Em uma iniciativa promovida pelo TSE em parceria com escola local, estudantes também desempenharam o papel de mesários durante votação simulada
“Bom dia, seja bem-vindo! Você pode apresentar seu documento para o primeiro mesário”. Com essas palavras e muita simpatia estampada no rosto, o estudante Arthur Gonçalves, de 6 anos, recebeu os participantes de uma votação simulada na urna eletrônica na manhã desta sexta-feira (23), durante uma feira de ciências na escola 215 de Santa Maria (DF). Na brincadeira, ele desempenhou o papel de mesário, assumindo a função de presidente de seção eleitoral. E, assim como ele, todos os pais e alunos presentes puderam conhecer de perto a máquina de votação que há 26 anos garante eleições limpas e seguras no país.
Essa foi a terceira vez que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi até uma escola com o projeto “Por Dentro da Urna” para que estudantes se familiarizem com o processo eleitoral e conheçam de perto o sistema eletrônico de votação brasileiro. A ação aconteceu durante a feira de ciências da instituição, que teve como tema “Invenções brasileiras”.
Na ocasião, os professores organizaram uma votação simulada na urna eletrônica. Crianças de 6 a 10 anos desempenharam as diversas funções dos mesários, e uma das salas de aula virou, momentaneamente, uma seção eleitoral, onde os próprios alunos e pais fizeram o papel dos eleitores. Durante esta semana, as crianças confeccionaram a própria versão do título de eleitor, que foi usada como identificação na hora de escolher candidatos fictícios.
A professora Simone Silva Costa foi uma das responsáveis por entrar em contato com o TSE para propor a parceria. Ele teve a ideia de realizar a eleição simulada, bem como de expor na feira de ciências a história da urna. Assim, os visitantes encontraram protótipos de modelos novos e antigos confeccionados pelos próprios estudantes. Foram expostos ainda desenhos feitos pelas crianças e cartazes mostrando as principais fake news sobre o processo eletrônico de votação.
“A criança precisa conhecer, saber valorizar, e nós não podemos deixar que essa nova geração cresça acreditando que a urna não é segura, que o processo eleitoral não é válido. Ela tem que acreditar na democracia e em todo o processo. Então, a gente começa com essas pequenas gerações”, afirmou a docente, ao explicar o motivo que levou a escola a procurar o TSE para fazer a parceria.
Apresentação do TSE
Durante a ação, a urna também foi apresentada pelo coordenador de Tecnologia Eleitoral do TSE, Rafael Azevedo, e pelo chefe da Seção do Voto Informatizado, Rodrigo Coimbra. Além de contar a trajetória da máquina de votar, desde a concepção até os dias atuais, os representantes da Justiça Eleitoral abriram a urna, explicaram o funcionamento de uma seção eleitoral e deram dicas de como lidar e desconfiar de notícias falsas sobre as eleições.
Para Azevedo, a iniciativa da escola em apresentar a urna durante a feira de ciências foi muito importante para mostrar o trabalho do TSE. Para ele, a ação ficou ainda mais especial por ser representada por estudantes bem jovens. “As crianças passam a ser multiplicadores dentro de casa, e os pais também aprendem com todo esse processo”, explicou.
Presente no evento, a assessora da Secretaria de Gestão de Pessoas do TSE, Mônica Simões, uma das responsáveis por treinar mesários em todo o Brasil, destacou a “brilhante ideia” da instituição de ensino, que, ao levar a urna para a feira de ciências, “plantou uma semente” nas crianças sobre a importância da cidadania.
“Eu estava conversando com a professora que a vida é política, né? Então nós temos que inserir o assunto na educação das crianças desde cedo”, afirmou Simões. “As crianças se envolveram inclusive com a história da eleição, de como o voto foi sendo conquistado pelos cidadãos brasileiros que antes não podiam votar, como as mulheres e as pessoas negras. Tudo isso foi explicado para elas, que vão aprender desde pequenos a importância da democracia e do trabalho dos mesários”, disse.
Votação simulada
Boa parte da feira de ciências da escola 215 de Santa Maria foi sobre a urna eletrônica. Os alunos puderam vivenciar, pela primeira vez, como é ser eleitor e mesário. As urnas foram cedidas pelo próprio TSE, mas todo o restante da ação foi executado pelos próprios professores e estudantes.
Na eleição simulada, eles votaram para os cargos de deputado federal, deputado distrital, senador, governador e presidente, como se fosse uma eleição geral completa. O resultado foi o seguinte: o deputado federal mais votado foi o Box; o distrital, a Cozinheira. Já a disputa para governador foi para o segundo turno, entre a Professora e o Saci-Pererê. Para o cargo de senador, o ganhador foi o candidato Boitatá. E para a Presidência, a decisão também foi para o segundo turno, entre a Vitória-Régia e o Futebol.
O importante papel do mesário
Toda seção eleitoral conta com quatro mesários. Cada um tem uma função específica: presidente, primeiro mesário, segundo mesário e secretário. Os alunos que assumiram esse importante papel atuaram nas diversas funções. Eles simularam a organização dos trabalhos no dia, coordenaram a distribuição das atividades para os outros membros da mesa, mantiveram a ordem no recinto, emitiram a zerésima (documento que comprova que nenhum voto foi gravado na memória da urna), iniciaram e encerraram a votação, e emitiram Boletins de Urna, entre outros.
A operadora de caixa Cleonice Gonçalves, mãe do estudante Arthur Gonçalves, ficou encantada com todo o evento. “Eu estou muito emocionada, feliz em vê-lo tão ativo. As crianças estão se saindo muito melhor que os adultos. O Arthur ontem mesmo já saiu espalhando pra todo mundo lá no condomínio que hoje ia ter votação aqui na escola e que ele ia trabalhar”, contou.
Fonte:https://www.tse.jus.br/
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