domingo, 22 de setembro de 2013

Grupo de Friboi garante que já tem controle absoluto do PMDB


Iris Rezende e Júnior do Friboi: o segundo depende mais do primeiro para a disputa de 2014. Mas, se sobra dinheiro, falta-lhe humildade
Na semana passada, repórteres do Jornal Opção conversaram com adeptos do “friboizismo” — sim, isto, apesar de estranhíssimo, já existe e, esclareça, não se trata de um banco de investimentos. A princípio cautelosos, aos poucos decidiram sobre seu líder, o neopeemedebista Júnior do Friboi. Antes, aconselhados pelo deputado Pedro Chaves, eles apoiavam o empresário, mas evitavam fazer críticas ao ex-governador, ex-ministro, ex-senador e ex-prefeito Iris Rezende. Agora, pelo contrário, falam dura e abertamente sobre o líder máximo do PMDB. A crítica mais costumeira — e, quiçá, rasteira — é a de que Iris não “distribui” dinheiro para a campanha dos candidatos a deputado. Ora, como afirma um peemedebista da jovem guarda, Iris, ao contrário da família Batista, à qual pertence Júnior do Friboi, não tem banco e distribuir dinheiro a torto e a direito é crime.

Os friboizistas garantem que o empresário tem o controle de pelo menos 80% dos delegados que votam na convenção do PMDB. Por isso, sustentam, Iris não vai desafiá-lo na convenção. “Porque, se o fizer, perde para Júnior”, afirma um prefeito do partido, antes, há cinco meses, irista de carteirinha. Um irista sustenta que até Nailton Oliveira — sim, até o ex-prefeito de Bom Jardim de Goiás, que “era” irista desde criancinha —, “quando olha para Friboi, vê um pão de açúcar... de dinheiro”. Dois prefeitos, mesmo “friboizados” — espécie de mesmerização —, admitem que o “poder” de Friboi precisa ser relativizado. Um deles é peremptório: “Se a eleição fosse hoje, não resta a menor dúvida — Júnior seria o candidato do PMDB ao governo. Mas a eleição só vai ocorrer daqui a um ano e tem-se a impressão que ‘acelerou’ o processo e, por isso, não sabe se poderá controlá-lo até maio ou junho de 2014”. O segundo prefeito corrobora: “Se Iris Rezende convocar uma entrevista co­letiva amanhã e disser que é candidato, vários prefeitos, hoje encantados com Friboi, o abandonarão e seguirão o líder histórico”.

O problema de Friboi é que, se vencer Iris na convenção, terá uma vitória de Pirro. Derrotar Iris pode significar ser derrotado pelo governador Marconi Perillo ou pelo empresário Vanderlan Cardoso. Como se sabe fora dos grupos “friboizados”, o irismo é mais forte do que o peemedebismo. Sem o irismo, a chama que o impulsiona, o PMDB se torna um partido apenas de médio porte.

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