Em São Paulo, uma mãe descobriu que sua filha de 16 anos vendia fotos sensuais para adultos por meio de uma rede social. A adolescente, identificada com nome Marina para proteger sua identidade, começou a usar smartphones aos 10 anos e, aos 12, teve acesso a conteúdos impróprios em um aplicativo indicado para maiores de 17 anos, sem necessidade de comprovação de idade.
Marina, residente em um bairro de classe média alta, relatou que homens adultos a abordavam na plataforma, oferecendo dinheiro ou roupas em troca de fotos sensuais, seminuas e nuas. Ela produzia as imagens sozinha, algumas exibindo o rosto, e as enviava a dezenas de desconhecidos. A jovem chegou a abrir uma conta em um banco digital para receber os pagamentos, que totalizaram cerca de R$ 1.000 em três meses, com transferências via Pix variando entre R$ 7 e R$ 60.
A mãe da adolescente procurou a polícia após descobrir as conversas de Marina com os compradores. O smartphone da jovem foi apreendido pelas autoridades. Marina apagava os aplicativos após o uso para evitar que a mãe os encontrasse e usava o celular durante a madrugada, enquanto a família dormia, o que resultava em atrasos na escola e longos períodos de sono durante a tarde.
Especialistas alertam que criminosos utilizam redes sociais para acessar menores, muitas vezes alterando a grafia de palavras ou usando emojis com significados implícitos para se comunicar sem levantar suspeitas. Receber, armazenar, compartilhar ou expor esse tipo de material pode configurar múltiplos crimes, incluindo exploração sexual infantil.
A adolescente reconheceu que via as transações como uma forma de obter "dinheiro fácil" e afirmou se arrepender de suas ações, dizendo que não repetiria o comportamento. A mãe questionou como recuperar os valores éticos da filha e expressou dificuldade em entender o que motivou as ações da jovem.
Nos últimos meses, 60% dos crimes cibernéticos denunciados no Brasil estão relacionados à exploração sexual infantil. A empresa responsável pelo aplicativo usado por Marina informou que adota medidas de segurança para dificultar o contato de estranhos com adolescentes e possui tolerância zero para exploração sexual de usuários.
Fonte: Record
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