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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Disputa pela prefeitura de Santo Antônio parece até enredo de novela



Nas cidades do Entorno, a campanha começou acirrada. No município onde recentemente um jornalista foi assassinado, cinco candidatos concorrem à prefeitura. Tem padre, médico, primos e até ex-casados na briga

Uma esquina esburacada separa dois comitês eleitorais do núcleo político em Santo Antônio do Descoberto, distante 50km de Brasília. Subindo a rua, a equipe de Padre Getúlio (PSB) ajustava estratégias de campanha. Na mesma ladeira, funcionários do atual prefeito, Itamar Lemes do Prado (PDT), resolviam pendências do material de divulgação do político, que tenta a reeleição. Na cidade, as cinco chapas registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deram ao pleito contornos que nenhum roteirista de novela imaginou. Concorrem, ainda, a ex-mulher de Itamar, Estela Souza (PR), o atual vice-prefeito — desafeto de Itamar —, Valter da Guarda Mirim (Psol); e o médico Dr. Adolpho (PMDB). Ao todo, segundo o TSE, são mais de 571 mil eleitores nos municípios que formam o Entorno do DF.

Começou ontem a disputa pelas prefeituras em todo o país. No primeiro dia de corpo a corpo, candidatos ajustavam questões de publicidade, como registro da campanha no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e recrutamento de cabos eleitorais. Nas ruas de Santo Antônio, as movimentações, como carros de som com jingles e bandeiras, quase não se percebiam. Os candidatos de 2016 tiveram que se adequar às novas regras, como apenas 45 dias de campanha e sem o custeio empresarial. O limite máximo de gastos eleitorais no município goiano, por exemplo, é de R$ 273 mil para prefeito e de R$ 32 mil para vereador.

No discurso dos cinco candidatos, há uma consonância: críticas a falhas na saúde, na educação, na segurança, na geração de empregos, no transporte e na corrupção. Os temas são problemas crônicos nos municípios do Entorno do DF. E não é diferente em Santo Antônio do Descoberto. Em meio a denúncias de desvios de dinheiro público e o misterioso assassinato — provavelmente com fins políticos — do jornalista João Miranda do Carmo, 54 anos, morto no mês passado com sete tiros, as chapas traçam uma agenda política que convença os 36.438 eleitores.
Fonte: Correio Braziliense

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