CAMPANHA FÉRIAS DEZEMBRO 2024

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sábado, 4 de janeiro de 2025

OS ASSIRIOS E OS BABILÔNIOS

 



Os assírios e os babilônios foram duas das civilizações mais notáveis da antiga Mesopotâmia, uma região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, onde surgiram algumas das primeiras cidades-estado e impérios da história. Embora compartilhassem uma base cultural comum, como a língua acadiana, tradições religiosas e uma rica herança literária, os assírios e babilônios eram distintos em termos de localização, organização política, conquistas e estilos de governança. Suas histórias frequentemente se entrelaçaram, e, ao longo de séculos, a relação entre essas duas civilizações oscilou entre alianças e conflitos.


 Assírios: Guerreiros e Conquistadores


A Assíria, localizada no norte da Mesopotâmia (atual norte do Iraque e parte da Síria), era conhecida por sua habilidade militar e sua organização centralizada. Inicialmente, a Assíria era uma pequena região centrada na cidade de Assur, que também dava nome à civilização e era o centro religioso da cultura assíria. Por volta do início do segundo milênio a.C., a Assíria começou a crescer como uma potência regional, mas foi entre os séculos IX e VII a.C. que alcançou o auge de seu poder, formando o primeiro império territorial verdadeiramente expansivo da história.


Os assírios eram mestres em guerra. Seu exército era altamente disciplinado e inovador, utilizando armas de ferro, cavalaria, carros de guerra e engenhos de cerco para conquistar cidades fortificadas. Além disso, os assírios empregavam uma tática de terror psicológico, frequentemente destruindo completamente cidades rebeldes, deportando populações inteiras e exibindo atos de brutalidade como advertência a seus inimigos. Essas práticas, embora severas, contribuíram para a criação de um dos maiores e mais temidos impérios da antiguidade.


Sob reis como Tiglate-Pileser III, Sargão II, Senaqueribe e Assurbanipal, a Assíria expandiu-se para controlar vastas áreas que incluíam a Mesopotâmia, o Levante, o Egito e partes da Anatólia e do Irã. Os reis assírios eram tanto guerreiros quanto administradores eficientes. Eles criaram uma rede sofisticada de estradas para comunicação entre as províncias, promoveram o comércio e mantiveram registros detalhados de suas campanhas e administrações em tábuas de argila.


Um dos maiores legados culturais dos assírios foi a biblioteca de Nínive, criada pelo rei Assurbanipal. Essa biblioteca continha milhares de tábuas de argila com textos escritos em cuneiforme, incluindo épicos como a Epopeia de Gilgamesh, tratados científicos e documentos administrativos, preservando assim a rica tradição literária da Mesopotâmia para as gerações futuras.


No entanto, o império assírio era sustentado por sua força militar e pela submissão forçada de povos conquistados. Isso tornou o império vulnerável a revoltas internas e ataques externos. Em 612 a.C., uma coalizão de babilônios, medos e outros grupos destruiu Nínive, marcando o fim do domínio assírio.


 Babilônios: Construtores e Intelectuais


A Babilônia, localizada no sul da Mesopotâmia, teve uma história distinta, marcada tanto por sua rica herança cultural quanto por seus períodos de domínio político. Diferente da Assíria, que era principalmente uma potência militar, a Babilônia ficou conhecida por seus avanços em arquitetura, ciência, direito e cultura.


O primeiro período de destaque da Babilônia ocorreu sob o reinado de Hamurábi (1792–1750 a.C.), durante o chamado Primeiro Império Babilônico. Hamurábi é famoso por promulgar um dos primeiros códigos de leis escritas da história, o Código de Hamurábi, que estabelecia normas de justiça baseadas no princípio de "olho por olho, dente por dente". O código não apenas regulava a sociedade babilônica, mas também reforçava o papel do rei como protetor da ordem e da justiça.


Após a morte de Hamurábi, a Babilônia enfrentou períodos de declínio, sendo dominada por diferentes povos, incluindo os cassitas, os elamitas e, eventualmente, os assírios. No entanto, o renascimento da Babilônia como potência veio com o chamado **Império Neobabilônico**, no século VII a.C., liderado por Nabucodonosor II (605–562 a.C.).


Nabucodonosor II é talvez o governante mais conhecido da Babilônia, famoso por suas grandiosas construções. Sob seu reinado, a cidade de Babilônia tornou-se uma das maiores e mais esplêndidas do mundo antigo. Ele reconstruiu as muralhas da cidade, ergueu templos dedicados aos deuses mesopotâmicos e construiu a Torre de Babel, descrita como um enorme zigurate. A cidade também abrigava os famosos Jardins Suspensos da Babilônia, considerados uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, embora sua existência ainda seja tema de debate entre historiadores.


Além de suas realizações arquitetônicas, a Babilônia foi um centro de aprendizado e inovação. Os babilônios fizeram avanços significativos em astronomia, matemática e medicina. Eles criaram tabelas de multiplicação, dividiram o círculo em 360 graus e desenvolveram um calendário preciso baseado nos ciclos da lua.


No entanto, o Império Neobabilônico teve vida curta. Em 539 a.C., a Babilônia foi conquistada pelo rei persa Ciro, o Grande, marcando o fim de sua independência política. Apesar disso, a cidade continuou sendo um importante centro cultural e econômico durante o período do Império Persa.


Embora diferentes em muitos aspectos, assírios e babilônios compartilhavam laços culturais profundos. Ambos falavam línguas semíticas derivadas do acadiano, adoravam panteões semelhantes de deuses mesopotâmicos (como Marduk, Assur e Ishtar) e utilizavam o sistema de escrita cuneiforme. A rivalidade entre os dois povos era, muitas vezes, uma luta pelo controle político e militar da Mesopotâmia.


Os assírios eram conhecidos por sua eficiência militar, enquanto os babilônios destacavam-se como construtores e preservadores da cultura. Essa diferença de enfoque reflete-se nos legados que deixaram: o militarismo assírio foi crucial para a criação do modelo de impérios futuros, enquanto a herança cultural da Babilônia influenciou profundamente a ciência, a literatura e a governança no mundo antigo.



Fonte: Estudos Históricos

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