Corrida Presidencial
Críticas à atual forma de fazer política marcam oficialização de Marina como vice de Eduardo Campos
Ainda em pré-campanha, a ex-senadora e o ex-governador do Pernambuco deram um sinal nesta segunda-feira de como enfrentarão a disputa ao Palácio do Planalto
Ketllyn Fernandes, enviada a Brasília
O evento político que oficializou a ex-senadora Marina Silva como vice do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, pré-candidato à presidência da República pelo PSB, lotou o salão azul do Hotel Nacional, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (14/4). Estima-se que cerca de mil pessoas compareceram ao evento, cujo clima de empolgação das militâncias pessebista e da Rede Sustentabilidade –– ainda não consolidada pela falta de registro do TSE –– só se acalmou quando o pianista Arthur Moreira Lima, filiado ao PSB, iniciou a interpretação do Hino Nacional.
Leia Mais: Com críticas à gestão petista, Eduardo Campos e Marina Silva lançam pré-candidatura
Foi dada voz a diversas lideranças políticas antes que os pré-candidatos fizessem o discurso oficial que selou a união entre o pernambucano e a acreana para as próximas eleições. Consenso nos discursos de ambos os pré-candidatos e dos demais políticos que falaram foi a crítica à atual gestão do país e a defesa pelo fim da polaridade da disputa eleitoral que se instala entre petistas e tucanos, apontada como infrutífera do ponto de vista de debate das necessidades do país.
Marcaram presença também representantes do PPL e do PSL, siglas que já declararam apoio à aliança Eduardo Campos-Marina Silva, e ainda nomes do PMDB (os senadores Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon) e do PDT (senador Cristovam Buarque), que tiveram, inclusive, os nomes citados no discurso de Marina.
Em discurso que antecedeu o de Eduardo Campos, Marina Silva fez lembrar em várias partes de sua fala a infelicidade de ter visto a legenda que idealizou não obter o registro do Tribunal Superior Eleitoral. A Rede Sustentabilidade, segundo contagem do tribunal, conseguiu aproximadamente 50 mil assinaturas a menos que o mínimo exigido, 492 mil. A Rede alega que 95 mil fichas foram invalidades indevidamente, mesmo assim, em 3 de outubro de 2013, a ex-senadora via sua luta pela criação da Rede ser adiada por seis votos contra um pelos ministros do TSE.
“Tivemos a experiência de ver negado o registro da Rede Sustentabilidade, um direito que nos foi negado dentro de uma democracia, direito que não foi negado ao PT, mesmo em tempos tão difíceis”, declarou Marina, dizendo-se em seguida orgulhosa de ter participado da criação do Partido dos Trabalhadores, ao qual hoje faz oposição.
O discurso de Marina e Eduardo Campos, cada um com mais de 40 minutos, sinalizaram o tom que será dado durante a campanha pessebista: necessidade de planejamento, liberdade de atuação política, responsabilidade com a área econômica e voz à sociedade, sem deixar de fazer críticas aos aspectos que pesarão à campanha petista, como os escândalos que envolveram a legenda nos últimos anos e, mais recentemente, as polêmicas que circundam a Petrobras. A quantidade de ministérios e a troca de cargos por apoio no Congresso também foi crítica pelos pré-candidatos do PSB.
O evento político que oficializou a ex-senadora Marina Silva como vice do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, pré-candidato à presidência da República pelo PSB, lotou o salão azul do Hotel Nacional, em Brasília, na tarde desta segunda-feira (14/4). Estima-se que cerca de mil pessoas compareceram ao evento, cujo clima de empolgação das militâncias pessebista e da Rede Sustentabilidade –– ainda não consolidada pela falta de registro do TSE –– só se acalmou quando o pianista Arthur Moreira Lima, filiado ao PSB, iniciou a interpretação do Hino Nacional.
Leia Mais: Com críticas à gestão petista, Eduardo Campos e Marina Silva lançam pré-candidatura
Foi dada voz a diversas lideranças políticas antes que os pré-candidatos fizessem o discurso oficial que selou a união entre o pernambucano e a acreana para as próximas eleições. Consenso nos discursos de ambos os pré-candidatos e dos demais políticos que falaram foi a crítica à atual gestão do país e a defesa pelo fim da polaridade da disputa eleitoral que se instala entre petistas e tucanos, apontada como infrutífera do ponto de vista de debate das necessidades do país.
Marcaram presença também representantes do PPL e do PSL, siglas que já declararam apoio à aliança Eduardo Campos-Marina Silva, e ainda nomes do PMDB (os senadores Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon) e do PDT (senador Cristovam Buarque), que tiveram, inclusive, os nomes citados no discurso de Marina.
Em discurso que antecedeu o de Eduardo Campos, Marina Silva fez lembrar em várias partes de sua fala a infelicidade de ter visto a legenda que idealizou não obter o registro do Tribunal Superior Eleitoral. A Rede Sustentabilidade, segundo contagem do tribunal, conseguiu aproximadamente 50 mil assinaturas a menos que o mínimo exigido, 492 mil. A Rede alega que 95 mil fichas foram invalidades indevidamente, mesmo assim, em 3 de outubro de 2013, a ex-senadora via sua luta pela criação da Rede ser adiada por seis votos contra um pelos ministros do TSE.
“Tivemos a experiência de ver negado o registro da Rede Sustentabilidade, um direito que nos foi negado dentro de uma democracia, direito que não foi negado ao PT, mesmo em tempos tão difíceis”, declarou Marina, dizendo-se em seguida orgulhosa de ter participado da criação do Partido dos Trabalhadores, ao qual hoje faz oposição.
O discurso de Marina e Eduardo Campos, cada um com mais de 40 minutos, sinalizaram o tom que será dado durante a campanha pessebista: necessidade de planejamento, liberdade de atuação política, responsabilidade com a área econômica e voz à sociedade, sem deixar de fazer críticas aos aspectos que pesarão à campanha petista, como os escândalos que envolveram a legenda nos últimos anos e, mais recentemente, as polêmicas que circundam a Petrobras. A quantidade de ministérios e a troca de cargos por apoio no Congresso também foi crítica pelos pré-candidatos do PSB.
“O nosso país, para dar conta da infraestrutura, para dar conta da educação de qualidade, apostando na inovação e na tecnologia que nos fará fazer jus às grandes vantagens comparativas que temos, para que tenhamos numa sociedade a alta indústria e a agricultura possa ser cada vez mais próspera por meio de produtividade, é preciso que a gente faça primeiro o dever de casa”, discursou Marina Silva, afirmando em seguida que é preciso “avançar na política”. “É o atraso na política que está fazendo com que percamos as conquistas”, declarou.
Eduardo Campos iniciou seu discurso falando sobre a Marina Silva que em 2010 candidatou-se à presidência e na ocasião conquistou apoio significativo da população tendo somente 1 minuto de tempo de propaganda política e mesmo assim conseguiu levar as eleições para o segundo turno. Segundo o pessebista, com a presença do nome da ex-senadora e ativista ambiental o país começou a ter a política pensada durante uma campanha, embora o debate político de quatro anos atrás tenha sido a maior parte do tempo politiqueiro e se atido a questões menores.
“Não fez parte do debate de 2010 o que fazer com a educação, com a matriz energética, com a política industrial, com a questão da agricultura familiar, da reforma agrária. Ou era tudo, ou nada. Eu presto tudo, você não presta nada”, disse Eduardo Campos. O pré-candidato, que já foi aliado do governo petista e que no ano passado entregou os cargos que tinha em prol do projeto de candidatura própria, afirmou que com os governos consecutivos de um mesmo partido o “Brasil foi perdendo seu rumo.”
A expectativa é que com a oficialização seja possível a transferência dos 19,6 milhões de votos conquistados por Marina nas eleições passadas. Eduardo Campos tratou da importância de algumas iniciativas da gestão petista, tendo dito que é preciso aperfeiçoá-las. Neste sentido citou o programa tido como carro-chefe do sucesso do PT sobre a maior parte do eleitorado, que é o Bolsa Família. Ao falar sobre a necessidade de aperfeiçoamento das políticas públicas e assistencialistas, o pessebista afirmou que um programa como o Bolsa Família tem que oferecer mais que somente o recurso.
“É preciso ter acesso a outras políticas públicas. Uma escola de qualidade aos seus filhos, para que as filhas de mães do Bolsa Família não sejam amanhã mães do Bolsa Família”, declarou, defendendo que o benefício seja ampliado a “milhões de brasileiros”. “O cadastro único diz que temos 25 milhões de brasileiros em condições de receber o Bolsa Família, e até hoje ele chegou a 14 milhões.”
Na sequência o presidenciável abordou a atual polêmica que envolve a gestão petista, a Petrobras. “Não vamos deixar a Petrobras quebrar. Precisamos levar uma palavra de confiança a todos que fazem a Petrobras. Dizer que nós vamos ajudar a discutir a Petrobras.”
Ao final de sua fala o pessebista afirmou que os problemas do Brasil estão sendo colocados para “debaixo do tapete” e que “tem gente que acha que tem respostas para tudo.”
Rede e PSB em Goiás
O pré-candidato ao governo goiano pelo PSB, Vanderlan Cardoso, presidente estadual da sigla, também prestigiou o evento. Ele, que tem como pré-candidato ao Senado um nome oriundo da Rede, o procurador federal Aguimar Jesuíno, também defendeu que a aliança Eduardo Campos-Marina Silva trará a renovação necessária ao processo político brasileiro. “Eu conheço a forma como Eduardo administrou enquanto esteve à frente de Pernambuco, inclusive, alguns dos projetos que nós estamos apresentando no nosso plano de metas veio de Pernambuco. A Marina Silva veio para complementar”, disse.
Sobre o desafio de tornar o nome do pernambucano conhecido em Goiás, Vanderlan Cardoso defende não ver dificuldades, tendo comparado Eduardo Campos a uma mercadoria de qualidade. “A coisa mais fácil é levar o nome do Eduardo, por onde a gente anda hoje no Estado de Goiás as pessoas já estão sabendo a forma como ele administrou Pernambuco, então falar dele hoje, como quem diz, se fosse uma mercadoria, era fácil de ser vendida.”
Em entrevista ao Jornal Opção Online Vanderlan Cardoso explicou que o afunilamento pelo nome de Aguimar Jesuíno para a senatoria se deu primeiramente devido ao acordo entre PSB-Rede Sustentabilidade, e porque é um nome que agradou. “É uma pessoa técnica, profissional respeitável, não há nada que denigra a imagem dele. E é o que o eleitor está querendo, porque é o novo.”
Segundo Vanderlan Cardoso, dentro de um mês o pré-candidato ao Senado deverá se juntar a ele nas visitas ao interior goiano, visto que é preciso primeiro que Aguimar se licencie do cargo federal. “Por enquanto ele fará isso aos finais de semana, que são as folgas que ele tem”, explica.
Quanto ao nome de vice, Vanderlan Cardoso afirma que a definição depende das conversações com outros partidos e não descarta que o espaço possa ser de um pedetista, partido com o qual flerta e recebe sinalizações favoráveis. “Nas convenções já poderemos apresentar o nome da vice”. Sobre o PDT, Vanderlan diz que seria um sonho ter a pedetista Flávia Moraes, mas que compreende o anseio da política em ter em vista a reeleição à Câmara. “Como somos amigos, vou aguardar.”
No que se refere às coligações, Vanderlan Cardoso conta com a definição do PRB e do PSC. O socialista diz ter os pés no chão e que deverá fechar com até quatro legendas aliadas, número, segundo avalia, suficiente. “Não sou de ficar jogando em expectativa que pode não concretizar, para não ficar chateado.”
Sobre as sondagens que recebe tanto da oposição como da base governista, Vanderlan Cardoso se disse honrado, mas repetiu o discurso de sempre: que é o único pré-candidato de fato em Goiás.
Questão que não poderia deixar de ser abordada, o rompimento do deputado federal e pré-candidato ao Senado Ronaldo Caiado (DEM), Vanderlan declarou considerar difícil que os dois estejam juntos nas próximas eleições, mas não descarta uma reaproximação no futuro. O socialista evita levar mais polêmica ao afastamento do democrata, ocasionado por posicionamento contrário por parte de Marina Silva –– que inclusive, ao final do evento, ao ser perguntada sobre possível composição com Caiado foi categórica em dizer que não existe essa possibilidade e que é assunto superado.
Eduardo Campos iniciou seu discurso falando sobre a Marina Silva que em 2010 candidatou-se à presidência e na ocasião conquistou apoio significativo da população tendo somente 1 minuto de tempo de propaganda política e mesmo assim conseguiu levar as eleições para o segundo turno. Segundo o pessebista, com a presença do nome da ex-senadora e ativista ambiental o país começou a ter a política pensada durante uma campanha, embora o debate político de quatro anos atrás tenha sido a maior parte do tempo politiqueiro e se atido a questões menores.
“Não fez parte do debate de 2010 o que fazer com a educação, com a matriz energética, com a política industrial, com a questão da agricultura familiar, da reforma agrária. Ou era tudo, ou nada. Eu presto tudo, você não presta nada”, disse Eduardo Campos. O pré-candidato, que já foi aliado do governo petista e que no ano passado entregou os cargos que tinha em prol do projeto de candidatura própria, afirmou que com os governos consecutivos de um mesmo partido o “Brasil foi perdendo seu rumo.”
A expectativa é que com a oficialização seja possível a transferência dos 19,6 milhões de votos conquistados por Marina nas eleições passadas. Eduardo Campos tratou da importância de algumas iniciativas da gestão petista, tendo dito que é preciso aperfeiçoá-las. Neste sentido citou o programa tido como carro-chefe do sucesso do PT sobre a maior parte do eleitorado, que é o Bolsa Família. Ao falar sobre a necessidade de aperfeiçoamento das políticas públicas e assistencialistas, o pessebista afirmou que um programa como o Bolsa Família tem que oferecer mais que somente o recurso.
“É preciso ter acesso a outras políticas públicas. Uma escola de qualidade aos seus filhos, para que as filhas de mães do Bolsa Família não sejam amanhã mães do Bolsa Família”, declarou, defendendo que o benefício seja ampliado a “milhões de brasileiros”. “O cadastro único diz que temos 25 milhões de brasileiros em condições de receber o Bolsa Família, e até hoje ele chegou a 14 milhões.”
Na sequência o presidenciável abordou a atual polêmica que envolve a gestão petista, a Petrobras. “Não vamos deixar a Petrobras quebrar. Precisamos levar uma palavra de confiança a todos que fazem a Petrobras. Dizer que nós vamos ajudar a discutir a Petrobras.”
Ao final de sua fala o pessebista afirmou que os problemas do Brasil estão sendo colocados para “debaixo do tapete” e que “tem gente que acha que tem respostas para tudo.”
O pré-candidato ao governo goiano pelo PSB, Vanderlan Cardoso, presidente estadual da sigla, também prestigiou o evento. Ele, que tem como pré-candidato ao Senado um nome oriundo da Rede, o procurador federal Aguimar Jesuíno, também defendeu que a aliança Eduardo Campos-Marina Silva trará a renovação necessária ao processo político brasileiro. “Eu conheço a forma como Eduardo administrou enquanto esteve à frente de Pernambuco, inclusive, alguns dos projetos que nós estamos apresentando no nosso plano de metas veio de Pernambuco. A Marina Silva veio para complementar”, disse.
Sobre o desafio de tornar o nome do pernambucano conhecido em Goiás, Vanderlan Cardoso defende não ver dificuldades, tendo comparado Eduardo Campos a uma mercadoria de qualidade. “A coisa mais fácil é levar o nome do Eduardo, por onde a gente anda hoje no Estado de Goiás as pessoas já estão sabendo a forma como ele administrou Pernambuco, então falar dele hoje, como quem diz, se fosse uma mercadoria, era fácil de ser vendida.”
Em entrevista ao Jornal Opção Online Vanderlan Cardoso explicou que o afunilamento pelo nome de Aguimar Jesuíno para a senatoria se deu primeiramente devido ao acordo entre PSB-Rede Sustentabilidade, e porque é um nome que agradou. “É uma pessoa técnica, profissional respeitável, não há nada que denigra a imagem dele. E é o que o eleitor está querendo, porque é o novo.”
Segundo Vanderlan Cardoso, dentro de um mês o pré-candidato ao Senado deverá se juntar a ele nas visitas ao interior goiano, visto que é preciso primeiro que Aguimar se licencie do cargo federal. “Por enquanto ele fará isso aos finais de semana, que são as folgas que ele tem”, explica.
Quanto ao nome de vice, Vanderlan Cardoso afirma que a definição depende das conversações com outros partidos e não descarta que o espaço possa ser de um pedetista, partido com o qual flerta e recebe sinalizações favoráveis. “Nas convenções já poderemos apresentar o nome da vice”. Sobre o PDT, Vanderlan diz que seria um sonho ter a pedetista Flávia Moraes, mas que compreende o anseio da política em ter em vista a reeleição à Câmara. “Como somos amigos, vou aguardar.”
No que se refere às coligações, Vanderlan Cardoso conta com a definição do PRB e do PSC. O socialista diz ter os pés no chão e que deverá fechar com até quatro legendas aliadas, número, segundo avalia, suficiente. “Não sou de ficar jogando em expectativa que pode não concretizar, para não ficar chateado.”
Sobre as sondagens que recebe tanto da oposição como da base governista, Vanderlan Cardoso se disse honrado, mas repetiu o discurso de sempre: que é o único pré-candidato de fato em Goiás.
Questão que não poderia deixar de ser abordada, o rompimento do deputado federal e pré-candidato ao Senado Ronaldo Caiado (DEM), Vanderlan declarou considerar difícil que os dois estejam juntos nas próximas eleições, mas não descarta uma reaproximação no futuro. O socialista evita levar mais polêmica ao afastamento do democrata, ocasionado por posicionamento contrário por parte de Marina Silva –– que inclusive, ao final do evento, ao ser perguntada sobre possível composição com Caiado foi categórica em dizer que não existe essa possibilidade e que é assunto superado.
Confira momentos que marcaram a oficialização
Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção

Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção
Nenhum comentário:
Postar um comentário