Elisângela tinha 14. Claudinei, 19. Foi em uma academia de judô no bairro Santa Mônica, em Uberlândia, que os olhares se cruzaram pela primeira vez. Ela ia para levar o irmão, mas o coração já tinha outro motivo. “Desde sempre achei ele bem bonito e só ia levar meu irmão na luta para poder ver ele”, contou em meio a risadas.
Mas nem sempre o amor da juventude é compreendido. As famílias pressionaram, o namoro foi proibido, a família de Elisângela logo começou a se preocupar com a intensidade do relacionamento. Ela despertou nos pais o temor de uma gravidez precoce, já que o namoro avançava rápido demais para a idade dela.
“A mãe dela foi até minha casa para conversar com meus pais e pediu para que terminássemos. Meu pai chegou a me oferecer um Opala para que eu encerrasse o relacionamento e eu disse não. Depois, meu pai me fez ainda arrancar um pé de laranja na mão como castigo, lembro que elas ficaram na carne viva. Eu só terminei quando a mãe dela disse que ia mandar ela embora para morar com um tio,” contou Claudinei.
Separados à força, cada um seguiu um caminho. Ela foi morar nos Estados Unidos, casou, teve filhos e virou confeiteira. Ele também formou família e trabalha atualmente como feirante.
Até que, 30 anos depois, um reencontro no mesmo bairro virou o novo começo dessa história. Ela o viu passando de caminhonete. “Ele fez uma manobra e ficamos frente à frente. Eu sorri e, quando cheguei em casa, procurei ele nas redes sociais”, lembrou Elisângela.
No dia seguinte, tomaram café juntos e, desde então, não se separaram mais. “Quando eu finalmente o vi pessoalmente, depois de todo esse tempo, a sensação foi exatamente a mesma da primeira vez. Fiquei com a perna bambinha”, disse a confeiteira.
E sabe aquela mãe que, no passado, pediu o fim do namoro? Hoje é ela quem abençoa o casal.
“Eu acredito em alma gêmea, no nosso felizes para sempre. Nunca senti isso por mais ninguém" declarou Elisângela.
“Estamos piores que antes. Não nos desgrudamos mais”, brincou Claudinei.
Fonte: G1
📸: Reprodução / G1
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