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terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Pesquisadores da Emater Goiás e Embrapa Cerrados produzem pequi sem espinho

É a primeira vez que são lançadas cultivares de uma fruteira nativa arbórea perene do Cerrado | Foto: Fabiano Bastos/Embrapa--
Além disso, foi possível reduzir pela metade o tempo de início do processo produtivo, que deve ser de quatro a cinco anos A safra do pequi em Goiás vai do mês de outubro até fevereiro. O fruto é um clássico da culinária goiana. Em praticamente todas as famílias locais há pelo menos uma pessoa que é fã da iguaria. O pequi pode ser preparado de muitas formas: pequi com frango caipira e gueroba, pequi cozido no arroz, conserva de pequi, picolé, sorvete, licor, e até mesmo na indústria cosmética e medicinal. Porém, muitos degustadores iniciantes, às vezes passam maus bocados quando vão experimentar pequi pela primeira. É que, no caroço, existe uma camada de espinhos que não podem ser mordidos. É aí que alguns inexperientes terminam por dar aquela mordidinha e acabam com a boca cheia de espinhos. Para os que não gostam do pequi por causa deste infortúnio, eis que surge uma solução. Em uma parceria entre a Agencia Goiana de Assistência técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Cerrados), após 24 anos de esforços em pesquisas para produção do fruto em laboratório, com e sem espinho, o resultado é a produção de seis novas variedades de pequi, que vem para revolucionar o mercado. Das seis, três são de pequi sem espinho. No entanto, os pesquisadores fazem uma ressalva importante: mesmo não contendo espinhos, o caroço não poderá ser mordido, pelo fato de ser muito duro e poder danificar os dentes. Inovação Aílton Pereira, um dos pesquisadores da Embrapa Cerrados envolvidos no estudo, afirma que a descoberta do pequi sem espinho foi uma casualidade, uma novidade no decorrer dos trabalhos. Ele explica que um produtor levou para o grupo uma amostra do pequi e daí para frente começaram os trabalhos também nessa direção, já que a pauta era somente a clonagem dos pequis tradicionais. O resultado da pesquisa permite a produção de pequi para comercialização e consumo sem preocupação com os espinhos. A ausência deles sem dúvidas facilitará a degustação do fruto. Além dessa vantagem, os pesquisadores garantem que o sabor é mais suave e asseguram que essa possibilidade conquistará novos consumidores. Para o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Fábio Faleiro, essas tecnologias têm uma relevância do ponto de vista social, econômico, cultural e ambiental, já que o pequizeiro é uma planta símbolo do cerrado. “As cultivares lançadas também vão contribuir para a preservação dessa espécie tão importante não só para o bioma, mas também para o Brasil. Como instituições públicas que somos, a finalização tecnológica e a sua entrega para a sociedade trazem a sensação do dever cumprido”, afirmou Faleiro em evento de lançamento da variante da planta. O presidente da Emater Goiás, Leonardo Rezende, destaca que, ao adquirir as variedades que estão sendo lançadas, o produtor tem a segurança de que terá os resultados agronômicos produtivos que ele espera, já que são mudas produzidas a partir de um processo de clonagem. “Além disso, foi possível reduzir pela metade o tempo de início do processo produtivo, que deve ser de quatro a cinco anos”, destaca Rezende. Pesquisa Aílton engrandece a parceria entre a Emater Goiás e a Embrapa Cerrados e a também pesquisadora da Emater, Elaine Pereira. O professor diz que as pesquisas tiveram início em 1998 com muito trabalho ao longo dos 24 anos. Ele enfatiza que em uma pesquisa desse porte a “demora” é prevista. “A aparente demora é normal porque é planta perene, nesse caso, os resultados só vêm a longo prazo”, afirma. No entanto, o pesquisador admite que o fruto ainda poderá demorar pelo menos uns oito anos até chegar à mesa do consumidor. As mudas serão distribuídas para pequenos produtores que fazem parte da agricultura familiar e aos viveiristas, em janeiro, eles serão os responsáveis pela multiplicação. “O pequi clonado se comparado ao tradicional, tem seu tempo para produção menor, podendo girar em torno de quatro anos, enquanto os nascidos na natureza, de sete”, garante. Ailton ainda deixa bem claro que essa pesquisa é exclusiva da Embrapa Cerrados e a Emater Goiás. No entanto, o pesquisador faz uma observação importante quanto aos preços. “Infelizmente, no início, com certeza os preços não serão acessíveis a toda a população, já que se trata de uma novidade, assim como qualquer produto, mas acredito que logo todo mundo terá acesso ao pequi sem espinho”, assegura. por Cilas Gontijo Fonte:https://www.jornalopcao.com.br/

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