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domingo, 5 de março de 2023

Rede e Novo deixam “adolescência” e miram competitividade para eleições de 2024

 










As próximas eleições municipais serão cruciais para ambos os partidos, que fogem da “sopa de letrinhas” e têm um teor programático a apresentar.


O Novo e a Rede Sustentabilidade são dois partidos com praticamente o mesmo tempo de existência: o primeiro recebeu o registro definitivo em 15 de setembro de 2015, exatamente uma semana antes da agremiação de Marina Silva, sua principal referência.

Ambos vieram como “tentativas” de promover uma mudança no pensamento de seu campo ideológico: o Novo, na direita; e a Rede, na esquerda. Ambos perceberam que a política é mais complexa do que uma carta de intenções.

O sonho de Marina Silva e seus companheiros de fundação era ter na Rede um partido sem “caciques”, longe da hierarquização clássica e que tomasse suas decisões de forma conjunta, por meio do que se chamou de “consenso progressivo”. Como na prática a teoria é outra, o plano não fluiu como deveria e, em 2022, a Rede se juntou ao PSOL para formar uma federação, o que possibilitou uma sobrevida viável na selva partidária do Brasil que não seria possível de outra forma.

Na semana passada, foi a vez do Novo dar uma guinada em seus princípios em busca de ganhar fôlego: o partido passou a permitir o uso do fundo partidário, algo que falado anos atrás, seria uma espécie de blasfêmia numa reunião de diretório.

Ambos têm razão em cortar as utopias da própria carne: as mudanças na “realpolitik” ocorrem na velocidade do sistema, é algo estrutural e que não se resolve por decreto, como querem os partidos reacionários (como o natimorto Aliança Pelo Brasil, sonho de um verão dos bolsonaristas) e revolucionários (como o PCO, de extrema-esquerda).

O Novo e a Rede se adaptaram agora às regras do jogo em sua totalidade e se “concederam”, assim, as mesmas armas dos demais partidos. As siglas tradicionais subsistem porque são ágeis na atuação, ainda que muito menos ideologizados – ou melhor, até mesmo por isso.

Atualmente, o Novo tem, além do governador Romeu Zema, de Minas Gerais – reeleito e cotado como candidato a presidente em 2026 –, apenas um prefeito, um senador (Eduardo Girão/CE, recém-filiado), três deputados federais, cinco estaduais e 29 vereadores. A Rede tem, além da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, cinco prefeitos, um senador (Randolfe Rodrigues/AP), um deputado federal, seis estaduais e 144 vereadores. São, em números, partidos nanicos, ainda que diferenciados, por causa das bandeiras que levam consigo.

As próximas eleições municipais serão cruciais para ambos: o Novo parece trilhar um caminho fora de sua estrada ideológica original, com seus principais líderes fazendo grandes acenos à direita bolsonarista – o próprio recém-filiado Girão era da “tropa de choque” do ex-presidente no Senado – e tendo na saída de seus quadros de João Amoêdo, candidato à Presidência em 2018, mais do que um desfalque, um sinal: a sigla segue por outro rumo, talvez – mas só talvez – mais pragmático e competitivo.

A Rede está no centro do poder, integrando e apoiando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e fortalecida pela união com o PSOL, ainda que como “prima pobre” – embora os psolistas tenham mais “qualidade” – nomes como Guilherme Boulos (SP), Sâmia Bomfim (SP) e Chico Alencar (RJ) – do que “quantidade”.

Para qualquer um dos dois partidos, que fogem da sopa de letrinhas e têm um teor programático a apresentar, não ocupar uma cadeira numa câmara de vereadores de uma cidade do porte de Goiânia é um constrangimento. É com esse foco que, nesta e outras capitais, eles devem atuar desde já para o sucesso nas urnas. Até porque na política, como dizia Tancredo Neves, nunca está cedo, “só existe tarde”.

Fonte: Jornal Opção

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