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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

ALETRAS – ACADEMIA AGUASLINDENSE DE LETRAS e as polêmicas:




O escritor Rômulo Víctor, Presidente da Aletras – Academia Aguaslindense de Letras, ocupante da Cadeira-39, Patroneada pelo poeta Cazuza, fundada em dezembro de 2012, desde então sempre tem recebido indagações de diversas pessoas, dos mais variados segmentos e procurado satisfazer estes, em perguntas sobre as finalidades, e a questão da “imortalidade” nas academias de letras existentes no Brasil e no mundo, como funcionam as mesmas, quem pode ingressar ou não nestas instituições, como fazer para divulgar e publicar trabalhos literários. E até entre os seus escritores e acadêmicos associados tem enfrentado questionamentos dentro de grupos de Facebook e WhatsApp, sobre como fazer um bom uso dos mesmos, sobre o que postar ou compartilhar para atingir os seus objetivos. O Presidente Rômulo Víctor em troca de mensagens com o escritor Professor Filemon, também acadêmico desta instituição, no Grupo de WhatsApp da Aletras, acabou recebendo um texto que muito lhe agradou, uma síntese do verdadeiro papel destas instituições integrantes do Terceiro Setor, assim nas palavras do Professor Filemon, que classificou o seu trabalho dentro da Aletras como um dever, segue o texto postado no referido grupo com os esclarecimentos necessários. Que as palavras sirvam para outros grupos afins. Lembrando sempre que o Patrono da Aletras é o Professor Darcy Ribeiro!


"EXISTIRMOS: A QUE SERÁ QUE SE DESTINA?"



Qual o papel de uma academia literária? Vamos começar mostrando a finalidade da nossa academia-mor: a Academia Brasileira de Letras (ABL). O art. 1º do Estatuto da ABL diz: "A Academia Brasileira de Letras, com sede no Rio de Janeiro, tem por fim a cultura da língua e da literatura nacional (...)". As demais academias literárias espalhadas pelo País, consequentemente, acabam consignando em seus estatutos a mesma missão, qual seja: difundir a Língua Portuguesa e a Literatura Brasileira e, por extensão, nesse contexto, divulgar a cultura e a literatura próprias de cada região, com suas peculiaridades e diferenças acidentais. As academias de letras surgiram para congregar intelectuais e estudiosos da Língua Portuguesa em atividades literárias. Seguindo a tradição francesa de quarenta lugares, é de praxe que essas agremiações tenham o mesmo número de membros. Dessa forma, também nasceu a Academia de Letras de Águas Lindas (ALETRAS). Boa parte dos escritores de uma academia de letras é madura. Não é preciso, todavia, ter envelhecido para compor uma agremiação literária. Ela, em geral, também acolhe escritores jovens. Para participar, o candidato precisa gostar de escrever, e, naturalmente, também de ler.
Dentro de qualquer grupo — mormente pela diversidade de pensamentos e bagagem de vida dos seus componentes — é natural que ocorram divergências de opinião. Alimentar vaidades, elogiar, criticar, omitir-se, destacar-se num grupo heterogêneo e pensante são possibilidades reais e isso pode até mesmo fazer parte da vida intelectual, mas tem pouquíssima relevância. A essência de uma academia literária deve ser a valorização da cultura e da arte, e, por conseguinte, da literatura e da língua. O histórico dos quarenta membros de uma academia vai de um extremo ao outro; assim, a heterogeneidade do grupo é imensa para caber numa análise simplista. As profissões dos escritores ocupam várias letras do alfabeto. No quadro da Aletras – Academia Aguaslindense de Letras, por exemplo, salvo engano, há professores, administradores, comerciantes, jornalistas, filósofos, pedagogos, artistas plásticos, servidores públicos, militares, médicos, advogados, e até mesmo entes políticos, com experiências múltiplas. Nela, no entanto, não deve prevalecer a profissão que o acadêmico exerce no âmbito profissional, e sim sua contribuição em prol da difusão da língua, da cultura e da arte literária.
Numa academia de letras, nada deve ser obrigatório; em razão disso, nenhum assunto pode ser proibido também. O que ficou resolvido em assembleia da Aletras é que se evitem publicações de cunho político-partidário no grupo do WhatsApp, visando a extinguir conflitos desnecessários entre os confrades, haja vista que há, no nosso meio, quem defenda matizes ideológicos vários. É mister, pois, que os confrades entendam que evitar publicações de textos políticos no grupo não se trata de amordaçar ninguém, tampouco de cercear o direito constitucional de "livre manifestação do pensamento" de quem quer que seja: é apenas fazer com que o objetivo-fim da agremiação não se perca; que a sua missão precípua seja enaltecida; que os valores, saberes e costumes — definidores do ser humano e da sociedade — sejam respeitados. Ademais, o embate político acaba ofuscando o escopo essencial da academia, que é, entre outros, o de promover a cultura, fomentar a produção literária, estimular a formação de leitores e de novos escritores e incentivar as manifestações artísticas.
Temos na Aletras preeminentes escritores em prosa e verso, que desfilam seu estro por diversos gêneros literários. Dessa forma, a nossa academia congrega romancistas, poetas, repentistas, tradutores, críticos, cordelistas, cronistas, trovadores, biógrafos, ensaístas. A temática abordada em nossos escritos, portanto, é bem diversificada. Boa parte dos confrades já publicou livros. Há os que participam de antologias, de periódicos impressos, virtuais ou "blogs", além de colocar sua produção literária nas redes sociais da Internet. As atividades acadêmicas, reuniões comemorativas, assembleias, lançamentos de livros, saraus, performances literárias, canto e música, apoio e presença em momentos culturais da cidade, como a participação da nossa
academia na Feira do Livro e na Bienal do Livro de Brasília, mostram a relevância do trabalho da Aletras.
Somos imortais, do ponto de vista metafórico. A imortalidade vem da ideia de que quem produz uma obra literária, a partir dela e dos livros subsequentes, jamais será esquecido. Cada cadeira tem um patrono, que também foi literato, cuja biografia é dissecada na homenagem de posse de cada acadêmico. Todo membro deve buscar a valorização da sua academia, promovendo a cultura local, difundindo a literatura nacional ou regional e primando, outrossim, pelo uso escorreito dos recursos expressivos da língua-pátria. Produzir cultura é respirar um hábito local, nacional ou internacional, imergir na vivência de um povo, sempre tendo por norte a destinação que ensejou a criação da academia. Que o lema da ABL também se aplique à Aletras: "Ad immortalitatem" — Rumo à imortalidade!



Professor Filemon Félix de Moraes
Acadêmico Titular da Cadeira 33 na Aletras
Patronesse: Cora Coralina
Brasília, primavera de 2016.

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