Para cargos de nível superior, as provas serão aplicadas das 13h às 16h; nível intermediário participarão da segunda fase das 13h às 15h
JULIA GALVÃO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
As provas da segunda fase do CNU (Concurso Nacional Unificado) serão aplicadas no dia 7 de dezembro, restando exatamente um mês para que os candidatos finalizem os estudos para as provas discursivas e organizem o que levar no dia do exame.
Para todos os cargos de nível superior, as provas serão aplicadas das 13h às 16h; enquanto candidatos do nível intermediário participarão da segunda fase das 13h às 15h.
Além disso, nos cargos de nível superior, a prova discursiva será composta por duas questões, valendo 22,5 pontos cada, podendo totalizar 45 pontos ao todo. Para os cargos de nível intermediário, a prova será composta por uma redação em formato dissertativo-argumentativo e poderá totalizar 30 pontos.
As provas discursivas deverão ser respondidas em até 30 linhas, para cada uma das questões ou redação. Os locais de prova serão informados por meio do cartão de confirmação de inscrição, que será disponibilizado no dia 1º de dezembro no site da FGV Conhecimento, banca responsável pela organização da seleção.
O edital do concurso prevê que a avaliação das provas discursivas considerará como critérios:
- Para nível superior: o domínio dos conhecimentos específicos, que corresponderá a 50% da nota total, e o uso da língua portuguesa, que corresponderá aos 50% restantes;
- Para a redação de nível intermediário, toda a nota da prova será referente ao uso da língua portuguesa.
QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE A PROVA OBJETIVA E DISCURSIVA?
Letícia Bastos, professora do Gran Concursos, diz que a prova objetiva é composta por questões de múltipla escolha que avaliam o reconhecimento de conceitos, aplicação e análise de conteúdos programáticos. Enquanto a prova discursiva demanda que o candidato elabore respostas abertas, com argumentação, fundamentação teórica, organização textual e contextualização do tema ao bloco.
Segundo ela, o diferencial da FGV na segunda fase está justamente na exigência de profundidade. Assim, não basta escrever bem, é preciso demonstrar domínio técnico, articular ideias com clareza, usar conceitos e aplicar o que o edital exige.
NO QUE FOCAR COM UM MÊS PARA A PROVA?
Com apenas cerca de quatro semanas para o exame, a professora diz que o foco deve ser em revisão ativa, prática intensa de questões/simulados e aprofundamento nos conteúdos de maior peso para o bloco escolhido.
“Não é o momento ideal para começar muitos assuntos novos. Em vez disso, priorize aquilo que você já estudou, corrija lacunas, treine redação ou provas discursivas, e estabeleça cronograma rígido de estudo, com tempo para descanso e revisão”, diz Letícia, que acrescenta que também é importante treinar a escrita com tempo limitado.
COMO POSSO AVALIAR SE ESTOU ME PREPARANDO BEM?
Para saber se estão bem preparados, a especialista afirma que os candidatos devem submeter seus textos a correção crítica, buscando feedback na estrutura, clareza de argumentação, adequação ao tema, precisão conceitual e qualidade da norma‑padrão.
Letícia diz que também é útil comparar seus textos com padrões de resposta ou correções de edições anteriores da FGV, anotando erros recorrentes e pontos de melhoria.
Outra prática é verificar se você consegue cumprir o tempo, respeitar o número de linhas ou o formato exigido, e se mantém coerência e coesão sob pressão.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS DICAS PARA O DIA DA PROVA?
De acordo com a especialista do Gran Concursos, uma boa estratégia inclui:
- Ler com cuidado o tema, sublinhar ou marcar palavras-chave, organizar mentalmente o esboço antes de começar a escrever;
- Usar introdução clara que situe o tema, desenvolver com argumentos e exemplos específicos adequados ao bloco, concluir com retomada da tese ou proposta;
- Gerenciar o tempo para não deixar resposta incompleta ou muito curta e reservar alguns minutos para revisão final;
- Manter o foco na norma‑padrão da língua, evitar erros gramaticais que desqualifiquem o texto e garantir legibilidade.
QUAIS SÃO OS ERROS MAIS COMUNS?
Para o professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos, entre os erros mais comuns dos candidatos de nível superior estão:
Falta de domínio do conteúdo técnico: acontece quando o candidato não domina suficientemente o tema e acaba fugindo do assunto proposto ou apresentando argumentos superficiais. Segundo o especialista, isso é especialmente comum quando o tema envolve legislação, doutrina ou conceitos técnicos da área. Para evitar o erro, o candidato deve revisar os conteúdos específicos e praticar a redação de respostas curtas com base em temas prováveis da área de atuação.
Ausência de estrutura textual clara e problemas de coesão e coerência: neste caso, Bezerra diz que muitos candidatos não organizam o texto em introdução, desenvolvimento e conclusão, o que prejudica a coesão e a progressão lógica das ideias. Além disso, o especialista diz que é comum o uso inadequado de conectivos, repetição de ideias, contradições e frases truncadas.
No casos dos candidatos de nível intermediário, o professor diz que, como a totalidade da nota será atribuída à avaliação da língua portuguesa, o foco deve estar na clareza, correção gramatical e domínio da norma culta. Entre os principais erros estão a falta de planejamento textual; problemas de concordância, regência e pontuação; e o uso inadequado da linguagem.
Para evitar esses erros, ele recomenda o treinamento de redações curtas semanalmente, ler textos de qualidade para ampliar o vocabulário e sempre revisar o texto antes de finalizar.
COMO POSSO ME PREPARAR PARA OS DIFERENCIAIS DA BANCA?
O professor diz que a melhor forma de se preparar para a FGV é por meio da análise de provas anteriores da banca e, principalmente, pela observação dos espelhos de correção que são divulgados após as provas.
“Esses espelhos mostram exatamente os pontos que deveriam ser abordados em cada resposta, permitindo ao candidato entender como a FGV distribui a pontuação e o nível de detalhamento esperado”, diz o especialista.
NÃO FUI BEM NA PROVA OBJETIVA. POSSO RECUPERAR NA DISCURSIVA?
Sim. Segundo o professor, candidatos que se destacaram na parte objetiva, mas não têm o mesmo domínio na escrita, podem perder posições na segunda fase. Por outro lado, quem ficou mais abaixo na lista inicial pode subir significativamente se apresentar um texto bem estruturado, coeso e tecnicamente correto.
“Em alguns casos, candidatos que estavam fora das vagas imediatas acabam entrando no grupo dos aprovados após a correção das discursivas”, diz o especialista.
COMO EVITAR DEIXAR QUESTÕES EM BRANCO?
O professor do Estratégia diz que a melhor forma de evitar deixar questões em branco na prova discursiva é treinar a gestão de tempo antes do dia do exame.
Segundo ele, o candidato deve praticar escrevendo textos dentro do mesmo tempo que terá disponível na prova, utilizando temas de concursos anteriores ou questões propostas por professores.
Durante as simulações, o especialista diz ainda que é importante testar como será feita a redação no dia da prova: se pretende escrever rascunho, se vai direto para a folha definitiva e quanto tempo levará em cada parte da resposta.
O QUE PODE ZERAR A MINHA NOTA?
O edital determina que será atribuída nota zero à questão que estiver em branco; apresentar letra ilegível; fugir do tema; e for respondida em local indevido. Além disso, a folha de textos definitivos não poderá ser assinada, nem conter qualquer marca que permita a identificação do candidato.
VEJA O CALENDÁRIO DO CNU 2025
| Evento | Data |
|---|---|
| Disponibilização da imagem do cartão de respostas | 12/11/2025 |
| Divulgação das notas finais das provas objetivas e convocação para as pessoas candidatas para a realização da prova discursiva | 12/11/2025 |
| Obtenção impressa do cartão de confirmação de inscrição para realização da prova discursiva | 1/12/2025 |
| Aplicação da prova discursiva | 7/12/2025 |
| Divulgação da nota preliminar da discursiva e disponibilização do espelho de correção | 23/01/2026 |
| Interposição de eventuais pedidos de revisão das notas da prova discursiva | 26/01 e 27/01/2026 |
| Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas da prova discursiva e do resultado definitivo da prova discursiva | 18/02/2026 |
| Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas dos títulos e do resultado definitivo dos procedimentos para as pessoas candidatas negras, indígenas e quilombolas e para as pessoas com deficiência | 18/02/2026 |
| Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após a realização das fases 1 a 4 | 20/02/2026 |
| 1ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas | 20/02/2026 |
| Período para a 1ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas | 21/02 a 23/02/2026 |
| Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 1ª confirmação de interesse | 27/02/2026 |
| 2ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas | 27/02/2026 |
| Período para a 2ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas | 28/02 a 02/03/2026 |
| Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 2ª confirmação de interesse | 6/03/2026 |
| 3ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas | 6/03/2026 |
| Período para a 3ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas | 7/03 a 9/03/2026 |
| Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 3ª confirmação de interesse | 16/03/2026 |
| Início das convocações para nomeação, e, quando couber, para o procedimento de investigação social e funcional, a realização da defesa de memorial e prova oral e o curso ou programa de formação | 16/03/2026 |
