, ele acredita que o compromisso com sua categoria deve conquistar votos. “Não tenho medo de que as pessoas não me levem a sério. Faço muitas coisas pela população. Meu trabalho é sério, tenho compromissos e é isso que importa”, afirma.
Já o nome verdadeiro de Índia Roqueira é Gildenir Rodrigues Monteiro, postulante do Partido Verde (PV). Além dela, chama atenção Antônio Ferreira “Bola de Fogo”, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Para o cientista político João Paulo Peixoto, os nomes diferentes são válidos, permitidos pela Legislação, porém tiram a seriedade do que deveria representar a política. “Cada vez mais as pessoas querem utilizar seus apelidos para conquistarem votos, porque é como são conhecidos e isso é legal, não há nada de ilegal nisso. Contudo, não pega bem você ter um representante da sua cidade com um nome bizarro, como, aliás, já acontece no DF. Parece piada”, ressalta.
O professor da Universidade de Brasília (UnB) acredita ainda que a Câmara Legislativa do DF está, a cada nova eleição, ficando mais parecida com uma Câmara de Vereadores. “Nas cidades do interior, é muito comum você votar no Zezinho da Padaria. E isso vem sendo trazido para Brasília com a maior naturalidade”, avalia Peixoto.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário