Racha Interno
Peemedebistas apresentam possíveis motivações para recuo de Iris Rezende
Líder do PMDB emitiu nota na noite de sexta-feira em que se mostrou insatisfeito com a antecipação do seu partido, ressaltou respeito a Gomide e indicou que pode se afastar do processo pré-eleitoral
Ketllyn Fernandes
Após semana agitada para o PMDB goiano e diante da possibilidade de perder o apoio do PT para o primeiro turno, o ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende declarou-se aberto a ser lançado candidato no caso da falta de nome, desde que peemedebistas se unissem em torno dessa possível decisão. Na noite da última sexta-feira (28/3), véspera do evento deste sábado (29) que viria a consagrar por unanimidade o petista Antônio Gomide como pré-candidato, Iris Rezende divulgou nota à imprensa em que, aparentemente, passa a descartar a possibilidade de disputar o governo de Goiás, mostra-se insatisfeito com a antecipação do PMDB –– o que pode ter provocado o PT a lançar um nome –– e ressalta que suas investidas foram resultado do posicionamento do PT em ser favorável ao seu nome.
A motivação para o comunicado oficial por parte de Iris Rezende, conforme indicou o deputado federal Sandro Mabel em conversa com o Jornal Opção Online na tarde deste sábado, se deu após conversa entre ambos na sexta-feira. Apoiador do nome de Friboi, Mabel disse que a última sexta-feira foi de intensas conversas. “Começamos às 9h e depois nos falamos no decorrer do dia”, relatou o parlamentar.
Conforme foi informado pelo deputado, ficou acordado com Iris Rezende que José Batista Júnior terá até junho para continuar seu trabalho de viabilização. “Inclusive foi isso que havia sido conversado desde o início, mas a decisão do PT acabou fazendo o Iris a tentar resolver isso nesta semana para não acabar com a aliança”, afirma Mabel, ressaltando, que em todo caso, a decisão final sobre a impossibilidade de os dois partidos estarem juntos no primeiro turno só se dará em 5 de abril, se Antônio Gomide de fato se desincompatibilizar da Prefeitura de Anápolis.
Sandro Mabel voltou a tratar do suposto acordo com PT, de que a cabeça de chapa em 2014 seria do PMDB, e alfinetou que a política “é assim mesmo, não há contrato, só a palavra.” Segundo o parlamentar, Júnior Friboi retoma sua agenda política com “mais vontade do que nunca.”
O que um irista pensa
Peemedebista ligado a Iris Rezende que tem acompanhado à parte o processo de rachadura interna do PMDB analisou a situação que resultou no conteúdo da nota como uma espécie de recado de que o líder tenha se cansado de tentar mostrar qual o melhor caminho diante dos fatos concretos. “Decisões não podem ser pessoais. É preciso prestar atenção aos sinais”, disse o político, frisando que ao ver que poderia perder o apoio do PT, Iris decidiu mostrar-se à disposição. “Ele enxergou o que outros não quiseram ver”.
Iris, ao perceber que diante da indefinição peemedebista o PT realmente iria bancar Antônio Gomide, teria entregado à ala do PMDB que insiste na divisão o que queriam: seu recuo. “Ele deve ter pensado assim: ‘Não preciso disso’”, exemplifica a fonte, que afirma que Iris Rezende estaria em uma de suas fazendas neste final de semana. As declarações de Iris feitas aos mais diversos veículos de imprensa no decorrer da semana ressaltaram essa posição de quem aguardava ser chamado, visto que descartou veementemente a hipótese de concorrer numa convenção partidária.
O político ironiza a posição de resistência de friboizistas com a estória futebolística de que na copa de 1958 o técnico Vicente Feola reuniu os jogadores e apresentou uma estratégia para vencer o jogo. Garrincha, depois de ouvir toda a orientação, teria perguntado se a estratégia havia sido combinada com os adversários também, no caso a antiga união soviética. “É a mesma coisa, eles afirmam que a maioria do partido está com Friboi, mas combinaram com os eleitores?”.
Questionado sobre o que pensa quanto à possibilidade de, se definido o nome de José Batista Júnior, Iris o apoiaria na campanha, o peemedebista afirmou que se o comportamento de imposição não mudar, dificilmente o empresário contaria com a força política do líder. “Iris continuará observando. Deve ter ainda alguma expectativa de que Friboi venha a deslanchar como prometem seus apoiadores, mas, se no final de junho não for um candidato competitivo, pode ser que Iris volte a participar do processo”, opina.
Neste sentido, o político ressaltou que restam 90 dias para o início da campanha de fato e que até lá tudo que se desenha agora pode ser completamente alterado e até refeito. “Podemos ter surpresas”, destaca.
Informado de que momentos antes da entrevista o PT havia ratificado o nome de Gomide em votação unânime, o peemedebista disse que não estava surpreso. “Se eles [PT] tinham alguma dúvida até ontem à noite, a nota tirou”, analisa.
Ao finalizar suas ponderações a fonte ressaltou a experiência política de Iris Rezende e os números das pesquisas que vêm sendo feitas desde o ano passado. Em contrapartida, avaliou que José Batista Júnior é um neófito na política e que não tem liderança.
Neste sentido, o político ressaltou que restam 90 dias para o início da campanha de fato e que até lá tudo que se desenha agora pode ser completamente alterado e até refeito. “Podemos ter surpresas”, destaca.
Informado de que momentos antes da entrevista o PT havia ratificado o nome de Gomide em votação unânime, o peemedebista disse que não estava surpreso. “Se eles [PT] tinham alguma dúvida até ontem à noite, a nota tirou”, analisa.
Ao finalizar suas ponderações a fonte ressaltou a experiência política de Iris Rezende e os números das pesquisas que vêm sendo feitas desde o ano passado. Em contrapartida, avaliou que José Batista Júnior é um neófito na política e que não tem liderança.
Fonte:Jornal Opção
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