Relações entre Congresso Nacional e Palácio do Planalto devem ser permanecer complicadas, qualquer que seja o eleito, dizem especialistas
Publicação: 04/10/2014 21:00 Atualização: 04/10/2014 19:54
A renovação esperada de 50% dos nomes da Câmara dos Deputados não deve trazer alterações significativas na composição das bancadas na Casa. No Senado, apesar de um pequeno fortalecimento do PSDB e PSB, o quadro também é de estabilidade. A nova composição do Congresso, com nomes de peso dando adeus à vida parlamentar, não deve trazer facilidade para o candidato que assumir a Presidência da República, especialmente para os candidatos de oposição, Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Mesmo Dilma Rousseff (PT), que tem uma confortável base formal, dificilmente conseguirá debelar as rebeliões que marcaram relações com o Congresso no primeiro mandato.
Outro fator que dificulta as negociações é a saída de cena de boa parte da “elite” da Câmara e do Senado. “Isso significa que vamos ter novos líderes partidários, sem o traquejo, a experiência e a representatividade dos atuais, o que é um fator dificultador da agregação, da organização de consensos”, analisa Antônio Queiroz, analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Não estarão na nova composição do Congresso nomes como os dos senadores José Sarney (PMDB-AP), Pedro Simon (PMDB-RS) e Eduardo Braga (PMDB-RN), e dos deputados federais Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Casa, Inocêncio Oliveira (PR-PE) e Beto Albuquerque (PSB-RS).
“O PMDB não iria para a base, pelo menos no primeiro ano, de qualquer outro candidato que não fosse do PT”, avalia Queiroz. A resistência do maior partido na Câmara e no Senado não é a única dificuldade que os candidatos de oposição devem enfrentar. “Aécio e Marina partem de uma base muito pequena e teriam de fazer uma série de concessões para formar uma base média — que ainda assim não teria condições de aprovar, por exemplo emendas à Constituição, que requerem um quórum qualificado”, analisa.
Para Queiroz, no entanto, a maior dificuldade de quem vier a derrotar Dilma Rousseff (PT) é a experiência da legenda enquanto oposição. “Dilma parte com uma vantagem significativa, porque qualquer outro já terá o PT na oposição. E o PT na oposição é um canhão, com um poder enorme de atrapalhar e bloquear decisões.”
Para o cientista político Leonardo Barreto, a maior facilidade para montar uma base de apoio no Congresso também não significa um eventual segundo mandato tranquilo para Dilma Rousseff (PT). “Ela teria uma facilidade maior para montar uma maioria formal, mas continuaria com os mesmos problemas de relacionamento com o Congresso que marcaram o governo dela”. Ele concorda que o PMDB talvez resista a apoiar imediatamente Aécio e Marina, como fez com Luís Inácio Lula da Silva em 2003, mas que o tucano atrairia aliados em pouco tempo. “Aécio começa com uma base formal menor, mas uma boa parte dos partidos da base da Dilma migraria para um governo do PSDB muito rapidamente.”
Pressão popular
Para Barreto, Marina teria problemas de sustentação dentro do Congresso e tentaria formar maiorias por projeto, o que ela tem chamado de “governar com os homens de bem”. “Mas isso não tem vida longa”, analisa o doutor pela Universidade de Brasília. Para ele, o caminho natural da ambientalista seria encomendar a criação de um novo partido.
“Não pode ser a Rede, que tem seus donos e se diz pura, com outra concepção política. Poderia sair contaminada por um movimento, digamos, da velha política. Ela teria que criar um PMDB para ela, com os seus 50 a 60 deputados, retirando parlamentares de todas as siglas”. Outra estratégia da ex-senadora para lidar com o tensionamento forte que haveria com o Poder Legislativo seria conclamar a população às ruas, para pressionar o Congresso.
Outro fator que dificulta as negociações é a saída de cena de boa parte da “elite” da Câmara e do Senado. “Isso significa que vamos ter novos líderes partidários, sem o traquejo, a experiência e a representatividade dos atuais, o que é um fator dificultador da agregação, da organização de consensos”, analisa Antônio Queiroz, analista político e diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Não estarão na nova composição do Congresso nomes como os dos senadores José Sarney (PMDB-AP), Pedro Simon (PMDB-RS) e Eduardo Braga (PMDB-RN), e dos deputados federais Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidente da Casa, Inocêncio Oliveira (PR-PE) e Beto Albuquerque (PSB-RS).
“O PMDB não iria para a base, pelo menos no primeiro ano, de qualquer outro candidato que não fosse do PT”, avalia Queiroz. A resistência do maior partido na Câmara e no Senado não é a única dificuldade que os candidatos de oposição devem enfrentar. “Aécio e Marina partem de uma base muito pequena e teriam de fazer uma série de concessões para formar uma base média — que ainda assim não teria condições de aprovar, por exemplo emendas à Constituição, que requerem um quórum qualificado”, analisa.
Para Queiroz, no entanto, a maior dificuldade de quem vier a derrotar Dilma Rousseff (PT) é a experiência da legenda enquanto oposição. “Dilma parte com uma vantagem significativa, porque qualquer outro já terá o PT na oposição. E o PT na oposição é um canhão, com um poder enorme de atrapalhar e bloquear decisões.”
Para o cientista político Leonardo Barreto, a maior facilidade para montar uma base de apoio no Congresso também não significa um eventual segundo mandato tranquilo para Dilma Rousseff (PT). “Ela teria uma facilidade maior para montar uma maioria formal, mas continuaria com os mesmos problemas de relacionamento com o Congresso que marcaram o governo dela”. Ele concorda que o PMDB talvez resista a apoiar imediatamente Aécio e Marina, como fez com Luís Inácio Lula da Silva em 2003, mas que o tucano atrairia aliados em pouco tempo. “Aécio começa com uma base formal menor, mas uma boa parte dos partidos da base da Dilma migraria para um governo do PSDB muito rapidamente.”
Pressão popular
Para Barreto, Marina teria problemas de sustentação dentro do Congresso e tentaria formar maiorias por projeto, o que ela tem chamado de “governar com os homens de bem”. “Mas isso não tem vida longa”, analisa o doutor pela Universidade de Brasília. Para ele, o caminho natural da ambientalista seria encomendar a criação de um novo partido.
“Não pode ser a Rede, que tem seus donos e se diz pura, com outra concepção política. Poderia sair contaminada por um movimento, digamos, da velha política. Ela teria que criar um PMDB para ela, com os seus 50 a 60 deputados, retirando parlamentares de todas as siglas”. Outra estratégia da ex-senadora para lidar com o tensionamento forte que haveria com o Poder Legislativo seria conclamar a população às ruas, para pressionar o Congresso.
Fonte:Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário