CAMPANHA-MERENDA NUTRITIVA

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domingo, 15 de setembro de 2013

Eleições 2014: Há tempo suficiente para Marconi recuperar a imagem?

Eleições
Marconi Perillo: fazer obras para recuperar imagem a tempo de 2014
Depois de ser “contaminado” pelos escândalos de corrupção, a estratégia é fazer com que o gestor alavanque a figura do político
Fernando Leite/Jornal Opção
Governador Marconi Perillo: a questão é saber se dá tempo de
reabilitar a imagem manchada. Há quem diga que sim
Marcos Nunes Carreiro
Nos últimos meses, a insatisfação popular mostrou suas feições, o que tornou a aprovação governamental menor para todos e preocupante para alguns. A situação é mais complicada quando a avaliação trata do poder Exe­cutivo. A dificuldade se apresenta para a Presidência da República, governadores e prefeitos. Obvia­mente, alguns mais que outros.

Na imagem da presidente Dilma Rousseff (PT) se pode ter esse parâmetro de forma mais clara. Em julho, o governo Dilma tinha 31,3% de aprovação, enquanto seu desempenho pessoal era visto como “bom” por 49,3%. Publicada há poucos dias, a última pesquisa, porém, já apresenta uma leve melhora para a chefe do Executivo federal: o governo passou para 38,1% de aprovação e a figura política da presidente subiu para 58%, embora muito distante dos 73,7% que Dilma apresentava em junho.

Ou seja, houve uma melhora substancial em suas imagens como governante e política, mas a rejeição ainda é alta e ultrapassa os 40%, apesar de liderar todas as pesquisas entre os possíveis presidenciáveis. É claro que há um corte nas pesquisas, pois as as classes A e B, que possuem certa independência dos serviços públicos, têm deixado essa discussão de lado e apresentado claramente sua insatisfação com a política de forma geral. Assim, resta às demais camadas sociais avaliarem as gestões federal, estadual e municipal. E todas elas têm recebido avaliação menor que as de outrora.

Em Goiás, o exemplo maior fica por conta do governador Marconi Perillo (PSDB). Aclamado pela grande parcela da população ao longo dos últimos 15 anos como o melhor gestor e político do Estado, o impensável ocorreu e de repente o nome do governador apareceu envolvido em escândalos de corrupção. A principal “mancha” no currículo de Marconi tem nome ––– e principalmente sobrenome: Carlos Cachoeira.

Seu suposto envolvimento com o esquema de jogos ilegais protagonizados pelo empresário do jogo Carlinhos Cachoeira abalou tanto a imagem de seu governo quanto sua figura pessoal. Até então, o governador ainda não havia sido taxado publicamente como corrupto, o estigma do político brasileiro. Ou seja, para a grande parcela da população, Marconi era ainda, senão imaculado, limpo. As investigações da Polícia Federal (PF) acabaram por derrubar o senador Demóstenes Torres e até mantiveram Cachoeira preso por um tempo, mas passado um ano a morosidade, a falta de notícias e a não comprovação nos processos acumulados no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ––– no caso de Marconi ––– acabaram dando lugar a novos fatos e um diferente escândalo.

Em abril deste ano, a “Revista Carta Capital” denunciou um esquema de espionagem que seria “desenhado e comandado de gabinetes do Palácio das Esmeraldas”. De acordo com a reportagem, pessoas ligadas ao governador seriam responsáveis por contratar um hacker – de codinome Mr. Magoo — para grampear telefones e invadir perfis de aliados e adversários do tucano. Outra atribuição sua seria a criação de dezenas perfis falsos em redes sociais para defender Marconi e atacar seus desafetos. A situação gerou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa, que está em andamento.

Tudo isso fez com que a imagem de Marconi Perillo fosse arranhada e, agora, às portas das eleições majoritárias de 2014, é necessário que haja uma reviravolta na situação. Mas existem duas questões principais acerca do assunto: há tempo hábil para uma recuperação das imagens? Como fazê-lo?

Em primeiro lugar, é preciso lidar com certa dicotomia ao se tratar desse assunto. A imagem do governo Marconi é diferente de sua imagem pessoal. Isto é, há que se analisar a figura do governador sob dois aspectos: a de gestor e a de político. Como gestor, os dois primeiros anos do terceiro mandato de Marconi foram tímidos, até porque a equipe estadual precisou lidar com as possíveis consequências dos escândalos que abalavam os ânimos. Além disso, não havia dinheiro para investir. Passado esse período, as obras começam a aparecer.

É fato que um governo atuante é aquele que tem trabalho a ser apresentado. Marconi e sua equipe conquistaram mais quatro anos no poder à base de promessas e da garantia de obras. Os dois primeiros mandatos foram bons para o Estado e, baseando-se nisso, o povo resolveu acreditar de novo. E os eleitores observam com atenção, sobretudo depois de tantas ressalvas. O governo afirma que não basta trabalhar, mas é necessário fazer obras de qualidade.

Assim, o gestor passa a imagem de que está trabalhando e de que não se preocupa apenas em fazer política.
Ou seja, se a malha rodoviária for completamente refeita, se os Centros de Referência e Excelência em Dependência Química (Credeqs) forem efetivamente construídos e se o Estado continuar crescendo economicamente é possível que, em 2014, o eleitor possa avaliar se quer ou não conceder mais um mandato a Marconi. É essa a principal aposta da situação. Bancar o gestor para que ele recupere o político. E isso pode acontecer. Uma provável melhora na imagem do governo pode fazer com que Marconi esteja competitivo, politicamente falando, a tempo das eleições.

Contudo, não é o que se vê ainda. Atualmente, as pesquisas, embora não divulgadas, não têm apontado para essa mudança no quadro. Com as obras sendo realizadas e as promessas sendo cumpridas em Goiás, é verdade que a gestão atual tem recebido a aprovação do povo. Porém, o reflexo dessa evolução não tem alavancado o nome político do governador. E essa é a principal preocupação da equipe. Em Goiânia, por exemplo, o governo estadual aparece com uma rejeição considerável ––– há quem assegure que chegue a um porcentual superior a 40%, número, entretanto, deveras menor se comparado ao mais de 50% em que já chegou.

Mas pesquisas são dinâmicas e tudo pode mudar, ou não, até que outubro de 2014 chegue.
Afastamento político como estratégia eleitoral
Os reflexos desse desgaste podem ser vistos no “sumiço” de Marconi Perillo nos últimos meses. Faz tempo que o governador não tem capitalizado seu governo publicamente. Um exemplo a ser citado é sua ausência em eventos significativos da capital, como o desfile de 7 de setembro, em que o vice-governador, José Eliton (PP), foi enviado como representante. É raro não vê-lo nas festas de comemoração da Independência do Brasil. Salvo engano, foi a primeira vez que o governador não compareceu ao evento, o que causou estranheza a muitos. Na verdade, a presença de Marconi não tem sido frequente nos eventos populares e seu contato com a população ocorre, sobretudo, nas programações governamentais, como o Go­verno Itinerante.

Talvez Marconi, experiente como é, esteja esperando o momento certo para reaparecer. É pouco provável que ele aguarde nova convocação por parte do povo como aconteceu em seu terceiro mandato, que pode ser creditado também ao vácuo administrativo que atingiu Goiás durante o governo Alcides Rodrigues. Agora é seu momento de se reapresentar, principalmente aos jovens. É certo que alguns deles garantem lealdade ao governador ––– os beneficiados por programas como o Bolsa Uni­versitária, por exemplo –––, mas a parcela é pequena.

Por isso, investimentos pesados estão sendo feitos em propaganda. A nova campanha publicitária do governo traz jovens como protagonistas. Eles aparecem divididos em grupos e andando pelo Estado para verificar as obras realizadas, sendo a malha rodoviária restaurada o alvo central. O foco é tanto mostrar que as promessas estão sendo cumpridas quanto chamar a atenção da faixa etária entre 16 e 24 anos, que pode garantir um bom número de votos no ano que vem.

Mas a grande questão é que Marconi não é novo na vida pública, afinal já parte para seu 11° ano como chefe do Exe­cutivo estadual. Seu grupo político está no poder, praticamente, há 16 anos. Assim, ao dizer que não é candidato ––– mas deixando clara a sugestão de que pode ser –––, Marconi não está fazendo jogo político meramente. Na verdade, o tucano-chefe quer ver seu nome nas urnas. Atento aos movimentos da sociedade, que tanto podem renovar a administração quanto manter a atual, Marconi não pode se precipitar. Não é um aventureiro político, muito menos incauto.

Isto é, o “sumiço” de Mar­coni Perillo é tanto precaução quanto estratégia. Ao permanecer nos bastidores, ele permite que apenas sua áurea permeie o imaginário popular, o que cria um cenário interessante. Ao vê-lo, as pessoas o associam involuntariamente àquilo que têm desprezado ultimamente (corrupção, governo velho e desgastado, etc.). Porém, ao ouvir falar de seu governo com a massacrante quantidade de propagandas veiculadas, há uma sensação de continuidade e inovação. Logo, aos poucos, a população vai se acostumando com a ideia. A isso podem-se associar os 10% de aprovação recuperados nos últimos meses.
Eis que o ponto forte se torna a vulnerabilidade

Um dos pontos clássicos da então fortaleza política de Marconi Perillo tinha por nome “funcionalismo público”. A marca do “Tempo Novo” foi sempre manter os servidores pagos em dia. Porém, no terceiro mandato, o governo deixou escapar sua habilidade de conquista e o casamento com os servidores entrou em certa crise. Servidores sindicalizados, principalmente os ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT), do PT, saíram às ruas para protestar por questões salariais.

Em dois anos, duas das principais e maiores áreas dos serviços públicos entraram em greve: educação e segurança pública. Os professores da rede estadual fecharam as escolas por mais de três meses em 2012, o que gerou um desgaste enorme entre governo estadual e população. Depois foi a vez dos delegados da Polícia Civil (PC), que entraram em greve e logo foram seguidos pelos policiais civis. Tempos depois servidores voltaram, mas com o acordo não cumprido, nova paralisação foi deflagrada.

Mas para impedir maior desgaste popular e acalmar os ânimos forçadamente, o governador baixou um decreto com o objetivo de inibir que servidores públicos estaduais paralisem suas atividades. O decreto, que ameaçava exonerar ou suspender servidores que paralisassem os serviços, causou polêmica, mas pode alcançar seu objetivo e interromper a atual era das greves em Goiás. O fato é: Marconi sabe que precisa fazer as pazes com o funcionalismo público e, com decretos ou não, tem tentado, embora não pessoalmente.

Na semana passada, por exemplo, pediu ao secretário da Casa Civil, Vilmar Rocha (PSD), para se reunir com os representantes dos policiais civis. O objetivo era viabilizar uma forma de continuidade nas negociações e impedir que houvesse nova greve ––– até porque a segurança pública goiana não pode sofrer mais abalos. Assim, Vilmar Rocha atendeu ao pedido e chamou os presidentes da União dos Policiais Civis de Goiás (Ugopoci) e do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol), Ademar Luiz e Siveira Alves Moura, para conversar.

Além de Vilmar Rocha, estiveram presentes para ouvir os policiais: Simão Cirineu (Fa­zenda); Joaquim Mesquita (Se­gurança Pública); José Carlos Siqueira, secretário da Contro­ladoria Geral do Estado (CGE); Alexandre Tocantins,  procurador-geral do Estado; além do delegado-geral da PC, João Carlos Gorski. As propostas foram colocadas à mesa e as conversas continuam.
Para muitos, o governador já está recuperado 
O afastamento eleitoral de Marconi Perillo parece ser uma estratégia que vale, inclusive, para sua equipe de governo. A todos os auxiliares a que se pergunta sobre a candidatura a resposta é mesma: “o foco agora não é esse.” E o discurso foi fixado ––– embora todos saibam que em 2014 o quadro será outro, uma vez que o nome de Marconi é, até o momento, o único apto a disputar o pleito.

Um dos principais auxiliares do governador, secretário da Casa Civil, Vilma Rocha, diz que Marconi não toca no assunto das eleições, a não ser nas reuniões partidárias. “Nem ele, nem nós. No interior, o foco é a gestão, a fiscalização das obras e o lançamento de novos projetos”, declara. De acordo com o secretário, é uma decisão da equipe só tratar de questões eleitorais a partir de março do próximo ano, momento de pré-campanha.

A decisão foi claramente tomada quando a crise se estabeleceu no governo, sobretudo em 2012. E a fala governista agora é resumida por Vilmar Rocha: “O [Carlinhos] Cachoeira é um fato do passado. Nada foi provado e ficou claro que aquilo foi uma jogada política de Lula para prejudicar o governador.” Para ele, a expectativa das pessoas era em relação à gestão. “E as obras estão acontecendo. A população está satisfeita e é visível a recuperação da imagem administrativa e política tanto do governo quanto do governador”, afirma.

Rocha é enfático ao dizer que o episódio envolvendo Cacho-eira não tem mais influência político-eleitoral. Dessa forma, a expectativa da equipe estadual é que a imagem do governador seja embalada pelas inaugurações, fazendo os índices de “ótimo” e “bom” ficarem acima dos 40% até o fim do ano.

O mesmo diz o vice-governador José Eliton (PP). Para ele, a imagem do governador já se reestabeleceu, diante de todas as ações realizadas à frente do governo do Estado, pois tudo o que foi apresentado em 2010, no plano de governo, está caminhando para a execução. “Não só a imagem de gestor é reconhecida como a de político também. Recentemente estive em São Paulo e o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto [PMDB], me disse exatamente isso”, aponta.

Segundo Eliton, o que as pesquisas têm mostrado não é o principal fato a ser analisado neste momento, uma vez que ainda não estamos em período eleitoral. “Os dados de pesquisa são questões que avançam no decorrer do processo eleitoral. Será nesse momento que o cidadão irá prestar atenção nesses aspectos e fará a avaliação se a gestão do governo foi relevante ou não para o Estado”.

Mas os governistas não são os únicos a analisar a situação do governador como positiva. Wilson Ferreira da Cunha, cientista político, antropólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), lembra que as eleições vão ocorrer daqui a algum tempo. Ou seja, há tempo para a recuperação completa da imagem política do governador. Porém, é necessário que Marconi adote um discurso inovador de discussão a respeito da política, principalmente com a população, em vez de se mostrar como um salvador da pátria.

Dessa forma, o professor acredita que Marconi irá recordar o início de sua carreira, em que vestia a camisa azul e propagava propostas inovadoras. “Mas é preciso ter coragem para se lançar novamente e enfrentar os percalços da política. Ele [o governador] não deve ter medo das circunstâncias. É preciso parar de realizar o marketing usual do político e fazer a propaganda da política, isto é, discutir os problemas reais com a população”, diz.

Já Pedro Célio Borges, professor da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), analisa que Marconi representa um quadro político tarimbado, com uma base de prestígio pessoal extensa, mas que a questão a ser comentada não é essa. Segundo ele, o que deve ser colocado em tela são as indagações sobre o ciclo iniciado com a vitória de 1998.

Sob esse aspecto é possível cruzar os elementos de dois processos. O primeiro é estrutural, diz respeito às formas institucionais das democracias eleitorais, que apontan para o desgaste do erxercício do poder como uma espécie de expectativa típica das relações entre o eleitorado e os governantes. Nesse contexto, há sempre a busca por mudança e inovação. Assim, mesmo que a população esteja sastisfeita com o desempenho do governante, seu poder eleitoral fica exposto a essa tendência.

O segundo ponto vêm dos fatores conjunturais. Aqueles formados pelo desempenho da gestão atual e das percepções que ele insere no processo político. Ou seja, as comparações. “Aqui os elementos são aqueles que estimulam avaliações na opinião pública e alteram as relações com as forças políticas, sejam aliadas ou de oposição”, argumenta. Dessa forma, a população deverá contrapor as gestões marconistas com as de seus antecessores.
O envelhecimento atrapalha?

Em 2014, o grupo que elegeu Marconi em 1998 terá ficado 16 anos no poder, repetindo o tempo ocupado pelo PMDB no poder ––– entre 1983 e 1998. Diante disso, fica difícil repetir o discurso que garantiu a primeira vitória, pois o Tempo Novo poderia dar oportunidade para uma terceira via ganhar espaço ––– se o candidato da aliança PT-PMDB for Iris Rezende, por exemplo.

Entretanto, o cientista político Wilson Ferreira Cunha aponta que isso não deve atrapalhar Marconi, uma vez que ele representa uma elite política necessária em todos os lugares.  “Todos os países precisam de uma elite política. A inovação se dá no campo das ideias. Ou seja, nas propostas e não na permanência de uma liderança no poder. O que não pode acontecer são promessas messiânicas. Se houver uma inovação nesse sentido, ele tem condições de ser uma liderança nacional.” 
Como reabilitar uma imagem arranhada 
Essa foi a pergunta feita pela reportagem a publicitários e profissionais de pesquisa. Qual a melhor estratégia para fazer com que uma pessoa com a imagem manchada por alguma razão se recupere e tenha condições de vencer eleições ––– quando se trata de políticos?

No cerne, um processo de recuperação de imagem deve ser feito de forma sistemática e com alto grau de repetição. Isto é, propaganda qualificada sobre as ações do governo de forma quase cansativa. Fora isso, é necessário haver um estreitamento com a mídia jornalística, fornecendo sempre pautas positivas e com novas informações.

Luiz Felipe Gabriel, diretor do Instituto Verus de Pesquisa, diz que o que pode ser feito ––– em relação a Marconi ––– está sendo feito. Mas quanto ao resultado, avalia que ainda é preciso esperar e verificar as pesquisas. “O governador está em um bom caminho para recuperar sua imagem. Ele tem, hoje, uma boa ocupação de espaço na mídia, tanto publicitária quanto jornalística, o que é resultado de um trabalho bem feito dentro dos limites de recuperação.”

Para ele, um fator que auxilia o “trabalho” do governador é a que a sociedade atual é pragmática, isto é, o que a população requer é uma gestão qualificada, independentemente da figura pessoal do gestor. “E isso também é feito devido ao cardápio limitado que o cenário político atual possui. Assim, as escolhas são realizadas tendo por base mais um processo de exclusão. Dentro desse contexto o governante pode obter sucesso caso tenha uma gestão positiva, mesmo que possua traços pessoais negativos.”

O presidente do Instituto Fortiori de Pesquisa, jornalista Gean Carvalho, diz que apostar na divulgação da imagem de gestão para sobrepor o “arranhão” político é uma boa estratégia. “Se ele recuperar a imagem de gestor, o conjunto será recuperado, afinal as pessoas votam na esperança de eleger alguém competente que possa resolver suas demandas. Mas é um processo que está em construção. O que ele [Marconi Perillo] já alcançou o credencia a ser um candidato extremamente competitivo.”

Já para o publicitário Marcus Vinícius Queiroz, o atual posicionamento tomado pelo governo estadual extrapola as questões publicitárias. Segundo ele, a criação de uma agenda positiva, e o afastamento do debate político, fez a estratégia caminhar no rumo certo. “Costumo dizer que há um ano e meio, o Marconi era inviável como candidato. Há um ano, ele já conseguiu uma possibilidade de ser. Hoje ele é um forte candidato. E se continuar assim, ele volta a ser imbatível”, avalia. 
E a oposição, vai atrapalhar ou ajudar?
A conclusão que se tira até o momento é que a recuperação de Marconi é possível. Porém, ainda há um fator a se analisar. Tudo dependerá de como a oposição vai agir. Se os candidatos oposicionistas não simbolizarem renovação de fato, o eleitor pode ficar com quem faz e não com quem discursa, pois ele vota examinando o projeto e a história de cada candidato.

O grande teste para a oposição será continuar no jogo ao passo em que se mantém em evidência os motivos da queda e do desgaste do governador. Oposi­ção a Marconi não falta e, pelo que se vê, as alianças devem chegar à disputa eleitoral em melhores condições para competir do que em 2010. Mas uma estratégia apenas não adianta. É preciso ação. Ou seja, propostas.

Porém, há quem aponte que a oposição em Goiás é mais que desorganizada. É dividida. E isso daria vantagem ao governador. Há quem diga, inclusive, que não há oposição à altura e que consiga fazer frente ao processo deflagrado pelo governo. O principal argumento é: um governo que se mantém por muito tempo fica em uma situação confortável, principalmente na mídia jornalística. Além de inibir espaços para as vozes contrárias. E isso não só em Goiás, mas também no Brasil.

O deputado federal Rubens Otoni, que participa ativamente da articulação política do PT, rebate os argumentos e diz que o trabalho da oposição independe do que é realizado pelo governo atual. Segundo ele, o foco é apresentar uma proposta que vá além daquilo do que já foi feito por Goiás. “Temos consciência de que podemos fazer mais”, diz.

O deputado enfatiza que não é complicado vencer as eleições do ano que vem, visto que há um desejo de mudança na sociedade goiana. “E não é de hoje, mas já prevalecia nas eleições de 2010. Tanto é verdade que no segundo turno, cerca de 1,2 milhão de pessoas não votaram no segundo turno e nós perdemos o pleito por menos de 300 mil votos”. Para ele, o que falta à oposição é a articulação de sua unidade, sendo essa a sua tarefa.

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