CAMPANHA-MERENDA NUTRITIVA

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sábado, 19 de julho de 2014

Enquanto a Rede não vem

Seguidores de Marina Silva garantem candidatura em siglas parceiras

Eles buscam partidos como PDT e PSB para tentar um cargo neste ano
Millena Lopes
millena.lopes@jornaldebrasilia.com.br

Eles são, na maioria, militantes da causa da sustentabilidade ecológica. E foram em busca de partidos, como PDT e PSB, para tentar um cargo eletivo em 2014. Mas devem pular fora dessas legendas assim que a Rede Sustentabilidade seja registrada. No DF, pelo menos três dos fundadores do projeto liderado por Marina Silva são candidatos a distrital e dois buscam uma das oito vagas na Câmara dos Deputados. 
A maioria - Henrique Zyller, Professor Marcão, João Francisco Maria e Joyce Matias - seguiu a mentora e foi parar no PSB, em uma filiação que eles chamam de "democrática" ou mesmo "cívica independente". Na prática, isso significa que eles devem largar a legenda até que a Rede seja, de fato, um partido. "Me considero um candidato da Rede", diz o ativista social e servidor público João Francisco Maria (PSB), candidato a deputado distrital. Seguidor de Marina desde a época do PV, ele diz que é um caminho natural deixar o partido quando a Rede se concretizar. "Estamos no PSB formalmente, mas todas as nossas instâncias decisórias são da Rede".
Defensor do que ele chama de "democracia digital", ele diz que pretende fazer um "mandato online". "A nossa ideia é ser como um vírus no sistema operacional da democracia", sintetiza sua proposta. 
Henrique Zyller também pleiteia uma das 24 vagas na Câmara Legislativa do DF. Militante da causa da Rede, ele explica que não é ambientalista, mas tem a ideia do combate à corrupção afinada com o projeto de Marina Silva. "Acolhido" pelo PSB, ele diz que sua principal bandeira de campanha é "mobilizar os cidadãos para realizar o controle social das contas públicas". Para isso, conta com sua experiência na área de fiscalização. Ele é auditor fiscal do Tribunal de Contas da União (TCU). 
Saída certa
Para o porta-voz da Rede no DF, João Suender, todos deixarão os partidos atuais. A única dúvida, segundo ele, é o  distrital Joe Valle (PDT), que também participou da criação do projeto de Marina. "Todos eles seguem as diretrizes da Rede", garante.
Partido acabou escolhido por afinidade
Aposta do PDT para suceder José Antônio Reguffe na Câmara dos Deputados, André Lima vai usar até o número que foi do deputado federal em 2010. Ele diz que escolheu a sigla por "afinidade" e já deixou claro que, eleito ou não, pretende se filiar à Rede. "Isso não quer dizer que todas as pessoas que participaram da criação da Rede, necessariamente, se eleitas, vão para o partido automaticamente", pondera. 
Não é o caso dele, garante. Tanto que todo o programa de campanha de Lima foi planejado a partir da causa da sustentabilidade. Em todos os sentidos. O lema da campanha é "#RecicleAPolítica". Ele, que é advogado atuante na área de direito socioambiental, diz que pretende "acabar com o lixo político e dar destinação adequada a ele". Em suas contas, ele tem apoio de 13 candidatos a distrital - mas nem todos têm ligação com a Rede. 
Improváveis assumidos
"Os improváveis". É a alcunha que o Professor Marcão, candidato a deputado distrital, dá aos colegas de Rede que tentam um mandato eletivo neste ano. O motivo? Sobram ideias e faltam recursos financeiros para bancar a campanha. 
"Somos de um partido que trabalha ouvindo as pessoas. Nós vivemos um processo de consenso progressivo", explica.
Com o PSB, segundo ele, foi possível ter um "relacionamento muito próximo e de maneira saudável" para colocar em prática os ideais da Rede. 
Seguindo o mote do projeto do grupo de Marina Silva, Marcão explica que ele mesmo cuida de toda a campanha e conta com a ajuda de voluntários
pontodevista
 
Usar uma sigla como “sala de espera” para o próximo passo “demonstra fragilidade do partido”, na opinião do cientista político da Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto.  “O camarada não conseguiu viabilizar o partido dele e busca outro como se fosse uma instituição qualquer. É uma prova de que o comportamento dos partidos no Brasil é completamente equivocado”, afirma. Quando uma pessoa busca  por uma legenda, explica Peixoto,  pressupõe-se que ela tenha uma identidade ideológica com o partido. “Mas o que está exposto é a busca pelo partido como se fosse uma repartição qualquer, apenas para satisfazer seu interesse pessoal”, finaliza.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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