quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Iris desafia Cachoeira: Falta ao empresário apresentar provas contra o ex-prefeito


O candidato a governador de Goiás pelo PMDB garante que não conhece Carlos Cachoeira e que não é “homem de negociata”.

“O Popular” publicou um título que, apesar de baseado na fala do ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, não traduz a realidade. “Iris diz que não responderá Cachoeira”, anota o jornal. No entanto, na reportagem, o candidato do PMDB a governador de Goiás não faz outra coisa a não ser responder as críticas do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos. O que não faz é uma resposta detalhada a respeito das acusações...

Na sua resposta, Iris Rezende apesenta-se como tático e estrategista militar e político. Embora diga que não vai responder as acusações de Carlos Cachoeira, não faz outra coisa, mas busca, aí como estrategista, atacar o que avalia como alvo eleitoral maior, o tuano-chefe, ao citar o empresário como “preposto” do governador Marconi Perillo, que estranhamente, embora acusado, não foi ouvido pelo jornal. “Quem faz o que esse cidadão [Cachoeira] fez não é digno da atenção e do respeito de ninguém. Por isso vou responder é o governador e não o preposto dele”, frisou Iris (responder “ao” governador é a forma apropriada, mas o repórter optou por não corrigir a fala do peemedebista). Não há nenhuma referência ao fato, comprovado, de que Carlos Cachoeira participou de um governo do PMDB, o de Maguito Vilela, como dirigente da Gerplan, sucedânea da Loteria do Estado de Goiás. Pode-se dizer que um governo do PMDB começou a “limpar” um dos negócios do empresário? Não se tem certeza. Mas pode se afirmar que Maguito Vilela, como governador, cometeu alguma ilegalidade? Não. Não há indício de ilicitude.

Carlos Cachoeira disse, em artigo publicado no “Diário da Manhã”, “Os canalhas também envelhecem”, que Iris Rezende se encontrou com diretores da Delta Construções. Ainda que afirme que o empresário não está dizendo a verdade, na sua resposta ambivalente — e desqualificadora (Carlos Cachoeira é tratado como uma figura de nenhuma importância) —, Iris Rezende admite que recebeu, em sua fazenda do Xingu (Mato Grosso), na qual planta soja, o presidente da empreiteira, Fernando Cavendish. Não menciona se Cláudio Vieira, então representante da construtora em Goiás e suposta ponte com Carlos Cachoeira, esteve presente. “Não sou homem de negociata. Nunca me meti em atos ilícitos”, afirma Iris Rezende. “O Popular” relembra: “Na gestão de Iris na Prefeitura de Goiânia (2005-2010), a Delta manteve grandes contratos, como a obra do viaduto da T-63”. Não há, porém, prova de ilicitude na obra ou de que a Delta tenha repassado alguma porcentagem para Iris Rezende ou algum de seus secretários.

Ao contrário do afirmou Carlos Cachoeira, Iris Rezende assegura que não “prometeu legalizar o jogo do bicho quando governou o Estado [de Goiás] pela segunda vez (1991-1994)”. O ex-prefeito sustenta que nunca frequentou o ambiente de Carlos Cachoeira. “Ele (Cachoeira) vive em um ambiente que não é o meu. Para você ter uma ideia nunca vi na minha vida essa criatura”, garante. Mas ressalta: “Se eu vi não sabia quem era. Não tenho a mínima relação. Nunca fui metido em nada de ilícito. Nada”.

Agora, espera-se o próximo round, ou seja, que Carlos Cachoeira apresente as provas do que disse a respeito de Iris Rezende. Mesmo de modo ambíguo, o ex-prefeito de Goiânia desafiou o empresário e sugeriu que não está dizendo a verdade. É um ataque duríssimo. Sem luvas de pelica, mas hábil, notadamente quando tenta conectar a crítica de Carlos Cachoeira ao candidato do PSDB a governador de Goiás.
Fonte: Por EULER de FRANÇA BELÉM - jornal Opção edição 2041 - 19/08/2014 - 

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