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quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

Ex-governador do Espírito Santo, Gerson Camata é assassinado em Vitória

Suspeito do crime é um ex-assessor de Camata e foi preso. Motivo seria uma disputa judicial entre os dois


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Camata foi governador, senador, vereador de Vitória, deputado estadual e deputado federal(foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Um dos políticos mais emblemáticos do Espírito Santo, o ex-governador  Gerson Camata (MDB) foi assassinado a tiros na capital capixaba no início da noite desta quarta-feira (26/12). O crime ocorreu em frente a um bar. Um ex-assessor de Camata foi identificado como autor dos disparos. Ele fugiu do local, mas foi capturado em seguida. A Polícia Civil investiga o caso. 

Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública confirmou que Marcos Venicio Moreira Andrade, 66 anos, foi preso e levado para prestar esclarecimentos no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele trabalhou com Camata por quase 20 anos. Em 2009, ele acusou Cmata de rceber caixa 2. A motivação do crime seria a ação judicial que se desenrolou após o desentendimento.  

O secretário Estadual de Segurança Pública, Nylton Rodrigues, afirmou que Andrade confessou que cometeu o crime. "Em depoimento, ele contou que a motivação foi uma ação judicial movida pelo ex-governador contra ele, o que resultou no bloqueio de R$ 60 mil de sua conta bancária", detalhou. 
A arma utilizada no crime foi apreendida. Ela não tem registro. "O suspeito encontrou Camata na rua e resolveu tirar satisfações. Nesse encontro, iniciou-se uma discussão, e o ex-assessor sacou uma arma e matou o ex-governador", completou. Camata foi atingido no pescoço. Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel Urgência (Samu), mas não resistiu.

Marcos Venicio Moreira Andrade, 66 anos, trabalhou por quase duas décadas com Camata(foto: Divulgação/Polícia Civil ES)


Gerson Camata entrou na política após ser radialista no programa Ronda da Cidade, na Rádio Cidade de Vitória. Em 1966, elegeu-se vereador da capital capixaba, pelo Arena, partido ligado ao regime militar. Em 1980, decidiu ingressar no MDB, durante a permissão do pluripartidarismo. 

Em 1982, atingiu o maior posto na vida pública, ao se eleger governador do Espírito Santo. Ele também passou pelas casas legislativas, onde teve passagens pela Assembléia Legislativa do estado, pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, onde atuou por 24 anos, entre 1987 e 2011.
 

Repercussão 

O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (sem partido), decretou luto oficial de três dias no estado. O futuro chefe do Executivo local, Renato Casagrande (PSB), se disse consternado com a morte. "É lamentável que um homem como ele, que tanto contribuiu para o desenvolvimento do nosso estado, tenha perdido a vida de forma tão trágica. Nos despedimos hoje, com muita tristeza, desse líder carismático e agregador, que fez história", observou. 
 
O MDB, partido de Camata, divulgou nota de pesar em que presta solidariedade à família e cobra o esclarecimento do crime. "Só temos que agradecer pela enorme contribuição que Gerson Camata deu à política e ao país e lamentar a atitude insana que o tirou de nós, num ato brutal, covarde e desumano", rechaça o texto.  
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A arma utilizada no crime foi apreendida. Ela não tem registro(foto: Reprodução redes sociais)

Em nota, Eunício Oliveira, presidente do Senado e correligionário de Camata, disse que este é um momento de tristeza. "O ex-senador Gerson Camata representou por 24 anos, com destaque, o Espírito Santo no Senado Federal, depois de construir sólida carreira política como vereador, deputado estadual e governador. Nossa solidariedade aos seus familiares, amigos e ao povo capixaba", escreveu. 
O senador Magno Malta (PR-ES) lamentou a morte de Camata e exaltou a carreira política dele. "Que Deus conforte a família e o povo capixaba. Quase na passagem do ano, perdemos um grande homem. Ele passou por todos os cargos da vida pública no Espírito Santo. Não existe motivo para se atentar contra a integridade física de alguém", compadeceu. 

Vitor Otoni, assessor da Vice-Governadoria do Espírito Santo, há poucos dias esteve com o político. "Um amigo, homem simples e de grandes ideias. Me lembro que viajei há poucos dias para Brasília e, ao meu lado, no voo, estava ele. Conversamos muito e ele estava empolgado, pois havia um projeto de sua autoria que estava há anos parado no Senado e só agora seria votado”, comentou.

Fonte: Correio Braziliense

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