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domingo, 16 de fevereiro de 2020

Extinção de registros profissionais recebe críticas de debatedores em audiência Fonte: Agência Senado

Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) realiza audiência pública para debater
Roque de Sá/Agência Senado
Fonte: Agência Senado


Carlos Penna Brescianini
Fonte: Agência Senado

A medida provisória (MP 905/2019), que institui o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo e faz alterações na Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), recebeu críticas de debatedores em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) nesta quinta-feira (13), no que diz respeito à extinção de registros profissionais, ponto polêmico da MP.
O presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal, Marco Antonio Arguelho Clemente, afirmou que o fim do registro profissional de radialistas e jornalistas, estabelecido pela MP, vai expandir a proliferação de fake news.
— Se não se formam profissionais para exercer o radialismo e o jornalismo, o espaço vai ser ocupado por aqueles sem formação. Isso é basicamente o que gerou o fenômeno das notícias falsas na internet. E é isso a intenção desse governo? — indagou.
Até o momento, há 1.905 emendas apresentadas ao texto da MP 905/2019, que tem prazo inicial de validade até 20 de fevereiro. Entretanto, a MP ainda pode ter sua validade prorrogada por mais 60 dias. 

Geração de empregos

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) afirmou que "não era nem para os presidentes da Câmara e do Senado terem recebido [a MP]" por ser inconstitucional.
— Não vi um item da MP 905/2019 que gere empregos, como afirma o governo. O governo afirmou que a terceirização ia gerar empregos, que a reforma da Previdência ia gerar emprego, que a reforma trabalhista ia gerar emprego. Segundo o IBGE, há 41 milhões de pessoas na informalidade e 11 milhões de desempregados. Cadê os empregos? Quem vai pagar a Previdência? Essas medidas estão matando a economia do Brasil. Sem emprego, quem vai consumir? Estão quebrando o país — afirmou.

Desmonte da legislação

Juliana Cesar Nunes, diretora do Sindicato dos Jornalistas do DF, afirmou que essa medida provisória desmonta pontos fundamentais para a fiscalização do trabalho, que antes era exercida pelo Ministério do Trabalho.
— Essa MP, ao invés de gerar empregos, criou barreiras, pois os profissionais recém-formados estão sem poder se registrar e trabalhar. Que recado estamos dando à sociedade? Estão precarizando as relações de trabalho. Consideramos essa MP inconstitucional em vários pontos — reforçou.
O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) declarou que o governo faz chantagem ao afirmar que o trabalhador tem de escolher entre emprego ou direitos.
— Estão envolvendo jovens, enganando-os com promessas de empregos, mas sem direitos. A lógica que gerou essa MP é a lógica de que é mais importante ter emprego do que ter direitos. Em algum momento, se chegará a perguntar se é mais importante ser livre e passar fome do que ser escravo e ter comida — enfatizou.
Ao final da audiência, o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da CDH e requerente da audiência pública, declarou que não estão sendo gerados empregos aos jovens e sim retirando direitos de todos os trabalhadores.
— Estão acabando com diversas categorias profissionais, como corretores, radialistas, jornalistas. O que isso tem a ver com a geração de empregos para jovens? Como a taxação dos desempregados pode contribuir para o combate à pobreza e ao desemprego? — questionou.

Agência Senado

Fonte: Agência Senado

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