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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Postura propositiva dura pouco: Dilma e Aécio partem para o ataque em debate

A uma semana das eleições, presidenciáveis trocam acusações e discutem propostas. Inflação e denúncias sobre a Petrobras polemizaram encontro


Publicação: 20/10/2014



Assim como o clima tenso das campanhas na televisão para o segundo turno das eleições, o debate entre os candidatos à Presidência também foi marcado pela agressividade e troca de acusações. Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) se enfrentaram nesta noite de domingo (19/10) em encontro promovido pela Rede Record, a exatos sete dias do pleito.

Ao afirmar que o governo dela deu um forte apoio ao microempreendedor individual, reduzindo impostos e formalizando micro e médios empresários, Dilma começou o debate perguntando para Aécio qual é a posição do candidato sobre a lei do Simples Nacional, programa que unifica o pagamento de oito tributos cobrados pela União, estados e municípios das micro e pequenas empresas. Aécio respondeu que a proposta de governo dele visa ampliar o Simples e apresentar propostas para gerar mais empregos no Brasil. “A nossa relação com o Simples é a mesma de quando o criamos, no governo FHC”.

'Eu investigo tudo, Aécio. Eu não engavetei 217 processos, candidato' (Miguel Schincariol/AFP)
"Eu investigo tudo, Aécio. Eu não engavetei 217 processos, candidato"


Depois, ainda em tom propositivo, Aécio citou o alarmante número de homicídios ocorridos no Brasil e questionou Dilma sobre os investimentos no combate à violência e sobre o que a presidente teria errado em sua gestão para deixar a situação se agravar. Dilma respondeu que o adversário é “muito pessimista sobre o crescimento do Brasil”. “Se compararmos o meu governo com o governo do FHC, veremos que invisto mais que o dobro em segurança pública. (...) O Mapa da Violência mostra que de 2002 a 2012 houve um crescimento de 52% no número de homicídios em Minas Gerais, Aécio”. O tucano reagiu à alfinetada afirmando que quando governou Minas Gerais “a violência no estado reduziu” e o estado mineiro foi o que mais investiu em segurança.

A pergunta seguinte foi de Dilma Rousseff, sobre o que o candidato do PSDB pensa sobre a flexibilização da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), se ajudava ou não os trabalhadores. Afirmou que iria “refrescar” a memória de Aécio, ao explicar que, em 2011, o desemprego estava elevado no país quando o “seu partido colocou na pauta a flexibilização da CLT. (...) Quando Lula foi eleito, ele enterrou esse projeto de flexibilização da CLT”. Aécio retrucou: “Fui deputado Constituinte muito novo e participei da elaboração do capítulo sobre os direitos dos trabalhadores. (...) Vamos debater o presente, candidata, vamos falar de propostas para o futuro”, disse.

'Vamos debater o presente, candidata, vamos falar de propostas para o futuro' (Miguel Schincariol/AFP)
"Vamos debater o presente, candidata, vamos falar de propostas para o futuro"


Os candidatos falaram, ainda no primeiro bloco, sobre inflação. Aécio questionou a petista sobre os índices ruins da economia brasileira, afirmando que, para a presidente da República, o país não tinha inflação. Dilma respondeu: “Vocês jogam pelo quanto pior, melhor. A inflação está controlada, sim”.

Clima quente

Um dos temas mais sensíveis durante toda a disputa pelo Planalto voltou ao centro do debate. Aécio questionou a adversária, assim como em outros debates, sobre os desvios na Petrobras e se o tesoureiro do PT ficaria no partido. “A senhora já não acha mais que houve desvios na Petrobras”, disse Aécio. “O senhor confia naqueles do seu partido que, segundo as mesmas fontes, receberam recursos para acabar com a CPI?", devolveu Dilma. “Onde estão os corruptos da Pasta Rosa, dos Trens e do Metrô? Todos soltos. (...) Eu investigo tudo, Aécio. Eu não engavetei 217 processos, candidato. É isso que não pode ocorrer no Brasil", alfinetou a presidenciável sobre escândalos da Era FHC.


No segundo bloco, Aécio voltou a questionar Dilma sobre a Petrobras, não apenas sobre denúncias de corrupção, mas sobre como seria a partir de agora a gestão da estatal. Dilma respondeu: “Vocês venderam as ações da Petrobras a preço de banana. Vocês não têm a menor moral para falar sobre a Petrobras”, afirmou. A candidata do PT afirmou também que “algo muito importante” estaria acontecendo no país, já que, ao contrário do que pensava o PSDB, o atual governo conseguiu estrutura para explorar o pré-sal. “Hoje, o pré-sal gera 500 mil barris por dia, algo que o Brasil levou, antes de nós, 30 anos para extrair. (...) O senhor (Aécio) disse pensar que em algum momento privatizaria a Petrobras. Temos isso registrado. Em qual momento será?”, questionou. Aécio rebateu a candidata dizendo que a Petrobras teve seu valor desvalorizado nos últimos anos. “A candidata diz hoje a todos os brasileiros que a Petrobras vai muito bem. Não vai, não”.


Outro questionamento de Dilma foi sobre o combate ao crime organizado. A candidata ressaltou que seu programa de governo visa mudar a Constituição Brasileira, para que a União possa trabalhar com os estados no combate ao crime organizado. A presidenciável também ressaltou que, durante sua gestão, teve experiências satisfatórias, inclusive no estado de Minas Gerais. Aécio rebateu afirmando que a Polícia Federal amarga o pior orçamento dos últimos cinco anos. “A senhora fala dos centros integrados, mas, por que retirou a PF e a PRF deles depois da Copa?", cobrou Aécio.

Aécio se dirigiu aos funcionários dos bancos públicos e disse que eles seriam fortalecidos durante o seu governo, caso ele seja eleito. A resposta foi dada após Dilma afirmar que ouviu Armínio Fraga – nome já anunciado por Aécio para Ministro da Fazenda – dizer que iria diminuir o papel dos bancos públicos.

O terceiro bloco do debate teve início com o tema educação. A candidata Dilma Rousseff ressaltou programas como o Pronatec e Prouni, e Aécio enfatizou a necessidade de criar mais creches no país. Em resposta, Dilma voltou na questão da importância de se investir no ensino superior e disse: “Os senhores sucatearam o ensino superior no Brasil (...). Vocês foram contra o Prouni, que levou 1 milhão de estudantes pobres para as universidades”. O candidato Aécio Neves rebateu: “Quero fundar a nova escola brasileira (...). Vamos construir as creches que a candidata Dilma não entregou”. 

Ainda no terceiro bloco do debate, Aécio acusou o governo de Dilma de atrasar a entrega de obras. “As obras no seu governo não terminam nunca”, afirmou. Dilma respondeu: “Nós concluímos a ferrovia norte-sul, a usina de Belo Monte (...) e a integração do São Francisco está em pleno vigor (...) Fiz em quatro anos o que vocês fizeram em oito”.

Fonte:Correio Braziliense

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