CAMPANHA DE UTILIDADE PÚBLICA--INFRAESTRUTURA

CAMPANHA DE UTILIDADE PÚBLICA--INFRAESTRUTURA
CAMPANHA DE UTILIDADE PÚBLICA--INFRAESTRUTURA

domingo, 30 de janeiro de 2022

Centro pode não ganhar mas será decisivo na eleição para presidente em 2022

Jair Bolsonaro, Sergio Moro, Ciro Gomes e Lula da Silva: o quarteto mais forte para a disputa do pleito de 2022 | Fotos: Reproduções
“Goste-se ou não, ache-se ética ou não essa questão de dividir o poder com partido de centro, o Brasil é um país multipolarizado. Ninguém manda no Brasil sozinho” O cientista político Lucas de Aragão concedeu a José Fucs, do “Estadão”, uma entrevista que contribui para o entendimento ampliado da conjuntura política do país. O Jornal Opção vai explorar apenas trechos, mas vale a pena o leitor consultá-la na íntegra no site do jornal de São Paulo. Há no país uma “tensão” — a da polarização excessiva. Há escapatória, numa nação, como outras, tão dividida? Lucas de Aragão postula que “é preciso buscar” o que chama de “consensualismo, que sempre trouxe resultados positivos para o Brasil”. Há quem duvide da força do centro, porque, até agora, nenhum de seus candidatos a presidente deslanchou. Mas o cientista político apresenta um viés interessante: “Até as vitórias eleitorais dependem do centro no país, mesmo quando ele não vence as eleições. O que fez Bolsonaro ganhar a eleição em 2018 não foi o bolsonarismo. Foi o centro. O bolsonarismo deu a ele estrutura para ser competitivo. Colocou-o em pé, deu a ele viabilidade. Talvez possa até tê-lo colocado no segundo turno. Mas a vitória veio com o apoio do centro. Com Lula foi a mesma coisa. Quando Lula ganhou em 2002, ele já tinha uma base que o deixava competitivo, mas não lhe dava a vitória. Foi só quando ele conseguiu ganhar o centro que foi eleito. Vendo esse cenário hoje, Lula está procurando o [Geraldo] Alckmin [ex-governador de São Paulo], porque sabe que a arbitragem de tensão pode lhe dar um favoritismo ainda maior do que já apresenta nas pesquisas”. (O cientista político não diz, mas há um aspecto negligenciado nas análises. Com Alckmin, além de atrair um centro conservador, Lula, se o colocar na vice, retira do páreo da disputa pelo governo de São Paulo um dos políticos mais competitivos do Estado. Sem o ex-tucano, o PT passa a ter chance de eleger Fernando Haddad para o governo. São Paulo, com seu PIB e população gigantes, é um verdadeiro país. Então, o petismo, se eleger Lula e Haddad, terá o controle político-econômico de, praticamente, dois “países”. Além do que enfraquece grandemente as oposições.) Lucas Aragão frisa que a força do centro é tão grande que, depois de deblaterar com seus principais integrantes no Congresso, Bolsonaro, por mero realismo — para governar —, rendeu-se a ele. O presidente teve de trabalhar para despolarizar. “Bolsonaro se viu obrigado a falar com o PP, o PL, o PSD, com todos esses partidos, e com políticos como Valdemar Costa Neto (PL), Ciro Nogueira (PP), Arthur Lira (PP), Rodrigo Pacheco (PSD) e Marcos Pereira (Republicanos). (…) Quanto mais rápido a realidade se impuser no topo da pirâmide, mais chance haverá para a agenda avançar.” O cientista político postula que “os principais candidatos já entenderam, por mais que uma parte da sociedade ache isso feio, que não há a caminho a não ser negociar com todas as forças políticas. Os principais candidatos estão dando sinais de que vão conversar com as diferentes forças do país”. Sergio Moro está andando pelo país e sugerindo que, se eleito, não fará um governo de vingança. “Lula também quer ser percebido como alguém que vai conversar.” Bolsonaro se filiou ao PL, ou seja, se tornou um político do centrão. (…) Goste-se ou não, ache-se ética ou não essa questão de dividir o poder com partido de centro, a verdade é que o Brasil é um país multipolarizado. Ninguém manda no Brasil sozinho. Muita gente manda no Brasil”, analisa Lucas de Aragão. A eleição de 2022 será, na avaliação de Lucas Aragão, menos polarizada do que a de 2018. Talvez seja mesmo. Mas é cedo para uma avaliação tão peremptória. Se em 2018 havia duas narrativas, em 2022 haverá três: “A do Bolsonaro, a do PT e a do ‘não quero nenhum dos dois’”. No momento, em que se pode em falar em pré-campanha — ou em campanha relativamente disfarçada —, é assim. Porém, se a polarização se firmar, sem uma alternativa de centro — até porque Lula da Silva e Bolsonaro estão procurando atrair forças do centro —, a tendência é uma radicalização entre os partidários de Lula da Silva e Bolsonaro. Se poderá verificar, quem sabe, uma carnificina verbal (espera-se que não cruenta) durante a campanha. Se perceber que poderá perder no primeiro turno, é provável que Bolsonaro e seus seguidores vão radicalizar, numa campanha visceral contra Lula da Silva e o PT. O arsenal, por certo, será poderoso. A radicalização pode não eleger o presidente, mas pode contribuir para manter ou ampliar a base parlamentar conservadora no Congresso, em Brasília, e nos Estados. Vale ressaltar que Bolsonaro articula a candidatura de Tarcísio de Freitas, para o governo, de Damares Alves, para o Senado — ainda não inteiramente definida —, com o objetivo de constituir uma força política em São Paulo. Sua tese pode ser, talvez: perder o Brasil, mas ganhar São Paulo — perde-se o país e ganha-se um quase país. Claro, é preciso combinar com os russos — no caso, os eleitores paulistas —, mas lutar contra o petismo em São Paulo sugere que Bolsonaro está armando um jogo de polarização… com o PT. Lula da Silva, ao tentar atrair Alckmin, faz um movimento parecido ao de Bolsonaro. Frise-se que esta análise não é de Lucas Aragão, e sim do Jornal Opção. Num país com 14 milhões de desempregados, com gente passando fome nas ruas e em seus barracos e barracas (as ruas das grandes cidades, como São Paulo, estão cada vez mais lotadas), com 626 mil mortos em decorrência da Covid-19, há de se exigir que o próximo presidente, seja quem for, não escape ao realismo. Ciro Gomes sugere que é possível “acabar” com o centrão. É um engano, ele sabe disso; seu discurso é moralista e o objetivo é conquistar apoio nas classes médias, avessas a políticos como Valdemar Costa Neto, Ciro Nogueira e Arthur Lira. Porém, é preciso dizer a verdade: o centrão só vai acabar se o Brasil for extinto. O centro pode melhorar, se tornando menos fisiológico, mas jamais vai acabar. É o centro que, direta ou indiretamente, modera os extremos — à esquerda e à direita. É uma espécie de “domador” de extremismos. Por Editor Fonte:https://www.jornalopcao.com.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário