A parada deste ano destaca a inclusão da população idosa LGBT+, oferecendo visibilidade e apoio a uma parte frequentemente marginalizada
O tema também será abordado nas paradas de Brasília e Salvador.
Os objetivos de focar na população idosa LGBT+ são amplos e essenciais. "O aumento da expectativa de vida trouxe novos desafios e necessidades, como a implementação de políticas públicas eficazes em saúde, moradia e assistência social. Observamos também um aumento de crimes e discriminação contra esses indivíduos, além da solidão enfrentada por muitos", explica Silvério.
O slogan "respeite a minha história" resume a mensagem principal do evento, que visa promover o respeito e a harmonia entre todas as gerações da comunidade LGBT+.
Silvério destaca que há um isolamento social e discriminação específicos contra idosos LGBT+, agravados pela falta de compreensão geral sobre o envelhecimento.
O envelhecimento é um fenômeno recente no Brasil, e nossa sociedade ainda não aprendeu a lidar com ele. No caso da população LGBT+, a orientação sexual e identidade de gênero exacerbam o preconceito. Muitas vezes, os idosos LGBT+ são rejeitados em espaços de sociabilidade e enfrentam uma solidão dolorosa
Silvério
A comunidade idosa LGBT+ respondeu positivamente à iniciativa. "Pessoas com 50 anos ou mais ficaram muito satisfeitas com a escolha do tema. Elas veem isso como uma oportunidade para que o movimento LGBT+ comece a debater e reconhecer suas questões", relata Silvério. Ele também ressalta que a falta de programas de saúde pública específicos para idosos LGBT+ e a necessidade de novos modelos de abrigo e apoio são questões urgentes.
— DivulgaçãoA ONG encontrou acolhimento aos participantes na melhor idade. "Temíamos a rejeição do público jovem, que é predominante em eventos como paradas. No entanto, para nossa surpresa, recebemos muito apoio e reconhecimento dos jovens pela bravura dos idosos que enfrentaram muitas adversidades para conquistar os direitos que temos hoje", conta Silvério.
Uma das novidades da parada deste ano é a inclusão de um “Espaço Acessível” e um trio elétrico específico para pessoas idosas e com deficiência (PCD). Silvério destaca: "Estamos criando um ambiente inclusivo para garantir que todos possam participar confortavelmente."
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Durante a preparação da campanha promocional, uma história inspiradora emergiu. Sr. Welliton de Pina, um militante que participou da primeira parada GLS em Goiânia em 1996, expressou seu desejo de criar um abrigo para idosos LGBT+, semelhante ao Retiro dos Artistas no Rio de Janeiro. "O desejo do Sr. Welliton de liderar uma comunidade para idosos LGBT+ é um exemplo tocante de compromisso e preocupação com a qualidade de vida dos semelhantes", diz Silvério.
O Retiro dos Artistas, fundado em 1946 no Rio de Janeiro, oferece um lar para artistas idosos que enfrentam dificuldades financeiras e sociais. Um abrigo semelhante para a comunidade LGBT+ idosa proporcionaria um espaço seguro e acolhedor, oferecendo moradia, cuidados e suporte especializado . "Criar um abrigo desse tipo seria um passo importante para garantir uma velhice digna e respeitada para a comunidade LGBT+", conclui Silvério.
Com esse enfoque, a parada LGBT+ de 2024 em Goiânia se propõe a não apenas celebrar a diversidade, mas também a lutar por uma maior inclusão e respeito por todos os membros da comunidade, independentemente da idade.
A concentração acontece neste domingo, 8 e começa às 12h na Praça Cívica, e a passeata, que percorrerá as avenidas Araguaia, Paranaíba e Tocantins, está prevista para começar às 17h. A expectativa é reunir cerca de 100 mil pessoas.
Fonte:https://www.dm.com.br/
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